O bálsamo de Gileade era uma substância natural de origem vegetal usada para fins medicinais. O bálsamo de Gileade era um remédio muito conhecido nos tempos bíblicos. Na verdade o bálsamo é uma solução medicinal e cosmética usada pelo homem desde os tempos mais remotos.
Parece que na Antiguidade era comum o bálsamo servir como um presente ou agrado a alguém (cf. Gênesis 43:11). O balsamo é extraído de certas plantas. Com relação ao bálsamo de Gileade, não se sabe exatamente de qual planta ele era produzido. Algumas tentativas já foram feitas para determinar o tipo de árvore que dava origem a esse importante produto da época.
Alguns estudiosos sugerem que o bálsamo de Gileade poderia ter sido produzido de algumas árvores encontradas na Palestina e na região do Egito. Por exemplo: a Balanites Aegyptiaca; a Pistachia Lentiscus; ou até a Commiphora Opobalsamum, uma árvore nativa do sul da Arábia. Inclusive, ainda hoje é produzida em Jericó uma substância do fruto da Balanites Aegyptiaca que é comercializada como sendo o “bálsamo de Gileade”.
No entanto, tudo isso não passa de especulação. Um dos motivos é que muitas vezes o termo “Gileade” é aplicado na Bíblia de forma muito ampla. Dessa forma, esse nome designa uma região bem extensa, como por exemplo, toda a Transjordânia israelita. Saiba mais sobre o significado de Gileade.
Também não se sabe exatamente se o bálsamo de Gileade era um tipo de loção ou uma goma; já que a palavra empregada originalmente para se referir a ele não é tão clara nesse sentido. Contudo, sabe-se que o bálsamo de Gileade era muito valorizado tanto por suas qualidades curativas quanto por suas aplicações como cosmético.
O bálsamo de Gileade era exportado para regiões como o Egito e Tiro. Isso era feito por caravanas comerciais que provavelmente vinham da Arábia e passavam por Gileade.
O significado do bálsamo de Gileade na Bíblia
O bálsamo de Gileade é citado na Bíblia desde o livro de Gênesis. O texto bíblico diz que José, filho de Jacó, foi vendido por seus irmãos a uma caravana de ismaelitas que vinha de Gileade com seus camelos carregados de bálsamo, mirra e outros produtos.
Mas o significado do bálsamo de Gileade como um produto celebrado por suas propriedades curativas, também deu origem a uma aplicação metafórica na literatura profética. Nesse sentido, o profeta Jeremias escreve: “Acaso, não há bálsamo em Gileade? Ou não há lá medico? Por que, pois, não se realizou a cura da filha do meu povo?” (Jeremias 8:22).
Nesse versículo Jeremias fala sobre o castigo de seu povo por causa do pecado. Ele lamentava profundamente a situação vivida pelos seus compatriotas, mas reconhecia que não havia qualquer remédio que pudesse aliviar a dor da destruição sobre Judá. Nenhum médico e nem mesmo o bálsamo de Gileade poderia curar aquela destruição.
O povo havia procurado a cura para o seu mal em falsos médicos e remédios errados, que com seu engano, curavam superficialmente a ferida (Jeremias 8:11). Mas somente em Deus havia o verdadeiro bálsamo que poderia restaurar aquele povo de sua ruína.
O mesmo profeta, ao registrar a palavra de juízo do Senhor contra o Egito, também usa a figura do bálsamo de Gileade. Ele escreve: “Sobe a Gileade e toma bálsamo, ó virgem filha do Egito; debalde multiplicas remédios, pois não há remédio para curar-te” (Jeremias 46:11). Algo semelhante também é dito sobre o juízo de Deus contra a Babilônia (Jeremias 51:8).