Legião é o termo utilizado para designar a principal unidade de divisão do exército romano nos tempos bíblicos, formada por 6.000 soldados. Apesar dessa aplicação militar, a maioria das pessoas possui curiosidade acerca do que é legião e qual o seu significado por conta do uso do termo para se referir a quantidades de anjos e demônios em alguns textos bíblicos.
A palavra “legião”, em latim legio, e em grego legeon é utilizada por quatro vezes em três livros do Novo Testamento.
Como era a composição de uma legião?
Uma legião era composta geralmente de 6.000 soldados, dividida em dez cortes, formada por três tropas que eram compostas por duas companhias de cem soldados (centúrias). Dependendo da ocasião, uma pequena divisão de cavalaria com cerca de 120 homens era adicionada.
O comando ficava a cargo dos tribunos ou centuriões. As legiões também portavam o estandarte militar principal dos romanos, que consistia na insígnia de uma águia, que ficava sob a guarda do centurião. Além da águia, mais tarde os romanos também introduziram a imagem do imperador.
O uso da palavra legião no Novo Testamento
Como já dissemos, a palavra legião aparece originalmente quatro vezes no Novo Testamento. No Evangelho de Mateus (cap. 26:53), a palavra legião é utilizada para se referir aos anjos. Na ocasião em que Jesus foi preso no Getsêmani, o Senhor afirmou que poderia chamar “mais de doze legiões de anjos” enviados pelo Pai para libertá-lo, porém não poderia ser dessa forma, pois se fosse assim, as Escrituras não se cumpririam.
Nos Evangelhos de Marcos (5:9,15) e Lucas (cap. 8:30), a palavra legião aparece como um tipo de nome para designar a quantidade de demônios que havia possuído um homem na terra dos gerasenos.
É interessante notar que nos textos bíblicos, tal termo é utilizado no sentido de multidão, ou seja, para representar uma grande quantidade e não para especificar um número exato. No caso do homem endemoninhado, o texto sugere que o número de demônios era indefinido, e que o termo legião foi aplicado para enfatizar a grande quantidade deles, pois eram muitos.
É bem possível que esse termo também tenha sido utilizado dessa mesma forma quando Jesus se referiu aos anjos, ou seja, o termo se refere a uma quantidade enorme de anjos, mais do que o suficiente para a ocasião, e não exatamente a 72.000 anjos.