Lição 13: O Destino Final dos Mortos

O Destino Final dos Mortos é o tema da lição 13 das Lições Bíblicas CPAD do 1º trimestre de 2016 para a Escola Bíblica Dominical. Nesta lição abordaremos alguns conceitos sobre o estado intermediários e o destino final dos mortos.

Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.
(1 Coríntios 15:19)

Leitura Bíblica em Classe:

Ora, havia um homem rico, e vestia-se de púrpura e de linho finíssimo, e vivia todos os dias regalada e esplendidamente.
Havia também um certo mendigo, chamado Lázaro, que jazia cheio de chagas à porta daquele;
E desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as chagas.
E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado.
E no inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio.
E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama.
Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado.
E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá.
(Lucas 16:19-26)

Introdução – Lição 13: O Destino Final dos Mortos

O destino dos mortos é um tema sempre debatido entre os cristãos, e até mesmo entre os não cristãos. Esse é um tema que sempre despertou curiosidade e preocupação nas pessoas. Na Bíblia temos alguns exemplos desse tipo de questionamento, como no caso dos irmãos da Igreja de Tessalônica. Para nosso conforto, na própria Bíblia encontramos respostas para as dúvidas que envolvem esse tema.

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O Estado Intermediário – Lição 13: O Destino Final dos Mortos

Primeiramente precisamos saber que algumas seitas, interpretando isoladamente alguns textos bíblicos, e de forma completamente equivocada, ensinam ideias como o “sono da alma” e a “mortalidade da alma”. No primeiro caso, tais seitas afirmam que após a morte a alma fica adormecida e sem consciência alguma até a vinda de Cristo. Já no segundo caso, eles afirmam que Deus, por ser tão amoroso, não castigará os ímpios eternamente, logo, os ímpios serão punidos durante um tempo após o Juízo Final, e depois, em um determinado momento, simplesmente deixarão de existir. Para muitos que defendem essas seitas, não serão apenas os ímpios que deixarão de existir, mas os demônios também. Esses ensinamentos não encontram sustento algum nas Escrituras, e devem ser duramente rejeitados.

  • O que é o estado intermediário? de forma bem simples, o estado intermediário é o período que compreende desde a morte física até o momento da ressurreição, tanto dos salvos quanto dos ímpios. Nesse período as almas ficam aguardando a ressurreição de seus corpos para o momento do Juízo.

A Situação dos Mortos – Lição 13: O Destino Final dos Mortos

Sabendo então que existe um estado intermediário, vamos analisar alguns pontos importantes sobre a situação dos mortos durante esse estágio.

  • Os mortos estão conscientes: o ensino bíblico garante que as almas dos mortos estão conscientes. Poderíamos citar inúmeros versículos, mas o ensinamento de Jesus em Lucas 16, sobre o rico e o Lazaro, a transfiguração em Mateus 17 e Lucas 9, além de várias passagens do livro do Apocalipse, onde as almas dos mártires que estão no céu são descritas como conscientes, já são suficientes para esclarecer esse ponto. Outro argumento que também pode ser usado é que, se os mortos ficassem inconscientes, o Apóstolo Paulo errou ao dizer que ele desejaria partir para estar com Cristo que é muito melhor (Fp 1:23). Os que defendem um estado de inconsciência se apegam, principalmente, a uma interpretação errada de textos bíblicos que se referem a morte como um “sono” (Mt 27:52; Lc 8:52; Jo 11:11-13; At 7:60; 1Co 7:39; 15:6,18; 1Ts 4:13), e outras que, segundo eles, ensinam claramente a inconsciência (Sl 30:91; 115:17; 146:4; Ec 9:10; Is 38:18,19). Poderíamos aqui fazer uma análise de cada uma das referências citadas, porém isso tornaria o texto inviável devido ao tamanho do conteúdo, além de que, algumas simples observações resolvem todos os problemas. Primeiro: a Bíblia não se contradiz. Se claramente a Bíblia ensina que os mortos estão conscientes, de maneira alguma ela ensinará o contrário. Qualquer contradição aparente, o erro certamente está no intérprete. Segundo: interpretar as passagens acima no sentido de “inconsciência” é desconhecer o básico do idioma grego e hebraico, isolando totalmente um termo especifico do seu contexto original, que certamente lança luz a interpretação do texto.
  • A situação dos salvos: a Bíblia é clara ao afirmar que os salvos, ao morrerem, são recebidos por Cristo e aguardam a ressurreição de seus corpos no céu. A morte de Estevão em Atos 7:59, a fala de Paulo em Fp 1:21,23, e o livro do Apocalipse inteiro, não deixam dúvidas acerca disso.
  • A situação dos ímpios: da mesma forma com que os salvos estão conscientes os ímpios também estão, porém eles estão em um lugar de tormento aguardando a ressurreição de seus corpos para serem condenados por toda eternidade. Em Lucas 16 vemos que o homem rico estava consciente no Hades sendo atormentado. Além disso, em 1 Pedro 3:18-20, entendemos perfeitamente que as pessoas que foram rebeldes e rejeitaram os mandamentos de Deus enquanto ainda estavam vivos, após a morte estão aprisionados.
  • O lugar dos mortos: já demonstramos nos tópicos anteriores que os justos quando morrem vão direto para o céu. É importante entender que não se trata de um “lugar de espera”, mas que eles estão no céu que é a morada de Deus, reinando com Cristo (um ensino básico do livro do Apocalipse). Eles estão sim “esperando”, mas não em um lugar de espera, como se fosse uma sala de “recepção” no céu. Creio que não precisamos expor ainda mais esse ponto, pois os tópicos anteriores já deixaram isso claro. Outro ensino que não encontra fundamento bíblico é o conceito de que Jesus desceu ao Inferno para libertar os santos do Antigo Testamento. Quem defende esse posição, defende que o Hades era dividido em duas partes, onde em uma delas ficava os justos e na outra os ímpios. Infelizmente esse ensino não tem raízes nas Escrituras, ao contrário, é uma adaptação da visão grega sobre o mundo dos mortos. No paganismo grego, o Hades era divido em duas alas: o Tártaro (onde ficavam os maus), e o Elísio (onde ficavam os bons). Daí já dá para termos ideia de onde surgiram alguns erros de interpretação de alguns teólogos. Sei que a revista oficial defende essa posição, e nisto discordo completamente. Para saber mais sobre o assunto, e conhecer a análise dos principais versículos utilizados de forma incoerente sobre o tema, leia o texto “Jesus Desceu ao Inferno e Pregou aos Mortos?“.  Os termos “céu” e “paraíso” se referem ao mesmo lugar (Lc 16; 2Co 12), e quanto ao termo “seio de Abrão”, quando aparece também é aplicado ao céu, ou seja, novamente trata-se do mesmo lugar. É fácil entender isso quando percebemos que a Bíblia nitidamente declara que ao morrer, a alma de Abraão foi para o céu (Mt 8:11; Hb 11:10,16). A Bíblia é bem clara ao afirmar que os salvos sempre foram para o céu e os ímpios ao lugar de tormento. Para finalizar podemos usar o texto de Hebreus 12:18-24, onde nos é assegurado que agora mesmo existe “a universal assembleia e igreja dos primogênitos arrolados no céu”.
  • Sheol, Hades, Gehenna: poderíamos escrever um longo texto sobre uma análise desses termos, porém não é nosso objetivo aqui. O que podemos dizer resumidamente é que Sheol é um termo utilizado no Antigo Testamento no idioma hebraico, e Hades é um termo utilizado na Septuaginta (versão grega do Antigo Testamento) e no Novo Testamento. Portanto, Hades traduz Sheol no Antigo Testamento. No hebraico encontramos o termo Sheol sendo aplicado com significados diferentes, que resumem ou a um estado ou a um lugar onde uma pessoa desce, seja no sentido literal ou figurado. Por exemplo: Sheol às vezes significa um lugar de castigo para os ímpios (inferno), em outras significa a própria sepultura onde os corpos do justo e do ímpio descem. Também às vezes significa o “estado de morte”, ou seja, de “existência desencarnada”. A pergunta inevitável é: como saber o sentido correto? A resposta está numa regra de interpretação de textos hebraicos: o contexto esclarece em cada exemplo específico qual o significado correto. O mesmo princípio também pode ser aplicado ao termo grego Hades. Então Hades pode se referir a: sepultura, inferno e estado de morte. Novamente é preciso ficar atento ao contexto. Sobre o termo Gehenna podemos dizer que ele é utilizado doze vezes no Novo Testamento. Sem entrarmos em muitos detalhes, uma explicação objetiva é dizer que, em sentido de “inferno”, Hades e Gehenna são uma e a mesma coisa, isto é, referem-se ao mesmo lugar, a diferença é que geralmente quando o lugar é chamado de Hades, a referência é à morada da alma dos ímpios durante o estado intermediário, ou seja, antes do Juízo Final, e quando o lugar é chamado de Gehenna, a referência geralmente é à morada dos ímpios, já com seus corpos ressuscitados, ou seja, em corpo e alma, após o Juízo Final. Saiba mais sobre o assunto lendo o texto: “O Que Significa Hades, Seol, Gehenna e Tártaro?“.

O Destino Final dos Mortos – Lição 13: O Destino Final dos Mortos

Creio que nesse tópico não há mais nada a ser acrescentado além do que já consideramos nos tópicos anteriores. O destino final dos salvos é a eterna comunhão com Deus no novo céu e nova terra (Ap 21; 22), e o destino final dos ímpios é a condenação eterna no lago de fogo, que é o Inferno em seu estado final, juntamente com Satanás e seus anjos (Mt 3:12; 18:8; 25:41; Mc 9:43; Lc 3:17; Jd 6:7; Ap 14:9-11; 20:10).

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Conclusão – Lição 13: O Destino Final dos Mortos

Vimos nessa lição que a Bíblia ensina claramente que o salvo quando morre parte para estar com o Senhor, aguardando a ressurreição de seu corpo para que, em corpo glorioso, viva eternamente com Deus. Já o ímpios quando morre vai para o Hades, e permanece sendo atormentado até a ressurreição de seu corpo, para após o Juízo Final ser lançado no lago de fogo por toda a eternidade.

Quanto a nós, salvos em Jesus Cristo, penso que a melhor conclusão para este texto são as palavras do apóstolo Paulo:

Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes a respeito dos que dormem, para que não vos entristeçais, como fazem os demais que não têm esperança.
Pois se cremos que Jesus morreu e ressurgiu, assim também Deus trará com Jesus os que nele dormem.
(1 Tessalonicenses 4:13,14)

Apoio Teológico

Jesus Desceu ao Inferno e Pregou aos Mortos?

EBD CPAD – Lição 13: O Destino Final dos Mortos.

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