A declaração “e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” significa que somente a verdade de Cristo liberta o pecador. A salvação do homem só é possível através de um relacionamento genuíno com Jesus Cristo que expressa um compromisso sincero com a verdade que Ele revelou.
Foi o próprio Jesus quem declarou: “e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Isso aconteceu durante um discurso perante os judeus no templo. Nesse discurso Jesus defendeu a sua missão e a autoridade que recebeu do Pai (João 8:12-59).
O apóstolo João registrou esse discurso de tal forma que claramente podemos perceber o estado de escravidão espiritual em que se encontravam as pessoas que ouviam as palavras de Jesus. Provavelmente a multidão que ouvia Jesus era composta de pessoas de diferentes classes; entre elas: lideres religiosos, fariseus, cidadãos de Jerusalém e alguns peregrinos. Certamente algumas dessas pessoas pertenciam ao Sinédrio.
Num certo momento aquelas pessoas até se mostraram entusiasmadas com Jesus. Algumas delas até arriscaram dizer que acreditavam nele (João 8:30). Então foi nesse ponto que Jesus disse: “Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:32,33).
Porém, na sequência do discurso percebemos que a reação daquelas pessoas não passava de uma profissão de fé vazia e superficial. Tão logo elas começaram a insultar Jesus e depois até queriam apedrejá-lo (João 8:48-59).
E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará
Quando os judeus ouviram a sentença “e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”, imediatamente eles replicaram dizendo: “Somos descendência de Abraão e jamais fomos escravos de alguém; como dizes tu: Sereis livres?” (João 8:33).
Ao dizerem “jamais fomos escravos” obviamente os judeus não estavam se referindo à história política e social do povo de Israel. A Bíblia mostra que os israelitas foram escravos no Egito e depois foram também subjugados por diferentes nações. Então essa declaração certamente se referia à sua situação religiosa.
Eles se vangloriavam por ser descendentes de Abraão; eles acreditavam que essa linhagem tornava-os livres e participantes perpétuos do pacto de graça que Deus havia feito com o patriarca (Gênesis 17:7).
Por esse motivo eles ficaram tão ofendidos e indignados quando ouviram as seguintes palavras: “e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Eles ficaram irritados porque tinham entendido que Jesus estava dizendo que espiritualmente eles não eram pessoas livres.
De fato aquelas pessoas estavam muito distantes da condição apresentada por Jesus: “Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos”. Olhar para Cristo como o Senhor de suas vidas a ponto de obedecê-lo incondicionalmente era uma ofensa para aquelas pessoas. Elas estavam diante da revelação especial de Deus, mas não conheciam a verdade.
A verdade que liberta
Somente pela pessoa e obra de Cristo alguém pode ser conduzido a um conhecimento genuíno da verdade. O próprio Jesus diz: “Eu sou o caminho a verdade e a vida“ (João 14:6). Somente Ele é a revelação do Pai que expressa a verdade que liberta. Por isso Ele também diz: “Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz” (João 18:37).
A declaração “e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” indica que uma pessoa só é verdadeiramente livre quando o Evangelho de Cristo domina sua vida por completo. Essa pessoa de fato conhece a verdade de forma experiencial, pois vive a liberdade provida pela obra redentora do Salvador; essa pessoa já não está mais sob a culpa e o domínio do pecado.