O Impiedoso Mundo de Lameque

Entre os capítulos 4 e 6 do livro de Gênesis lemos sobre o impiedoso mundo em que Lameque viveu. Era o mundo pré-diluviano, cuja civilização estava totalmente contaminada pelo pecado, resultando no Dilúvio como juízo de Deus para aquela geração.

A Bíblia nos fala de dois Lameques diferentes. Um era descendente de Sete, enquanto o outro era descendente de Caim. Saiba quem foi Sete na Bíblia. O Lameque que iremos nos aprofundar um pouco mais neste estudo bíblico é o Lameque descendente de Caim. Entenda quem foi Lameque na Bíblia.

A descendência de Caim conseguiu mostrar todo o potencial dos efeitos do pecado sobre a raça humana. Condutas reprováveis, falta de caráter e uma grande variedade de crimes, eram algumas das características daquele povo.

Podemos perceber também que não demorou para que a descendência de Sete ficasse na mesma situação dos descendentes de Caim perante Deus. A exceção foi apenas um homem e sua família: Noé. Saiba mais sobre quem foi Noé?

Um mundo ainda maravilhoso

Pouco se sabe do mundo pré-diluviano. Na verdade nem mesmo é possível mensurar exatamente tamanha alteração que o Dilúvio universal causou no planeta terra. Alguns defendem a possibilidade de que talvez até mesmo as formações continentais tenham mudado com o dilúvio.

  1. Fartura de pão: no podemos dizer muita coisa em relação à fome naquela época. Possivelmente existia fartura na terra. Embora espinhos e cardos passaram à nascer (Gênesis 3:18), existia uma terra imensa para que o homem cultivasse e tirasse o seu sustento. A referência de Mateus 24:38 não fala exatamente sobre essa questão. As pessoas tinham uma vida normal, com festas, farturas e, claro, pecado.
  2. Saúde perfeita: nos primeiros capítulos de Gênesis, principalmente no capítulo 5, podemos notar que as pessoas tinham uma expectativa de vida muito diferente da que temos hoje em dia. Vemos com muita raridade alguém chegar aos 100 anos de idade. Mas naquela civilização, as pessoas chegavam tranquilamente aos 900 anos. Obviamente a saúde delas era substancialmente superior ao que conhecemos na atualidade.
  3. Beleza perfeita: não sabemos muita coisa sobre a questão da beleza pré-diluviana. Acredito, particularmente, que as pessoas mais bonitas que existiram na história da raça humana pertenceram a esse período, já que possivelmente Adão e Eva foram nossos melhores representantes nesse quesito. O que sabemos é que em Gênesis 6:2 a Bíblia diz que “as filhas dos homens eram formosas”. Saiba mais sobre os filhos de Deus e as filhas dos homens em Gênesis 6.
  4. Tecnologia avançada: a civilização pré-dilúviana já havia conquistado grandes avanços tecnológicos. Os descendentes de Caim, por exemplo, desenvolveram a música, a construção civil e a habilidade para trabalhar com metais. Estudiosos também atribuem a eles a ideia de utilizar pesos e medidas como regulamentação de transações comerciais. A própria construção da Arca de Noé já demonstra uma sociedade avançada em edificações.

Um mundo totalmente depravado

O mundo a qual Lameque pertencia era impiedoso e cruel, totalmente depravado pelo pecado.

  1. Devassidão sexual: Lameque foi o primeiro homem que temos notícia que praticou a poligamia (Gênesis 4:23). Claramente esse comportamento era mais uma provocação do pecado aos mandamentos de Deus. Quando Deus criou Adão e Eva, nitidamente o propósito da união entre homem e mulher era a monogâmica. Embora a poligamia sempre foi uma prática reprovada por Deus, não foi exclusividade dos descendentes de Caim. Grandes homens da Bíblia também caíram nesse pecado.
  2. Violência sem limites: os crimes eram frequentes e cruéis naquela civilização. O próprio exemplo de Lameque em Gênesis 4:23 deixa claro que motivos banais já eram usados como justificativas para assassinatos. Os homens valentes tinham sua fama construída sob o sangue de outros homens (Gênesis 6:4,5).
  3. Resistência à graça divina: na História da humanidade podemos ver claramente como o homem em seu estado depravado só é capaz de resistir à graça de Deus. Deus sempre colocou opções de escolhas para o homem, porque o homem é moralmente responsável. Porém, o homem sempre escolheu o mal. O próprio Jesus observa essa condição em João 3:19. Ele afirma que o homem ama as trevas mais do que a luz. A inclinação da carne é inimizade contra Deus (Romanos 8:7). Isso significa que sem a interferência do Espírito Santo, somos incapazes de fazer algum bem em relação a Deus. Todos pecaram, não há um justo, não há ninguém que por si só busque a Deus (Romanos 3:9-12). Biblicamente sabemos que a graça de Deus sempre é resistida pelo homem. Não existe um exemplo se quer de alguém que tenha sido verdadeiramente fiel aos mandamentos do Senhor sem que antes tenha sido regenerado por Deus. Após a regeneração, que não é obra humana e não vem de nós, aí sim a pessoa consegue ouvir a voz de Deus e a graça passa a ser irresistível (João 10:27). A depravação da sociedade pré-diluviana era tão grande, que em Gênesis 6 lemos que Deus se arrependeu de ter criado o homem.
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Um mundo condenado à destruição

Deus levantou Noé para pregar a justiça e o juízo sobre aquela sociedade corrompida. O apóstolo Pedro escreveu sobre Noé chamando-o de “pregoeiro da justiça” (2 Pedro 2:5).

  1. A pregação de Noé: a Bíblia testifica de Noé como um homem integro. Ele foi usado por Deus em tempos difíceis. O escritor de Hebreus coloca-o na galeria dos Heróis da Fé. O apóstolo Pedro, em duas oportunidades, reafirma o testemunho de Noé (1 Pedro 3:20; 2 Pedro 2:5). É possível que Noé tenha pregado por mais de 100 anos (se considerarmos Gênesis 6:3).
  2. Uma geração corrompida: mesmo com Noé pregando exaustivamente a verdade, e o povo podendo ver de forma palpável a construção da Arca, ninguém, exceto a família de Noé, foi salvo do Dilúvio. Aquela sociedade piorava em seu estado depravado e corrompido a cada dia, mas o juízo de Deus estava próximo (Gênesis 6:5). Quando Deus trancou a porta da arca por fora, a justiça divina estava sendo manifestada em resposta à injustiça humana. Paulo de Tarso fala sobre isto em Romanos 3:5, dizendo que a nossa injustiça é a causa da justiça de Deus.

Conclusão

Nossa geração com certeza não é nada diferente da geração de Lameque e dos dias de Noé. O pecado é evidente em todas as áreas da nossa sociedade.

Muitas igrejas estão lotadas, porém o Evangelho não é pregado e, sim, o pragmatismo. Por outro lado, muitas igrejas que pregam o verdadeiro Evangelho possuem suas cadeiras vazias. Mas isto é cumprimento da própria Palavra de Deus.

Aos pastores que pregam o Evangelho como ele realmente é, mesmo com toda dificuldade atual, meu conselho é que lembrem-se de Noé e sejam autênticos “pregoeiros da justiça”; ainda que apenas oito pessoas se salvem em mais de 100 anos de pregação.

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