Quais São os Nomes de Demônios na Bíblia?

A Bíblia não menciona nomes de demônios. Todos os supostos nomes de demônios que as pessoas dizem por aí não possuem base bíblica. Essas especulações são resultado da obsessão de muitas pessoas por saber mais sobre esses seres malignos.

Nos últimos anos, infelizmente esse tipo de interesse tem crescido entre os evangélicos. O movimento denominado de “Batalha Espiritual” e a pobreza de conhecimento bíblico por boa parte dos cristãos, são os fatores principais para o aumento dessa curiosidade.

Nomes de demônios na Bíblia

Como foi dito, a Bíblia não nomeia nenhum demônio específico. Na verdade a única vez em que demônios se identificam na Bíblia, foi quando Jesus se encontrou com o endemoninhado geraseno. Ainda assim, nenhum nome pessoal foi dito, apenas “legião”, que nesse contexto significa simplesmente “muitos” (Marcos 5:9).

Apenas o chefe dos demônios é identificado na Bíblia por nomes ou títulos:

Também é verdade que algumas pessoas confundem os nomes de deuses pagãos com nomes de demônios. A Bíblia menciona, por exemplo, Marduque (Jeremias 50:2), Moloque (Levítico 18:21), Aserá (1 Reis 18:19) e outros. É claro que por trás do paganismo e dos falsos deuses estão Satanás e seus agentes, mas isto não significa que esses deuses são demônios. Na verdade eles são ídolos inventados pelos homens (cf. Isaías 41:6,7; Romanos 1:20,21).

A Bíblia fala dos demônios como sendo anjos caídos que se rebelaram contra Deus (cf. Judas 1:6). Assim como os anjos do Senhor possuem nomes (Gabriel e Miguel), possivelmente os demônios também possuem, mas a Bíblia não revela. Isso significa que os nomes dos demônios são irrelevantes para a narrativa bíblica e consequentemente para nós.

De onde as pessoas descobrem os nomes dos demônios?

Bem, vimos que a Bíblia não é a fonte dos nomes de demônios que as pessoas falam por aí. Normalmente as pessoas que dizem conhecer os nomes dos demônios alegam que obtiveram essa informação conversando com eles. Esse bate-papo normalmente ocorre no momento do exorcismo de pessoas supostamente endemoninhadas.

Além disso, os adeptos desse movimento de batalha espiritual se esforçam para mapear as atividades demoníacas. Eles procuram descobrir os demônios que controlam determinada região, e quais os nomes desses demônios. Segundo eles, conhecer o nome de um demônio confere poder sobre ele. Esse tipo de pensamento lembra, em alguns aspectos, conceitos gnósticos, e se distancia completamente da Palavra de Deus.

Com esse tipo de ideia, algumas pessoas dizem saber os nomes dos demônios que controlam as regiões de um determinado país. Na verdade elas vão ainda mais além, e dizem conhecer os nomes dos demônios que controlam todos os continentes.

Devemos perguntar os nomes dos demônios?

Absolutamente não! Como foi dito, só há apenas uma única passagem bíblica em que um endemoninhado foi interrogado por Jesus. Os estudiosos consideram essa passagem difícil de interpretar. Isso porque não está claro no texto se a pergunta foi feita ao homem possesso ou diretamente a um representante da legião de demônios.

O objetivo da pergunta de Jesus também é debatido, e muitas interpretações têm sido sugeridas. A interpretação que parece se harmonizar melhor ao contexto é que o objetivo de Jesus era revelar ao endemoninhado a gravidade de sua condição. Aquele homem praticamente se identificava com os demônios. A profundidade de sua miséria fica clara quando é revelado que ele estava dominado não por um, mas por muitos demônios.

De qualquer forma, esse caso foi uma exceção. Em todos os outros exorcismos, Jesus nunca perguntou nada ao demônio ou ao endemoninhado. Da mesma forma, nenhum apóstolo também aparece fazendo qualquer tipo de interrogatório sobre nomes de demônios. Se essa fosse uma prática recomendável, certamente haveria referências bíblicas explicando sua utilidade.