Jesus é Deus, e esse ensino é bastante claro em toda a Bíblia, do Antigo ao Novo Testamento. A divindade de Cristo é um ponto fundamental da fé cristã, e qualquer um que negue essa verdade, ainda que se rotule um cristão, de fato não o é.
A Bíblia afirma que Jesus é Deus
Do começo ao fim, as Escrituras afirmam explicitamente que Jesus é Deus. Uma das passagens mais conhecidas é a profecia do profeta Isaías sobre o nascimento miraculoso de Jesus, informando que seu nome seria “Emanuel”. Esse nome simplesmente significa “Deus conosco” (Isaías 7:14).
O salmista Davi também foi outro que escreveu sobre a plena divindade de Cristo. O Salmo 110 é um exemplo direto acerca disso, onde lemos sobre o reino e o sacerdócio do Messias. Esse salmo, inclusive, traz um diálogo entre o Deus Triúno: “Disse o SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés” (Salmo 110:1).
No texto original, literalmente lemos: “Yahweh disse ao meu Adonai”. Yahweh é o nome próprio de Deus no Antigo Testamento, e Adonai é o título utilizado para se referir à supremacia e grandiosidade de Deus.
Com o tempo, o nome de Deus foi considerado pelos judeus como impronunciável, e Adonai foi passou a ser o título mais usual para se referir a Ele. Ao atribuir o título Adonai ao Messias, Davi estada declarando explicitamente a divindade dele. O próprio Jesus, ensinando no Templo, utilizou esse mesmo salmo para afirmar sua identidade (Marcos 12:37).
Ainda nesse salmo, lemos a seguinte proclamação: “Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque” (Salmo 110:4). Mais tarde, o escritor do livro de Hebreus entendeu isso, e usou esse mesmo salmo para falar sobre a perfeição e superioridade do sacerdócio de Cristo Jesus (Hebreus 7-8).
O profeta Malaquias foi outro que também profetizou sobre a divindade de Jesus ao afirmar que o Messias é o Mensageiro enviado por Deus, de modo que Ele é o próprio Senhor (Malaquias 3:1; cf. Marcos 1:2; Lucas 1:76).
O Novo Testamento também aponta diretamente para a verdade de que Jesus é Deus. As primeiras palavras do Evangelho de João declaram essa verdade: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (João 1:1). Aqui vale dizer que o grande propósito do Evangelho de João era afirmar a plena divindade e humanidade de Jesus, que estavam sendo atacadas por falsos mestres no século 1 d.C.
Quando o anjo apareceu em sonho a José de Nazaré para anunciar o nascimento de Jesus, ele prontamente disse que aquele acontecimento extraordinário era o cumprimento da profecia do profeta Isaías já citada neste texto, de que a virgem daria a luz e seu filho seria chamado pelo nome de Emanuel (Mateus 1:23).
Em algumas ocasiões durante o ministério terreno de Jesus, os apóstolos professaram explicitamente que Jesus é Deus. O apóstolo Pedro disse: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mateus 16:16). Após a ressurreição, foi a vez do apóstolo Tomé confessar: “Senhor meu, e Deus meu!” (João 20:28).
O próprio Jesus afirmou ser Deus
O Novo Testamento registra muitos detalhes e ocasiões em que o próprio Jesus fala de sua divindade. É verdade que não temos nenhum versículo onde se pode ler exatamente, e com essa mesma ordem de palavras, algo como: “E Jesus disse: Eu sou Deus”. Todavia, esse entendimento está tão explicito nas palavras de Jesus que é impossível não percebê-lo ou negá-lo.
Podemos começar pelo título “Filho do Homem”. Esse título foi o mais usado por Jesus para se referir a Ele próprio. Ao contrário do que alguns pensam, esse título não apenas aponta para natureza humana de Jesus, mas também para a sua divindade, pois esse é o título utilizado pelo profeta Daniel para se referir Àquele que veio nas nuvens e lhe foi dado o domínio, a honra e o reino eterno (Daniel 7:13,14). Ao utilizar esse título, Jesus também estava declarando ser Ele Aquele de quem o profeta Daniel profetizou.
Jesus também declarou abertamente que Ele e o Pai são Um (João 10:30), além de dizer: “Quem me vê a mim vê o Pai” (João 14:9). Com tais declarações, Jesus estava afirmando ser plenamente Deus.
Um dia, quando os fariseus interrogaram Jesus sobre sua identidade, Jesus lhes respondeu: “Antes que Abraão existisse, Eu Sou” (João 8:58). Essa resposta é uma declaração explicita de que Jesus é Deus. A expressão “Eu Sou” é muito especial, pois é a expressão que traduz o significado do nome pessoal de Deus no Antigo Testamento.
Quando Moisés perguntou a Deus qual era seu nome, a resposta foi a seguinte: “Eu Sou o que Sou” (Êxodo 3:14). Portanto, ao utilizar essa expressão, Jesus estava afirmando sua plena divindade, e a prova disso é que os judeus entenderam o que Jesus estava dizendo, tanto que pegaram pedras para apedrejá-lo acusando-o de ser fazer igual a Deus (João 8:59; cf. 5:18).
Essa não foi a única vez que Jesus utilizou a expressão “Eu Sou”. O mesmo Evangelho de João traz sete grandes declarações de Jesus onde Ele emprega essa expressão:
- “Eu Sou o pão da vida” (João 6.35,48,51). Aqui Jesus afirma ser o alimento espiritual que sustenta o seu povo.
- “Eu sou a luz do mundo” (João 8.12; 9.5). Aqui Jesus declara que quem o segue jamais estará em trevas.
- “Eu Sou a porta” (João 10.7,9). Ao dizer isso Jesus assegura que Ele é a porta que dá acesso a Deus, e quem entrar por Ele encontrará pastagem e será salvo.
- “Eu Sou o bom Pastor” (João 10:11,14). Jesus declarou que dá sua vida por suas ovelhas e as protege.
- “Eu sou a ressurreição e a vida” (João 11.25). Jesus afirmou ser a própria vida que vence a morte.
- “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (João 14.6). Jesus ensinou que a apenas por Ele somos conduzidos ao Pai.
- “Eu sou a videira verdadeira“ (João 15.1,5). Com essa declaração Jesus alertou que apenas estando nele é que podemos produzir frutos.
A Igreja Primitiva entendeu que Jesus é Deus
Apesar de a divindade de Cristo ter sido muito atacada por heresias durante a história da Igreja, a verdade é que desde os seus primeiros dias, a Igreja Primitiva já havia entendido que Jesus Cristo é Deus.
Um exemplo disso foi o episódio do martírio de Estêvão. Quando estava prestes a morrer, aquele homem de Deus exclamou: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito” (Atos 7:59). Naquele momento ele estava vendo os céus abertos, e Cristo em pé à mão direita de Deus (Atos 7:56), e ao entregar seu espírito a Jesus, ele estava declarando abertamente a divindade de Cristo.
Os apóstolos, em suas epístolas, também de forma bastante direta ensinaram que Jesus Cristo é Deus. Um exemplo disso é a passagem em que o apóstolo Paulo, escrevendo a Timóteo, diz que “Deus se manifestou em carne” (1 Timóteo 3:16). Essa passagem revela tanto a divindade de Cristo quanto a sua humanidade.
Em Atos 20:28, lemos sobre a Igreja de Deus, “a qual Ele comprou com o seu próprio sangue”. É fácil perceber aqui que Jesus é diretamente indicado como sendo Deus. O apóstolo João, em sua primeira epístola, também escreveu que Jesus Cristo é o verdadeiro Deus e a vida eterna (1 João 5:20).
Jesus é Deus e possui os nomes e atributos divinos
Em Juízes 13, na narrativa acerca do nascimento de Sansão, seus pais receberam a visita do Anjo do Senhor. Quando perguntaram o nome daquele anjo, eles ouviram a seguinte resposta: “Por que perguntas assim pelo meu nome, visto que é maravilhoso?” (Juízes 3:18). Após terem escutado essa resposta, assim que o anjo foi embora, Manoá, pai de Sansão, declarou: “Certamente morreremos, porquanto temos visto a Deus” (Juízes 13:22).
Perceba que eles entenderam ter recebido a visita do próprio Deus. Muito tempo depois, numa das profecias mais conhecidas do profeta Isaías, encontramos a revelação do nome do Messias: “Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Isaías 9:6). A combinação dessas duas passagens é uma declaração inegável de que Jesus é Deus.
Existem várias outras passagens em que Jesus é chamado por nomes e títulos que revelam também seus atributos divinos. O profeta Jeremias se refere ao nome do Messias como sendo “Senhor, Justiça Nossa” (Jeremias 23:6). A palavra “Senhor” traduz no original o próprio nome de Deus, transliterado no português como Javé.
Já vimos que Davi, no Salmo 110, chamou o Messias de Adonai. Também no Salmo 24, um salmo messiânico, que celebra a exaltação do Messias, o mesmo salmista atribui a Ele o nome de “Senhor dos Exércitos”, o qual é o próprio “Rei da Glória” (Salmos 24:10), um título similar ao empregado pelo apóstolo Paulo em 1 Coríntios 2:8, ao chamar Jesus de “Senhor da Glória”.
O profeta Isaías, na ocasião de seu chamamento para o ministério profético, temeu por sua vida, pois seus olhos haviam visto “o Rei, o Senhor dos Exércitos” (Isaías 6:5). Já no Novo Testamento, somos informados de que nessa ocasião o profeta viu o próprio Jesus, o Filho de Deus (João 12:40,41).
O profeta Miqueias, profetizando acerca do nascimento do Messias, não apenas profetizou acerca de sua humanidade, mas também acerca de sua divindade, ao apontar claramente para sua eternidade (Miqueias 5:2).
No Novo Testamento, Jesus também é designado como sendo o Alfa e Ômega, um título atribuído igualmente a Deus o Pai (Apocalipse 22:13; cf. 1:8; Isaías 44:6). Com tudo isso, entendemos que a Bíblia claramente afirma que Jesus é Deus e atribui a Ele os atributos que pertencem somente a Deus, como: eternidade (João 1:1; Hebreus 13:8; cf. Isaías 9:6; Miqueias 5:2); onipotência, ou seja, Ele é o Todo-Poderoso (Mateus 28:18; Efésios 1:21; Apocalipse 22:13); onipresença (Mateus 18:20; 28:20); onisciência (João 1:48; 16:30; 21:17; Colossenses 2:2,3); imutabilidade (Hebreus 1:11,12) etc.
Jesus é Deus e faz coisas que só Deus pode fazer
Outra prova indiscutível de que Jesus Cristo é Deus, são as obras atribuídas a Ele. Por exemplo:
- Jesus é Deus porque Ele é o Criador e o sustentador de todas as coisas (Colossenses 1:16,17), e “sem Ele nada do que foi feito se fez” (João 1:3).
- Jesus é Deus porque Ele pode salvar ou condenar, revelar ou esconder a salvação aos homens (Mateus 11:26,27; João 5:21).
- Jesus é Deus porque Ele é Aquele que ouve e responde as orações de seu povo para que o Pai seja glorificado (João 14:13; 2 Coríntios 12:8,9).
- Jesus é Deus e tem o poder de perdoar pecados (Mateus 9:6; Marcos 2:10; Lucas 5:24).
- Jesus é Deus e por isso devemos crer nele assim como cremos no Pai (João 14:1).
- Jesus é Deus e possui o poder para julgar todas as coisas (João 5:22).
- Jesus é Deus e por isso Ele é digno de receber toda a adoração assim como o Pai e o Espírito Santo (João 5:23; Filipenses 2:10; Hebreus 1:6; Apocalipse 5:13). Durante seu ministério terreno, frequentemente Ele foi adorado (Mateus 8:2; 9;18; 14:33; 15:25; 28:9,17; etc.).
Para concluir, podemos mais uma vez enfatizar que a Bíblia afirma de forma clara, direta e incontestável que Jesus é Deus. Essa afirmação é tão explicita, que realmente o dilema popularizado por C. S. Lewis faz todo sentido, ao dizer que ou Jesus é um mentiroso, ou um lunático ou realmente Ele é Deus.
Sobre isso, prefiro ficar com a resposta do apóstolo Paulo: “Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Colossenses 2:9). Sim, Jesus é Deus! As provas são incontestáveis. Mas por que nem todos aceitam? Simples! Porque aceitar a divindade de Cristo, reconhecendo-o como verdadeiro Deus e Salvador, não é simplesmente uma questão de provas, mas de fé, e essa fé, homem algum, de si mesmo, jamais poderá produzir (João 6:44).