O Lugar Santíssimo

O Lugar Santíssimo era uma sala com formato cúbico dentro do Santuário. O Lugar Santíssimo media dez côvados de altura, dez côvados de largura e dez côvados de comprimento.

A sala era formada por cortinas especiais feitas de linho fino. Sua entrada era fechada por um espesso véu feito do mesmo material das cortinas que formavam todo o local. Somente uma pessoa, o sumo sacerdote, podia entrar no Lugar Santíssimo uma única vez ao ano.

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As características do Lugar Santíssimo

O Lugar Santíssimo foi construído conforme as especificações da planta do Tabernáculo dada por Deus a Moisés. O Tabernáculo, propriamente dito, era a tenda que se dividia em dois compartimentos, isto é, o Santo Lugar e o Lugar Santíssimo. Essa tenda, por sua vez, era cercada por um grande átrio.

Toda a construção era feita com cortinas que ficavam sustentadas por armações de madeira. As peças de madeira que formavam essas armações eram cobertas de metais preciosos como o ouro, a prata e o bronze. Saiba mais sobre a construção do Tabernáculo.

O que de fato delimitava o Lugar Santíssimo era o véu que o separava do Santo Lugar. Como foi dito, esse véu era uma tapeçaria feita de “estofo azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino retorcido; com querubins, o fará de obra de artista” (Êxodo 26:31). O véu ficava sustentado por quatro colunas de madeira de cetim e preso por colchetes de ouro.

O Lugar Santíssimo ficava fechado durante todo o ano, exceto do Dia da Expiação. Nesse dia o sumo sacerdote entrava pelo véu que separava o Lugar Santíssimo da ante-sala do Tabernáculo para oferecer a Deus a oferta da expiação pelo pecado do povo. Dentro do Lugar Santíssimo havia apenas um mobiliário: a Arca da Aliança.

Na Carta aos Hebreus, o escritor bíblico conta o altar do incenso como mobília do Lugar Santíssimo provavelmente por causa de sua significativa função no Dia da Expiação (Hebreus 9:4).

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A simbologia do Lugar Santíssimo

O Lugar Santíssimo era o lugar mais especial do Tabernáculo; era a sala do trono de Deus no meio do Seu povo; era o local onde Ele se encontrava com o representante de Israel uma vez por ano no Dia da Expiação.

Por causa de seu importante significado, os estudiosos bíblicos têm sugerido várias simbologias relacionadas ao Lugar Santíssimo. Por exemplo: muitos comentaristas enxergam em cada cor do véu do Santíssimo Lugar um significado espiritual específico. Então é dito que a cor branca lembra a pureza e a santidade; a cor azul lembra o lar celestial; a cor púrpura lembra a realeza de Deus; e a cor carmesim lembra o sacrifício do Salvador Jesus.

Outros comentaristas vão ainda mais além e relacionam as cores e as quatro colunas que sustentavam o véu com os quatro Evangelhos. Então eles dizem que:

  • A cor púrpura, que se refere à realeza, diz respeito ao Evangelho de Mateus que apresenta Jesus como o grande Rei.
  • O carmesim, que se refere ao sacrifício de Jesus, diz respeito ao Evangelho de Marcos que apresenta Jesus como o Servo sofredor.
  • O branco, que se refere à santidade, pureza e perfeição, diz respeito ao Evangelho de Lucas que apresenta Jesus como o perfeito Filho do Homem.
  • Já o azul, que se refere ao céu, diz respeito ao Evangelho de João que apresenta Jesus como o verdadeiro Filho de Deus que desceu do céu à terra para prover a expiação pelo pecado.

Apesar de serem interessantes, algumas vezes essas conexões tipológicas são muito mais uma interpretação pessoal de cada erudito do que uma referência bíblica direta. É exatamente isso o que acontece com relação à simbologia das características do Lugar Santíssimo.

Sem dúvida as cores do véu do Lugar Santíssimo nos lembram da santidade, do céu, da realeza e do sacrifício de Cristo. Mas não há uma passagem bíblica direta que de fato estabeleça esse paralelismo específico; pelo menos não em relação às cores. Mas isso não quer dizer que a Bíblia não estabeleça um paralelo entre o Lugar Santíssimo e Cristo. Muito pelo contrário!

O Lugar Santíssimo e Cristo

O Novo Testamento se concentra em relacionar o Lugar Santíssimo e o seu véu com a obra expiatória de Jesus. O Lugar Santíssimo era um compartimento exclusivo, e o seu véu separava o homem pecador da presença santa do Deus Todo-Poderoso.

Inclusive, o véu era estampado com querubins, os seres celestiais cujo serviço está diretamente ligado à santidade de Deus. O recado era claro: ninguém podia se aproximar livremente; ninguém podia entrar confiante no Lugar Santíssimo.

Mas Cristo veio, e através do seu sacrifício o acesso a Deus foi restaurado. Nesse sentido a Carta aos Hebreus explica que o véu do Lugar Santíssimo tipificava o corpo de Jesus oferecido na cruz (Hebreus 10:20). No momento do seu sacrifício expiatório, o véu do Templo se rasgou de alto a baixo (Marcos 15:38).

Isso indica que todo aquele que crê em Jesus Cristo para salvação é autorizado a entrar no Lugar Santíssimo; não mais o terreno, mas o celestial. Através dos méritos de Cristo, suas ovelhas podem se achegar com confiança à sala do trono da graça. Então o Lugar Santíssimo era um símbolo provisório que prefigurava a realidade da plena habitação de Deus com Seu povo, na pessoa de Jesus Cristo, o Emanuel (João 1:14). Leia mais sobre o Santo dos Santos.

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