Lição 3: Melquisedeque, o Rei de Justiça

Melquisedeque, o Rei de Justiça é o tema da lição 3 das Lições Bíblicas CPAD do 2º trimestre de 2017 para a Escola Bíblica Dominical. Neste estudo bíblico falaremos sobre as lições que podemos aprender com Melquisedeque.

Texto Áureo: Hebreus 7:17

Leitura Bíblica em Classe: Gênesis 14:18-20; Hebreus 7:1-17

Introdução – Lição 3: Melquisedeque, o Rei de Justiça

Lições Bíblicas 2º Trimestre de 2017 – Escola Bíblica Dominical

O escritor do livro de Hebreus, inspirado por Deus, fez uma grande exposição sobre a superioridade e perfeição do sacerdócio de Cristo estabelecendo um paralelo com o sacerdócio exercido por Melquisedeque, o rei de justiça, conforme narrado no livro de Gênesis (cap. 14:18-20).

Quem era Melquisedeque – Lição 3: Melquisedeque, o Rei de Justiça

Muito pouco se sabe sobre quem foi Melquisedeque. Ele aparece e desaparece da narrativa bíblica sem muitas informações. Não é dito quem foram seus pais ou qualquer coisa referente à sua descendência.

Por conta desse mistério, alguns já tentaram sugerir que ele tenha sido: um anjo; o Espírito Santo; uma pré-aparição de Cristo; o filho de Noé, Sem; ou até Enoque, o homem que não experimentou a morte. Apesar de tantas sugestões, nenhuma delas encontra base bíblica.

O que realmente a Bíblia diz é que ele foi um rei de uma cidade chamada Salém, que significa “paz”. Além de rei, ele também era sacerdote do Deus Altíssimo, o primeiro a ser descrito oficialmente como sacerdote nas Escrituras. Seu nome, Melquisedeque, significa “rei de justiça”.

Apesar de sua linhagem não ser descrita, naturalmente ele era um descente de Noé. Não se sabe exatamente como ele se tornou um portador do verdadeiro culto a Deus, visto que ele vivia numa região imersa no paganismo.

Ele pode ter recebido as instruções sobre o verdadeiro culto pela transmissão de sua linhagem que remonta de alguma forma a Noé, ou mesmo ter tido uma revelação especial da parte de Deus, assim como teve Abraão. Seja como for, a Bíblia não esclarece esse ponto. Aqui também nos lembramos da história de Jó, um homem que também não era judeu, mas que servia ao verdadeiro Deus.

Lições do Caráter de Melquisedeque – Lição 3: Melquisedeque, o Rei de Justiça

Na Epístola aos Hebreus lemos sobre a grandeza de Melquisedeque, a quem até o patriarca Abraão deu-lhe o dízimo. Isso aponta para a verdade de que ele era um homem de caráter.

Na antiguidade normalmente o nome dizia muito sobre alguém, era uma representação clara de sua identidade, muito mais do que uma simples designação. Com base nisso, o nome desse sacerdote reflete sua integridade. Melquisedeque, o rei de justiça, era um homem reto, com caráter justo.

Além de rei de justiça, Melquisedeque também era rei de paz, isto é, rei de Salém. Quando comparamos essa informação com o fato de ele ter sido sacerdote do Deus Altíssimo, é possível que isso signifique que ele promovia o verdadeiro culto a Deus em sua cidade, e esta, por sua vez, era uma cidade de paz.

Segundo a Ordem de Melquisedeque – Lição 3: Melquisedeque, o Rei de Justiça

Quando o escritor de Hebreus escreveu sua epístola, seus destinatários eram judeus cristãos que estavam enfrentando grandes perseguições em todos os sentidos. Portanto, eles estavam sendo tentados a recuar em sua fé em Cristo e retornar ao judaísmo.

Então o escritor utilizou o Antigo Testamento, a Bíblia dos judeus, para mostrar para eles que recuar não era uma opção, pois as Escrituras desde o princípio apontam para o Cristo. A promessa feita em Gênesis 3:15 após a Queda do Homem é um exemplo caro disto. Após receberem Jesus, o Filho de Deus do qual as Escrituras testificam, voltar ao judaísmo significaria retornar ao que era inferior e temporário.

Na primeira vinda de Cristo, o sacerdócio judaico deveria ter cessado, pois Ele mesmo, como Sumo Sacerdote, se entregou a si mesmo como sacrifício vivo fazendo a mediação entre o pecador e Deus. A maioria dos judeus não compreendeu isso. Na verdade o próprio Jesus muitas vezes os repreendeu por tal erro, como por exemplo, quando Ele criticou os religiosos dizendo que eles examinavam as Escrituras, mas não percebiam que elas testificam sobre Ele.

No capítulo 7 de sua epístola, o escritor fala exatamente sobre o caráter temporário do sacerdócio judaico. Ele mostra que apesar daquele sacerdócio ter sido instituído pelo próprio Deus, ele já havia cumprido sua finalidade e deveria ter sido extinto.

Ele fundamentou sua argumentação no episódio envolvendo Melquisedeque e Abraão descrito no livro de Gênesis, mostrando que Melquisedeque não era um levita, isto é, não pertencia à tribo de Levi e pela Lei não poderia ser sacerdote, mas ele foi um sacerdote legítimo o qual o grande patriarca Abraão reconheceu sua autoridade ao dar-lhe o dízimo.

Além disso, o maior abençoa o menor, e Abraão foi abençoado por Melquisedeque. Portanto, antes que o sacerdócio da casa de Arão existisse, já havia um homem que exercia o sacerdócio diante do Deus Altíssimo.

Por isso que Melquisedeque é um tipo de Cristo, ou seja, o sacerdócio exercido por ele tipificou o sacerdócio perfeito de Cristo que também não pertencia à tribo de Levi, e por isso não poderia ser sacerdote pela Lei. Mais do que isso, o sacerdócio de Melquisedeque aponta para a verdade de que desde o princípio, antes da Lei ter sido dada no Sinai, Cristo, o Filho de Deus, já era o verdadeiro mediador entre Deus e os homens, e o Seu sacerdócio é perfeito e eterno, ou seja, enquanto os sacerdotes da Lei eram imperfeitos e mortais, precisando ser substituídos de tempos em tempos, o sacerdócio de Cristo dura para sempre, e nunca precisará ser substituído.

Para exemplificar esse ensino, o escritor apelou para o salmo messiânico de Davi a qual ele declara que sobre o Messias: “Tu és um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque” (Sl 110:4).

Conclusão – Lição 3: Melquisedeque, o Rei de Justiça

Embora não saibamos nada a respeito, Melquisedeque em determinado momento também morreu. A Bíblia fala apenas de dois homens que não experimentaram a morte: Enoque e o profeta Elias.

Apesar disso, o sacerdócio exercido por esse importante, e ao mesmo tempo desconhecido, personagem bíblico, pré-figurou o sacerdócio de Cristo. Se Melquisedeque, o rei de justiça, morreu, Jesus também morreu, porém Ele ressuscitou, e assim podemos descansar na certeza de que nosso Sumo Sacerdote vive para sempre, e seu sacrifício no Calvário foi perfeito e definitivo, resgatando para si um povo eleito, sacerdócio real, conforme o apóstolo Pedro declarou em sua epístola (1Pe 2:9).

Escola Dominical – Lições Bíblicas 2º Trimestre 2017: O Caráter do Cristão – Moldado Pela Palavra de Deus e Provado Como Ouro EBD CPAD | Lição 3: Melquisedeque, o Rei de Justiça.