O Que Era a Arca da Aliança e Qual o Seu Significado?

A Arca da Aliança era a principal representação da presença de Deus no meio de seu povo no Antigo Testamento. A Arca da Aliança também é comumente chamada de Arca do Testemunho ou Arca do Concerto. Tal designação se refere especialmente ao fato de que a Arca da Aliança guardava os principais símbolos da aliança entre Deus e o povo de Israel no Sinai.

A figura da Arca da Aliança é amplamente conhecida entre os cristãos. Porém, muita gente possui dúvida sobre o que era a Arca da Aliança realmente. Também é verdade que muita gente interpreta equivocadamente o significado da Arca da Aliança nas Escrituras.

O que era a Arca da Aliança?

A Arca da Aliança era um baú retangular feito de madeira de cipreste revestido de ouro por dentro e por fora. A Arca da Aliança media cerca de 1,20 m x 90 cm x 90 cm (2,5 x 1,5 x 1,5 côvados). Em cada uma de suas extremidades inferiores, havia uma argola de ouro. Nessas argolas eram inseridas varas que serviam de instrumento para transportar a Arca.

A tampa da Arca da Aliança era chamada de “propiciatório” (Êxodo 25:17). Essa tampa era feita de ouro puro e nela ficavam as figuras de dois querubins, também de ouro batido. Esses querubins haviam sido colocados um de frente para o outro, com suas asas estendidas. Era em cima dessa tampa que o sacerdote derramava o sangue dos animais para propiciar a ira de Deus sobre o povo. Daí a designação “propiciatório”.

Como já foi dito, a Arca da Aliança também era designada por outros nomes. Ela é chamada de: Arca do Concerto, ou mais literalmente, Arca do Testemunho (Êxodo 25:22), Arca do Senhor (1 Samuel 4:6), Arca de Deus (1 Samuel 4:18), e claro, Arca da Aliança (Josué 3:6).

A Arca da Aliança foi construída por Bazalel no Sinai, segundo modelo dado por Deus a Moisés (Êxodo 25:8; 31:2-7; 37:1-9). A descrição completa da Arca da Aliança pode ser encontrada no capítulo 25 do livro do Êxodo.

Qual o significado e função da Arca da Aliança?

No Antigo Testamento a Arca é citada cerca de duzentas vezes com pelo menos vinte e duas designações diferentes. Diante disso, a Arca da Aliança perece ter servido a várias funções ao longo do tempo. Sem dúvida, dentre todas as funções, duas se destacam como sendo as principais e fundamentais para todas as outras.

  1. A Arca da Aliança era o símbolo da presença de Deus no meio do seu povo.
  2. A Arca da Aliança servia como local de armazenagem para as duas tábuas da Lei, que eram os mandamentos prescritos na aliança do Sinai. Daí o vem o nome “Arca do Testemunho” (Êxodo 25:16; Números 4:5; Josué 4:16). A Arca da Aliança também guardava o vaso de maná e a vara de Arão.

Partindo desses dois conceitos básicos, podemos ver a Arca sendo considerada como representando o trono de Deus (1 Samuel 4:4; 2 Samuel 6:2); servindo como um guia para o povo de Israel no deserto (Números 10:33-36); como um tipo de paládio de guerra, tendo muita ênfase na história da conquista de Jericó (Josué 6), além de ter desempenhado um papel muito importante na travessia do Jordão (Josué 3:4).

A captura da Arca da Aliança

No tempo dos Juízes, a Arca foi levada para Silo, tendo já passado por Gilgal e Betel (Juízes 2:1; 20:27; 1 Samuel 1:3; 3:3). Ela permaneceu em Silo até ser capturada pelos filisteus. Em 1 Samuel 4:11, temos a descrição dessa captura no campo de batalha em Ebenézer. Naquela ocasião um terrível pesar abateu os israelitas, conforme fica claro na triste expressão “foi-se a glória de Israel”.

Por causa do pecado e desobediência, o povo de Israel foi culpado da derrota para os filisteus e da consequente captura da Arca da Aliança. Entretanto, a captura da Arca causou grandes problemas aos filisteus (1 Samuel 5). Após sete meses de pragas, os filisteus devolveram a Arca da Aliança para Quiriate-Jearim, onde ela ficou por aproximadamente vinte anos (2 Samuel 5; 7:2).

A Arca da Aliança em Jerusalém

Quando Davi subiu ao trono, ele estabeleceu que Jerusalém seria a capital política e religiosa da nação de Israel, levando a Arca da Aliança para lá. A Arca ficou instalada numa tenda em Jerusalém (2 Samuel 6). Posteriormente, quando o rei Salomão construiu o Templo, a Arca ficou abrigada nele (1 Reis 6:19; 8:1-9).

A Bíblia informa que a Arca da Aliança foi recolocada no santuário durante as reformas do rei Josias (2 Crônicas 35:3). O profeta Jeremias também profetizou sobre um tempo em que a Arca da Aliança não seria mais utilizada, pois Jerusalém deveria ser chamada de trono de Deus (Jeremias 3:16).

Após essas referências, os livros históricos do Antigo Testamento raramente se referem à Arca. Mas é provável que ela tenha continuado a ser usada nas grandes festas religiosas de Jerusalém. Alguns Salmos falam de cerimônias em que que a Arca da Aliança pode ter sito utilizada (Salmos 24, 68, 118, 132). Nessas cerimônias, muito provavelmente a Arca foi carregada na frente do povo, pelos sacerdotes.

A imprudência diante da Arca da Aliança no episódio envolvendo Uzá, foi algo bastante significativo (2 Samuel 6:7). Esse evento causos temor no próprio rei Davi, que enviou a Arca para a casa de Obede-Edom. Ela acabou ficando ali por três meses (2 Samuel 6:9-11).

Onde está a Arca da Aliança?

Existe muita especulação sobre onde estaria a Arca da Aliança atualmente. Apesar de muitas teorias, a grande verdade é que o paradeiro final da Arca é um mistério. Muitos estudiosos defendem uma hipótese plausível de que a Arca da Aliança foi perdida durante a destruição de Jerusalém pelo exército de Nabucodonosor em cerca de 587 a.C.

Então a Arca pode ter sido capturada e levada para a Babilônia como um tipo de despojo de guerra. Dessa forma, ela pode ter sido mantida como troféu ou mesmo ter sido destruída pelos babilônios para extrair seu ouro. Caso os babilônios tenham mantido a Arca da Aliança preservada, essa condição pode ter mudado quando a própria Babilônia caiu diante da coalizão Medo-Persa. De qualquer forma, essa sugestão da perda da Arca no período de exílio explora principalmente a referência já citada do capítulo 3 do livro de Jeremias, onde o profeta fala sobre a ausência da Arca da Aliança.

Existem referências nos livros apócrifos que afirmam que Jeremias teria escondido a Arca da Aliança. Supostamente ele teria colocado a Arca em uma caverna no Monte Nebo, juntamente com a tenda e o altar de incenso, antes da destruição de Jerusalém. Porém, os estudiosos ressaltam a grande improbabilidade de isto ter ocorrido, além de não haver qualquer evidência histórica disto.

Particularmente, penso que a melhor definição de onde está a Arca da Aliança, depende da nossa compreensão sobre o papel importante e específico que ela desempenhou no início da História de Israel. Ela serviu, especialmente, como símbolo visível da presença de Deus habitando com seu povo. Passado essa finalidade, o próprio Deus permitiu que ela fosse tomada e destruída, evitando que ela se tornasse o maior alvo de idolatria já visto.

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A Arca da Aliança nas igrejas atuais

Esse tópico está diretamente ligado ao assunto anterior no que diz respeito à finalidade já cumprida da Arca da Aliança. Falando em idolatria, não faltam réplicas da Arca da Aliança nas igrejas evangélicas atuais. De chaveiro a decoração de púlpito, a figura da Arca é empregada em grande escala.

Tudo isto revela a falta de compreensão do verdadeiro papel e significado da Arca da Aliança ao longo da História. Talvez muitos líderes evangélicos até entendem que a figura da Arca da Aliança tem sido completamente mal interpretada na atualidade. Porém, sua aplicação como importante elemento nas estratégias de marketing dessas denominações, faz com que tais líderes acabem engolindo mais essa heresia. Aliás, infelizmente uma heresia a mais ou uma heresia a menos parece não fazer muita diferença no famoso mundo gospel.

Nesse cenário decadente, a Arca da Aliança é apenas mais um item na capitação de novos fiéis. Muitas dessas igrejas também usam o shofar e o candelabro em seus cultos. Elas também elegem seus líderes como verdadeiros sacerdotes que estão num nível superior aos demais. Na defesa por um evangelho judaizante, até seus cantores são designados como levitas.

Em Cristo a Arca não é mais necessária

Para quem realmente tem preocupação sobre a legitimidade ou não da utilização da réplica da Arca da Aliança e dos demais elementos utilizados nos cultos do Antigo Testamento em nossos dias, uma leitura cuidadosa da Epístola aos Hebreus, principalmente o capítulo 9, pode ser muito útil. Segundo o autor de Hebreus, voltar a essas práticas é retornar a um estágio anterior da revelação de Deus. É abraçar a Antiga Aliança e desprezar a Nova Aliança em Cristo. É trocar o definitivo pelo que era temporário.

Diante disso, o autor bíblico faz uma exortação à perseverança na fé. Ele cuida de mostrar a superioridade de Cristo em relação à religiosidade revelada no Antigo Testamento, onde tais elementos serviam para apontar para a obra definitiva e completa realizada por Jesus.

A Arca da Aliança no Antigo Testamento era o símbolo máximo da presença de Deus e da propiciação. Mas agora,  em Cristo temos a revelação real de Deus (Colossenses 1:15). Na Epístola aos Romanos, o apóstolo Paulo nos ensina que Deus ofereceu Jesus como sacrifício para propiciação mediante a fé, pelo seu sangue, demonstrando a sua justiça (Romanos 3:25). Não necessitamos mais do propiciatório da Arca, pois Cristo é a propiciação perfeita pelos nossos pecado. Agora que Cristo veio, a função de tutor da Lei Cerimonial, juntamente com seus símbolos e rituais, foi encerrada (Gálatas 3:23-27).

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Um Comentário

  1. Graças a Deus pela explicação da arca de Deus muito bom este significado que Deus te abençoe grandemente