O Que é Acepção de Pessoas na Bíblia?

Acepção de pessoas é o tratamento desigual e tendencioso de pessoas. Isso quer dizer que fazer acepção de pessoas significa agir com parcialidade e favoritismo para com alguns, e com injustiça para com outros.

A Bíblia condena de forma clara a acepção de pessoas. Ainda no Pentateuco, ao falar sobre os deveres dos juízes em Israel, o texto bíblico registra: “Não torcerás a justiça, não farás acepção de pessoas, nem tomará suborno; porquanto o suborno cega os olhos dos sábios e subverte a causa dos justos” (Deuteronômio 16:19).

É fácil perceber que no texto bíblico fazer acepção de pessoas implica em torcer a justiça. Além disso, fazer acepção de pessoas ainda equivale a adotar comportamentos corruptos, como a prática de aceitar subornos.

Na verdade, quando alguém aceita um suborno para favorecer a outro, isso resulta inevitavelmente na acepção de pessoas; bem como quando alguém faz acepção de pessoas, esse alguém age com parcialidade sob uma base corrompida, de modo que os valores adotados para favorecer a um e desprezar a outro, basicamente consistem num tipo de suborno. Em todo caso, a pessoa que vai por esse caminho age de forma cega e perverte a justiça.

O cristão não deve fazer acepção de pessoas

No Novo Testamento, Tiago exorta os cristãos a respeito do erro de fazer acepção de pessoas. No capítulo 2 de sua epístola, Tiago diz que tratar as pessoas com diferença e favoritismo, é algo incompatível com a fé em Jesus Cristo (Tiago 2:1). Em outras palavras, é injustificável que um crente em Jesus faça acepção de pessoas.

Como exemplo, Tiago citou a acepção de pessoas por classes sociais. Ele ilustrou a questão supondo que numa reunião cristã apareçam dois homens, um rico e bem vestido, e outro pobre e com roupas velhas.

Então, Tiago diz que se os crentes derem atenção especial ao homem rico em detrimento do homem pobre, estarão fazendo discriminação e julgando com critérios errados (Tiago 2:2-4). Em seguida, Tiago explica que os crentes agem corretamente quando obedecem a Escritura que diz: “Ame o seu próximo como a si mesmo” (Tiago 2:8).

Definitivamente é impossível amar o próximo como si mesmo e fazer acepção de pessoas. Essas duas coisas são absolutamente contrárias uma a outra. Depois, por fim, Tiago exorta acerca do perigo de tratar as pessoas com parcialidade. Para Tiago, fazer acepção de pessoas é cometer pecado e se colocar sob a condenação da Lei (Tiago 2:9).

Seguindo o exemplo de Deus que não faz acepção de pessoas

Tiago também relembra que Deus não escolheu ninguém de forma tendenciosa (Tiago 2:5). Inclusive, isso está de acordo com o restante do ensino bíblico que destaca a soberania de Deus e sua imparcialidade para com os homens (Atos 10:34; Romanos 2:12).

Diante de Deus, ricos e pobres, jovens e velhos, homens e mulheres, gentios e judeus, todos são iguais. Além disso, o próprio Jesus ensinou que Deus faz com que o sol nasça sobre maus e bons, e que a chuva caia sobre justos e injustos (Mateus 5:45,46).

Mas é verdade que algumas pessoas questionam por que os ímpios recebem a ira de Deus enquanto os crentes recebem a sua graça. Não seria isso fazer acepção de pessoas? Obviamente não! A resposta para essa pergunta está na obra redentora de Cristo. Isso porque Cristo recebeu sobre si a ira de Deus em lugar daqueles que o reconhecem como Senhor e Salvador. Portanto, a justiça de Deus é igual para todos, de modo que nenhum pecado jamais fica impune!