Dias atrás uma forte ventania me fez lembrar de uma situação que um dia os discípulos de Jesus passaram. Já era noite quando eles pegaram um barco e partiram rumo a Cafarnaum. Durante a madrugada, um forte vento os alcançou, deixando o mar totalmente agitado.
De repente, eles começaram a ver algo inusitado, alguém andando sobre as águas. A primeira reação, claro, foi o medo. Mas logo Jesus se apresentou e Pedro pediu para ir encontrá-lo. Saiba quem foi o apóstolo Pedro.
Essa história todos conhecem, vocês sabem o que aconteceu. A maioria das pessoas usa o fato de Pedro ter afundado como exemplo de fracasso a não ser seguido. Claro que o problema com a falta de fé foi corrigido muitas vezes por Jesus. Ele até cobrou Pedro a respeito disto, porém existem algumas coisas nesta história que muita gente acaba não percebendo. O homem incrédulo de quem estamos falando, é o mesmo que mais tarde, pelo poder de Deus, realizou muitos milagres (Atos 5).
Mas então, por que Pedro afundou?
Ele afundou pelo mesmo motivo que Moisés não entrou na Terra Prometida, pelo mesmo motivo que o profeta Elias fugiu por um período de tempo desejando morrer, e pelo mesmo motivo que o rei Davi errou. Isso significa que todos eles eram humanos e sujeitos a falhas.
O lado bom da história é que Jesus estendeu as mãos para ele e o segurou, também pelo mesmo motivo que Deus falava com Moisés praticamente face a face, pelo mesmo motivo que Deus tomou Elias para si o arrebatando, e pelo mesmo motivo que Davi foi o rei segundo o coração do próprio Deus. Nós somos falhos, Ele não não. Nós somos fracos, Ele é soberano.
Quem sabe Pedro pudesse ter andado sobre as águas sem problema algum, mas não foi isto que aconteceu. O fato dele ter afundado torna a história ainda mais extraordinária, pois nos dá a certeza de que o socorro está a caminho.
Nós poderíamos estar falando hoje sobre um homem que andou sobre as águas desafiando toda a lógica conhecida e deu tudo certo. Mas hoje estamos falando sobre um homem que andou sobre as águas mas as coisas não saíram como esperado. Então ele provou algo ainda mais incrível: a experiência de ter sido amparado pelas mãos de Jesus.
Provavelmente nós também afundaríamos
O que estou querendo dizer com tudo isto é que qualquer um de nós naquela situação provavelmente teria afundado. Às vezes vivemos situações complicadas, o vento sopra contrário sobre uma vida fragilizada em meio a uma noite de incertezas e medo. Então de repente agente consegue enxergar Jesus, e a possibilidade de andar sobre as nossas dificuldades passa a ser real, porém por sermos limitados, o que parecia ser difícil parece ficar ainda mais difícil e começamos a nos afogar em nossos problemas.
Nessas horas não adianta o nosso preparo e a nossa capacidade. Lembre-se que Pedro era um pescador, e, muito provavelmente, uma exímio nadador. Ele poderia ter ficado tranquilo e ter nadado o resto da distância que faltava, mas ele reconheceu a sua inferioridade e gritou por socorro com toda força que tinha.
Muita gente se comporta desta forma. Vai até a metade do caminho andando sobre as águas e a outra metade tenta ir nadando de braçadas. Nós precisamos entender que o maior milagre não é andar sobre as águas, mas ter a certeza de que estamos seguros nas mãos de Jesus.