A Bíblia registra a história da provisão de Deus no monte do sacrifício, lá no Moriá. Essa história ainda destaca a fé e a obediência de Abraão como um exemplo para todos nós. A Bíblia diz que somos escolhidos e amados por Deus, mas também somos provados por Ele.
Por mais que tais provações pareçam intransponíveis, devemos nos lembrar de que nada pode frustrar Seus planos. Deus sempre permanece fiel à Sua Palavra. Neste estudo bíblico falaremos sobre o teste a qual Abraão foi submetido, e como Deus revelou Sua provisão naquela ocasião.
Introdução sobre a provisão de Deus no monte do sacrifício
Na história de Abraão, podemos ver que o patriarca enfrentou muitas provações e dificuldades. Abraão precisou partir de sua terra, saindo do meio de sua família (Gênesis 11:27; 12:5). Ele enfrentou situações complicadas até mesmo de escassez e fome (Gênesis 12:10). Essas situações também envolviam perigos militares (Gênesis 14:1-16). Além disso, ele precisou lidar com a questão da esterilidade de sua esposa, Sara.
Quando Abraão partiu de sua terra, ele já tinha 75 anos de idade, e sua esposa era cerca de dez anos mais jovem. Devido à idade avançada, talvez Abraão, ainda Abrão na ocasião, não tivesse mais nenhuma expectativa de ter um filho com sua esposa. Entretanto, Deus o chamou, e lhe fez uma promessa acerca de sua descendência.
Apesar de ter passado por muitas provações, com o nascimento de Isaque é que Abraão seria submetido ao maior teste de sua vida, e conheceria a provisão de Deus no monte do sacrifício.
Fé para subir o monte do sacrifício
No momento oportuno, segundo Seus planos, Deus concedeu o herdeiro que aquele casal tanto esperava. Isaque foi o filho da promessa, ele se tornou o centro de toda a esperança de Abraão em relação às promessas de Deus, ou seja, Abraão tinha a plena certeza de Isaque representava a linhagem pela qual o que Deus havia lhe prometido seria cumprido.
Porém, num determinado momento, Abraão foi submetido à provação mais difícil de sua vida: Deus pediu Isaque em sacrifício. Com tal pedido, Abraão foi levado ao limite de sua capacidade humana, de modo que apenas a fé verdadeira seria capaz de mantê-lo fiel a Deus.
Provação no monte do sacrifício
Apesar do grande amor de Abraão por Isaque, esse sentimento de pai e filho não foi o maior dilema que o patriarca enfrentou quando Deus pediu Isaque em sacrifício. Na verdade, a maior dificuldade de Abraão foi estar diante da possibilidade da promessa de Deus não se cumprir.
Todavia, foi exatamente nesse ponto que a o exemplo maior de fé do patriarca foi revelado. Conforme o escritor da Epístola aos Hebreus, Abraão confiou fielmente que Deus, para cumprir Sua promessa, poderia fazer com que Isaque ressuscitasse dos mortos.
Abraão estava sofrendo, porém ele sabia que de uma forma ou de outra os planos de Deus não seriam frustrados. Ainda de acordo com o texto de Hebreus, o escritor afirmou que, figuradamente, Abraão recebeu Isaque de volta dentre os mortos.
No livro de Gênesis a resposta de Abraão em relação à pergunta de Isaque acerca do cordeiro que seria sacrificado, nos mostra como a fé do patriarca o fez enxergar a ordem de Deus à luz das promessas. Ele diz: “Deus proverá para si, meu filho, o cordeiro para o holocausto” (Gênesis 22:8). Tal resposta parece indicar que em todo momento Abraão acreditava que Deus providenciaria um sacrifício substituto.
O mesmo principio podemos notar no versículo 5 do mesmo capítulo, quando Abraão diz aos seus servos: “Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o moço iremos até ali; e havendo adorado, tornaremos a vós” (Gênesis 22:5). Perceba que Abraão não esperava voltar sozinho, trazendo consigo no máximo um cadáver. Abraão confiava na fidelidade de Deus, ele esperava pacientemente pelo milagre.
Os estudiosos acreditam que Isaque tinha cerca de 25 anos naquela ocasião. Essa sugestão parece estar de acordo com o texto bíblico que mostra Isaque como alguém forte o suficiente para carregar a madeira que seria utilizada no holocausto.
Além do exemplo de fé de Abraão, esse episódio também demonstrou a obediência e a fé do próprio Isaque. Durante o caminho rumo ao Monte Moriá, a Bíblia nos informa que Isaque não sabia que ele próprio seria sacrificado (Gênesis 22:7).
Porém, quando foi informado por seu pai de que seria ele próprio o sacrifício, a Bíblia não nos relata um Isaque reclamando ou tentando fugir; ao contrário disso, a Bíblia descreve Isaque se deitando sobre a lenha.
Jesus, o Cordeiro de Deus no monte do sacrifício
O episódio do sacrifício de Isaque é muito significativo, pois possui claramente vários paralelos diretos com a expiação de Jesus na cruz. Isso significa que a provisão de Deus de um cordeiro prefigurou o sacrifício expiatório de Jesus Cristo. Jesus morreu em nosso lugar para que pudéssemos viver.
No Evangelho de João lemos: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João 1:29). Deus proveu para o nosso lugar o Seu próprio Filho. Abraão colocou sobre Isaque a lenha do holocausto, da mesma forma com que sobre Jesus foi depositado todos os nossos pecados.
Deus pediu a Abraão que ele entregasse seu único filho. Claro que Abraão também era pai de Ismael, mas Isaque era o único pela qual a linhagem da promessa continuaria. Tal como Abraão não negou seu próprio filho, Deus também entregou Seu único Filho por nós (João 3:16).
No Moriá, Isaque foi substituído por um cordeiro, mas no calvário ninguém pôde substituir Jesus, ao contrário, Ele nos substituiu. Aquele era o nosso lugar; aquela deveria ser a nossa dor. Mas nós não seríamos capazes de pagar o preço exigido pela justiça de Deus. O sacrifício deveria ser perfeito, e só o Cristo foi capaz de realizá-lo. Saiba mais sobre esse assunto lendo o texto: O Que é Soteriologia?