A árvore do conhecimento do bem e do mal era uma das árvores que estavam plantadas no Jardim do Éden. Existe muita curiosidade acerca do significado da árvore do conhecimento do bem e do mal, bem como a natureza e a qualidade de seu fruto.
O escritor de Gênesis diz que Deus fez crescer a árvore do conhecimento do bem e do mal no centro do Jardim do Éden. Essa árvore estava plantada ao lado de outra árvore: a árvore da vida.
Ao plantar o Jardim do Éden e colocar o homem para dominá-lo, Deus deu uma ordem muito clara. O homem poderia comer do fruto de qualquer árvore do jardim, mas jamais deveria comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Deus avisou o homem de que no dia que ele comesse do fruto dessa árvore, certamente morreria (Gênesis 2:16,17).
Mas o homem, no exercício da liberdade original com a qual foi criado, desobedeceu à ordem de Deus. Eva cedeu à tentação e comeu do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. O fruto lhe parecia agradável ao paladar, atraente aos olhos, e sedutor intelectualmente.
Eva também deu de comer do fruto da árvore ao seu marido, Adão. Quando o primeiro casal comeu do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, seus olhos se abriram. Ali se deu a origem do pecado na humanidade. Assim, Adão e Eva perceberam que estavam despidos e juntaram folhas de figueira para se cobrirem.
Quando ouviram a voz do Senhor que andava pelo jardim, os dois se esconderam (Gênesis 3:1-8). Mas Deus julgou e puniu aquela desobediência; expulsou o primeiro casal do jardim e tornou inacessível o caminho à árvore da vida.
Por que Deus colocou a árvore do conhecimento do bem e do mal no jardim?
Essa pergunta deve ser respondida considerando alguns pontos básicos. Em primeiro lugar, Deus criou o homem à sua imagem e semelhança; uma criatura livre e pessoal, dotada de capacidade e responsabilidade moral.
Em segundo lugar, sendo onisciente, Deus sabia exaustivamente tudo o que aconteceria entre o homem e a árvore do conhecimento do bem e do mal plantada no jardim. Em outras palavras, Ele sabia plenamente que o homem comeria do fruto dessa árvore.
Em terceiro lugar, o conceito correto de livre-arbítrio exige a capacidade plena para escolher e tomar decisões morais, tanto boas quanto más. Portanto, isso significa que para que o homem fosse realmente livre, ele deveria ter acesso a todas as possibilidades, inclusive a desobediência.
Sob esse aspecto, a árvore do conhecimento do bem e do mal implicou num teste. Isso nos leva a perceber que a ênfase bíblica não está na natureza da árvore do conhecimento em si, mas na oportunidade que ela representava.
Algumas pessoas enxergam a árvore do conhecimento do bem e do mal como uma coisa mística. Elas pensam que o fruto da árvore possuia alguma propriedade especial em si que conferia um conhecimento proibido.
É justamente com base nesse mau entendimento que as pessoas se perguntam por que Deus colocou a árvore do conhecimento do bem e do mal no jardim. Isso porque se o mal em si estivesse na árvore, então o próprio Deus teria o mal dentro do jardim ao alcance do homem. Mas é claro que essa interpretação está errada.
O significado da árvore do conhecimento do bem e do mal
A árvore do conhecimento em si era uma árvore boa. Deus não é o autor do mal! A Bíblia claramente diz que tudo o que Deus criou era originalmente bom. Por isto já foi dito que a ênfase é colocada na oportunidade que a árvore dava, e não em suas qualidades próprias.
Apesar de a árvore ser boa, Deus deu uma ordem para que o homem não comesse de seu fruto. Então o mal se configuraria na desobediência da Palavra de Deus. Assim, aquela árvore essencialmente boa representava a possibilidade de um conhecimento potencialmente ilimitado.
Somente Deus é conhecedor de todas as coisas. Então, como sua criatura, o homem deveria confiar que somente seu Criador onisciente é quem sabe o que é verdadeiramente bom e mau para sua vida. O homem deveria obter esse conhecimento através de seu Criador.
Quando o homem comeu da árvore do conhecimento do bem e do mal com a expectativa de ser como Deus, ele tentou se apropriar de algo que só pertence ao Criador. Ele tentou usurpar o lugar de Deus! Ao tomar de forma ilícita da árvore do conhecimento do bem e do mal, o homem tentou declarar sua autonomia. Ele tentou conhecer as coisas à parte de Deus.
De forma muito significativa, ao lado da árvore do conhecimento do bem e do mal também estava a árvore da vida; e de seu fruto o homem tinha permissão de comer. Portanto, o caráter da escolha moral era muito claro. O homem foi convidado a escolher entre obediência e desobediência; entre vida e morte; entre bênção e maldição; entre depender de Deus e se rebelar contra Ele.
Por que houve o teste da árvore do conhecimento do bem e do mal?
A pergunta sobre o porquê de Deus ter colocado a árvore do conhecimento do bem e do mal no jardim, pode ser reformulada em outra pergunta. Podemos perguntar: Por que Deus resolveu testar o homem mesmo sabendo que ele falharia no teste e abriria as portas da humanidade para o pecado?
A resposta dessa pergunta exige o conhecimento dos propósitos eternos de Deus. Então obviamente não somos capazes de compreender plenamente tudo o que está envolvido nessa questão. Tudo o que sabemos é que o fim último de todas as coisas é a glória de Deus.
A rebeldia do homem ao comer da árvore do conhecimento do bem e do mal não pegou Deus de surpresa. Dessa forma, a reprovação do homem nesse teste foi considerada no plano eterno de Deus concebido de acordo com sua vontade santa e justa. Encontramos conforto ao saber que muito além do nosso entendimento, tudo aconteceu de um modo em que, no final, Deus receberá maior glória; seja na manifestação de sua graça, seja na manifestação de sua justiça.
A desobediência do homem e a providência Divina
O homem queria ser como Deus, mas foi enganado pelo tentador. Deus conhece o bem e o mal, mas o mal Ele conhece de forma intelectual, por contraste. Deus é perfeitamente santo, e tudo aquilo que não está de acordo com o seu padrão moral é o mal.
Mas ao desobedecer à ordem de Deus e comer do fruto da árvore do conhecimento, o homem passou a conhecer o mal de forma experimental. Como Deus, o homem é capaz de discernir entre o bem e o mal. Mas diferentemente de Deus, o conhecimento que o homem tem do mal envolve culpa e vergonha. O homem não obteve o conhecimento do mal através do conselho de Deus, mas através de sua contaminação com ele.
Ao comer da árvore do conhecimento do bem e do mal em seu ato de rebelião, o homem tomou participação no mal. Isso significa que o mal se tornou parte de sua natureza e inclinou seu coração na direção contrária ao bem espiritual. Por isso o homem perdeu sua inocência e liberdade moral.
Por sua própria natureza, o homem é incapaz de resistir ao pecado e fazer o bem diante de Deus. Aí entra o plano da redenção como expressão da maravilhosa graça de Deus que revela a necessidade do novo nascimento operado pelo Espírito Santo. O homem precisa de uma nova natureza para fazer aquilo que agrada a Deus.
O primeiro Adão tomou da árvore do conhecimento do bem e do mal de forma ilícita, e perdeu o acesso à árvore da vida. Mas o segundo Adão restaurou o acesso à arvore da vida; e sendo Ele próprio a revelação final de Deus, Ele alimenta o seu povo com o verdadeiro conhecimento.