Estudo Bíblico de Gênesis 25

Gênesis 25 é o capítulo da Bíblia que registra a morte de Abraão. O estudo bíblico de Gênesis 25 também fala sobre os descendentes de Ismael e Isaque, com ênfase no nascimento de Jacó e Esaú.

Esse é também o capítulo bíblico que traz o relato do conhecido episódio em que Esaú vendeu seu direito de primogenitura a Jacó. Um esboço de Gênesis 25 pode ser feito com a divisão de cinco seções:

  1. Os descendentes de Abraão com Quetura (Gênesis 25:1-6).
  2. A morte de Abraão (Gênesis 25:7-11).
  3. Os descendentes de Ismael (Gênesis 25:12-18).
  4. Os descendentes de Isaque (Gênesis 25:19-26).
  5. Esaú vende a Jacó o seu direito de primogenitura (Gênesis 25:27-34).

Os descendentes de Abraão com Quetura (Gênesis 25:1-6)

Gênesis 25 começa falando sobre os filhos que nasceram do relacionamento de Abraão com Quetura. É impossível datar essa descendência de Abraão com Quetura, pois Gênesis 25 pode muito bem ser um registro anacrônico. Além disso, os estudiosos discutem se Quetura era simplesmente uma concubina de Abraão ou se era uma segunda esposa.

A interpretação que parece fazer mais sentido diz que Quetura era uma concubina de Abraão (cf. 1 Crônicas 1:32). Isso significa que talvez os filhos de Abraão com Quetura nasceram enquanto Sara ainda estava viva. Caso contrário, ele teria que ter tido seis filhos com mais de cento e quarenta anos. Entenda melhor essa questão no estudo sobre a história de Quetura.

Os nomes dos filhos de Abraão com Quetura são: Zinrã, Jocsã, Medã, Midiã, Isbaque e Suá. Os estudiosos dizem que alguns desses nomes aparecem associados a várias tribos árabes do leste de Canaã.

Seja como for, o foco principal de Gênesis 25 nesse ponto é destacar que “Abraão deu tudo o que possuía a Isaque. Porém, aos filhos das concubinas que tinha, deu ele presentes e, ainda em vida, os separou de seu filho Isaque, enviando-os para a terra oriental” (Gênesis 25:5,6). Isso quer dizer que Abraão garantiu que Isaque fosse considerado seu único herdeiro.

A morte de Abraão (Gênesis 25:7-11)

Abraão viveu cento e setenta e cinco anos (Gênesis 25:7). O texto bíblico parece indicar que Abraão morreu de causas naturais em “ditosa velhice” (Gênesis 25:8). Isaque e Ismael cuidaram de seu sepultamento. Nesse contexto os filhos de Abraão com Quetura não são mencionados.

Abraão foi sepultado na caverna de Macpela, no campo de Efrom. Essa foi a propriedade que Abraão havia comprado anteriormente por ocasião da morte de Sara (Gênesis 23). Mais tarde seus descendentes também foram enterrados nesse mesmo local (Gênesis 35:27-29; 49:29-32).

O importante é saber que Abraão morreu firme na fé. De longe, ele contemplou as promessas de Deus e creu fielmente. Ele morreu como estrangeiro e peregrino na terra, esperando pela pátria celestial (Hebreus 11:13-16).

Os descendentes de Ismael (Gênesis 25:12-18)

Quando Abraão precisou despedir Ismael pelo deserto, Deus lhe assegurou que cuidaria daquele rapaz e faria dele uma grande nação (Gênesis 17:20). Então Gênesis 25 é o capítulo da Bíblia que registra o cumprimento dessa promessa.

Conforme o Senhor falou a Abraão, de Ismael nasceram doze príncipes (Gênesis 25:16). Os descendentes de Ismael formaram clãs árabes de grande influência nos tempos bíblicos do Antigo Testamento. Na Bíblia, esse povo é chamado de “ismaelitas”. Ismael morreu aos cento e trinta e sete anos de idade (Gênesis 25:17).

Os descendentes de Isaque (Gênesis 25:19-26)

A seção de Gênesis 25 que registra a descendência de Isaque traz a importante narrativa bíblica acerca do nascimento dos gêmeos Jacó e Esaú, e enfoca o cumprimento progressivo da promessa de Deus a Abraão. Isaque era o filho da promessa, e essa promessa seria preservada em sua descendência.

Mas tão logo o texto bíblico mostra a grande tensão que envolveu os eventos seguintes. Isaque se casou com Rebeca quando tinha quarenta anos. Mas Rebeca era estéril. Contudo, Isaque intercedeu por ela, e Deus lhe abriu a madre (Gênesis 25:20,21).

Ainda durante a gravidez, o texto bíblico diz que os dois filhos lutavam no ventre de Rebeca. Isso fez com que Rebeca ficasse angustiada. Então Deus disse a Rebeca que em seu ventre havia duas nações. Um povo seria mais forte que o outro, e o mais velho haveria de servir ao mais novo (Gênesis 25:23).

Quando chegou o dia de Receba dar à luz aos gêmeos, o escritor bíblico diz que o primeiro menino a nascer foi Esaú. Ele era ruivo e coberto de pelos. Mas o outro menino nasceu segurando o calcanhar de Esaú com a mão, e por isso foi chamado de Jacó. Nesse tempo Isaque tinha sessenta anos de idade (Gênesis 25:24-26).

Essa porção de Gênesis 25 enfatiza muito claramente a soberania de Deus. Ele não apenas abriu a madre da estéril Rebeca, assim como havia feito com Sara, mas também estabeleceu a supremacia do filho mais novo, Jacó, sobre o filho primogênito, Esaú. Em diversas passagens a história bíblica mostra os descendentes de Esaú subjugados pelos israelitas (1 Samuel 14.47; 2 Samuel 8.13; 2 Reis 14.7).

No Novo Testamento o apóstolo Paulo lança mão desse texto para fazer uma exposição acerca da eleição divina que não se baseia em qualquer fator humano, mas unicamente no beneplácito soberano do Deus Todo-Poderoso, cujo nenhum homem tem o direito de questionar (Romanos 9:9-13; 18-23).

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Esaú vende a Jacó o seu direito de primogenitura (Gênesis 25:27-34)

Os gêmeos Esaú e Jacó cresceram e se tornaram homens com características e personalidades totalmente diferentes. Esaú era um homem do campo, um perito caçador. Gênesis 25 diz que Esaú era o filho preferido de Isaque, que costuma se saborear de sua caça.

Por outro lado Jacó era um homem pacato que habitava em tendas. Se Esaú era o filho predileto de Isaque, Jacó era o filho amado de Rebeca (Gênesis 25:27,28). Nesse ponto específico Isaque e Rebeca falharam como pais.

Na sequência o texto bíblico mostra os esforços de Jacó em querer se apropriar dos privilégios de seu irmão como primogênito (Gênesis 25:29-34). Porém, apesar dos esforços de Jacó, sua supremacia não se devia a direitos naturais, mas à eleição soberana do Senhor. Deus já havia chamado Jacó antes mesmo de ele ter nascido, e isso independia do direito de primogenitura (Romanos 9:11).

Jacó se aproveitou da visão limitada de Esaú com relação à herança e a liderança da família, e lhe propôs negociar o seu direito de primogenitura em troca de um ensopado vermelho (Gênesis 25:29-33).

O direito de primogenitura garantia ao filho mais velho a posição de principal herdeiro da família. O primogênito recebia porção dobrada da herança e assumia a liderança civil e religiosa da unidade familiar (Deuteronômio 21:17; 1 Crônicas 5:1-2; cf. Êxodo 4:22).

Mas aqui vale lembrar que aquela era a família da Aliança. Nesse caso, a herança da família essencialmente incluía a bênção de Deus sobre a linhagem abraâmica. Então quando o inconsequente Esaú aceitou negociar com Jacó seu direito de primogenitura, ele também desprezou as promessas de Deus.

À luz de Gênesis 25 podemos entender por que Esaú é citado na Carta aos Hebreus como um homem profano que negociou as bênçãos da Aliança. Diante do seu erro, ele nem mesmo foi capaz de encontrar arrependimento genuíno (Hebreus 12:16,17).

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