Como Foi a História da Igreja Medieval?

A Igreja Medieval era a Igreja que teve sua história desenvolvida entre os séculos 5 e 15 d.C. Foi durante a era da Igreja Medieval que ocorreram importantes eventos que marcaram a história do Cristianismo.

A consolidação da Igreja Católica Romana e seu papado, o surgimento do monasticismo ocidental, as cruzadas, a divisão permanente entre a Igreja Ocidental e a Igreja Oriental, a Inquisição e a popularização do sistema de indulgências, tudo isso aconteceu durante o período da Igreja Medieval.

Antes da Igreja Medieval

A história da Igreja Medieval teve início com o fim da era da Igreja Antiga. O período da Igreja Antiga é aquele que compreende desde o primeiro século até o final do quarto século. Durante o tempo da Igreja Antiga, o Cristianismo enfrentou muitos desafios.

A Igreja Antiga precisou enfrentar perseguições implacáveis. Mas isso mudou quando Constantino assumiu o poder no Império Romano. O imperador Constantino tratou de garantir liberdade aos cristãos, proibindo as perseguições.

Então a partir daí a Igreja começou a se organizar de forma mais oficial, já que agora era tolerada pelo Império. Foi nesse período que também começaram a ser construídos os grandes templos para abrigar os cultos cristãos. Além disso, com a tolerância imperial ao Cristianismo, muitas pessoas da elite romana começaram a se identificar como cristãs.

O envolvimento da Igreja Antiga com o Império Romano acabou despertando a indignação de muitas pessoas. Então foi nessa época que o monasticismo do Oriente começou a crescer, com um número muito grande pessoas vivendo no deserto em busca de uma vida espiritual mais pura. Ainda no lado Oriental, outro movimento radical que ganhou força nesse período foi o movimento dos donatistas, que também não aceitava as facilidades da Igreja com o Império.

No campo doutrinário, a Igreja Antiga também teve de lidar com perigosas heresias que desafiavam a divindade e a humanidade de Cristo, bem como a pessoalidade do Espírito Santo. Outras heresias também tentavam desqualificar outras doutrinas centrais da Fé Cristã, como o pecado original e a salvação pela graça mediante a fé. Para corrigir essas questões, grandes Concílios foram reunidos.

Mas enquanto que com Constantino o Cristianismo tinha liberdade e era tolerado, com o imperador Teodósio o Cristianismo tornou-se a religião oficial do Império com o Édito de Tessalônica em 381 d.C.

O início da Igreja Medieval

Ainda na época da Igreja Antiga, o Império Romano já estava dividido em dois ramos, o Ocidental e o Oriental. O Império Ocidental, no entanto, já estava decadente. A Igreja, por outro lado, estava se tornando cada vez mais forte. Com isso, a figura do bispo de Roma ganhou mais e mais poder. Isso se tornou notável no bispado de Leão I, considerado por muitos o primeiro a assumir de forma mais oficial o modelo de autoridade papal.

Então finalmente o Império Romano Ocidental entrou em colapso total. Aquela estrutura política, econômica e social unificada deu lugar a vários reinos independentes. Mas a Igreja Católica Romana acabou se aproveitando dessa situação e se colocou como a grande instituição unificada do Ocidente. Foi assim que teve início a história da Igreja Medieval.

As características da Igreja Medieval

Na Idade Média, o papado não apenas tornou-se legitimo, mas era o posto de autoridade de maior influência política e religiosa no mundo Ocidental. Nesse sentido, a Igreja legislava sobre muitas questões e acumulava grande quantidade de terras.

O papado de Gregório I foi exemplo claro da força e do prestígio do bispo de Roma. Gregório I foi o bispo da Igreja Medieval Romana que basicamente organizou todo o sistema de governo papal que se estendeu pelo período da Idade Média. Gregório I teve um papel decisivo na padronização da liturgia e da teologia da Igreja Medieval Romana.

Além disso, Gregório I ainda teve um papel importante na missiologia da Igreja Medieval. Quando o Império Romano do Ocidente caiu, surgiram vários reinos germânicos independentes em seu lugar. Esses reinos eram governados por reis pagãos. Então Gregório I enviou muitos missionários para anunciar o Evangelho àqueles grupos germânicos, especialmente no norte da Europa.

Naquele tempo o monasticismo também se fortificou, e muitos dos missionários eram monges beneditinos, ou seja, monges que pertenciam à Ordem de Bento de Núrsia, o fundador do monasticismo no Ocidente. Inclusive, os mosteiros não serviam apenas como lugares de adoração, oração e estudo, mas eram também os centros educacionais que existiram em grande parte da Idade Média.

Um monge missionário muito proeminente na Igreja Medieval foi o anglo-saxão Winfrid, que depois assumiu o nome romano Bonifácio. O monge Bonifácio teve um papel muito importante na evangelização das tribos germânicas, onde estabeleceu muitos mosteiros. Além disso, Bonifácio agiu na articulação entre os francos e a Igreja Medieval de Roma.

A Igreja Medieval também teve de lidar com a questão do surgimento do Islã, o que acabou levando às Cruzadas. Foi ainda durante a era medieval que as diferenças entre as Igrejas Ocidental e Oriental chegaram ao seu ápice, ocasionando uma ruptura total entre a Igreja Católica Romana e a Igreja Ortodoxa Grega.

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O declínio da Igreja Medieval

A Igreja Medieval contou com grandes pensadores. Teólogos escolásticos como Anselmo da Cantuária e Tomás de Aquino ofereceram grandes contribuições para questões importantes da Fé Cristã como, por exemplo, as doutrinas da criação, encarnação, expiação e os atributos de Deus.

Mas foi também nesse período da Igreja Medieval que ganharam força certos conceitos que não possuem apoio bíblico, mas que marcaram a teologia da Igreja Católica Romana. Por exemplo: a doutrina do purgatório, a transubstanciação, a intercessão dos santos, a veneração de Maria, o mérito humano da salvação, etc. O próprio Tomás de Aquino, que foi um teólogo brilhante em muitos aspectos, acabou falhando ao endossar a defesa desses pontos.

Com o tempo, a Igreja Medieval entrou num declínio profundo. Se por um lado a Igreja Medieval se mostrava maior e mais poderosa que nunca, por outro lado ela também se mostrava corrupta, ineficiente e distante da Escritura.

O papado passou a estar muito mais atrelado a um jogo de poder do que a uma liderança eclesiástica. Nesse período houve muitas conspirações e vários papas foram mortos de forma violenta. Inclusive, num determinado momento houve dois papas eleitos ao mesmo tempo.

A Igreja Medieval também implantou o sistema de indulgências, que basicamente era a venda de perdão de pecados. A verdade é que a Igreja Medieval lucrou uma fortuna com a suposta ideia de que podia vender a salvação aos pecadores. Foi durante a Igreja Medieval que foram estabelecidos os tribunais de inquisição.

A Renascença também representou um desafio para a Igreja Medieval, pois fez com que muitas pessoas abandonassem o Catolicismo e buscasse os conceitos filosóficos e religiosos do mundo greco-romano antigo.

O auge da crise da Igreja Medieval ocorreu a partir do século 14 d.C. Foi nesse período que surgiram os pré-reformadores, que foram pessoas que não aceitavam o rumo que a Igreja Medieval tinha tomado, e acreditavam que algo precisava ser feito. Então todas essas coisas foram contribuindo de modo a formar o cenário propício para a Reforma da Igreja no século 16 d.C., quando da Igreja Medieval surgiu a Igreja Reformada.

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