A Bíblia registra o período antediluviano nós primeiros capítulos do livro de Gênesis. De acordo com o texto bíblico, na era pré-diluviana a civilização humana alcançou grandes realizações, mas também perpetuou uma cultura de pecado.
Obviamente a primeira família antediluviana foi a família de Adão. Depois de serem expulsos do Jardim do Éden, Adão e Eva se estabeleceram e tiveram filhos e filhas. Como se sabe, o primeiro filho do primeiro casal foi Caim. Mas Caim também foi o primeiro assassino do mundo antediluviano. Ele matou de forma covarde Abel, seu próprio irmão.
Depois de seu terrível pecado, Caim recebeu uma marca de Deus e construiu uma cidade na terra de Node. Caim deu a essa cidade o nome do seu primeiro filho, Enoque. Essa cidade antediluviana é a primeira cidade menciona na Bíblia (Gênesis 4).
O desenvolvimento do mundo antediluviano
Diferentemente do que teorias extra bíblicas afirmam, a Escritura explica claramente que o homem foi criado por Deus como um ser racional e moralmente capaz (Gênesis 1). Isso significa que embora o homem experimente um tipo de evolução intelectual à medida que adquire conhecimento e desenvolve novas tecnologias, biblicamente não houve um processo evolutivo como espécie, conforme defendido por algumas teses científicas.
Isso fica muito claro quando olhamos para os relatos bíblicos sobre o período antediluviano. Como foi dito, Caim, o primeiro ser humano a nascer na terra, era desenvolvido o suficiente para edificar uma cidade.
Seus descendentes, por sua vez, foram responsáveis por grandes invenções. Com Jabal, Jubal e Tubalcaim, a sociedade antediluviana aprendeu a habitar em tendas, criar rebanhos de gado, a desenvolver as artes com o uso de instrumentos musicais, e a forjar ferramentas através do trabalho com cobre e ferro (Gênesis 4:17-22).
Depois, no tempo de Noé, a Bíblia mostra como ele já tinha a capacidade e os recursos necessários para construir uma grande arca conforme as instruções divinas. Então, embora a Bíblia não forneça muitos detalhes sobre esse período, fica claro que no mundo antediluviano houve um forte desenvolvimento tecnológico e cultural.
Quando tempo durou o período antediluviano?
Muitas pessoas se esquecem de que apesar de não sabermos quanto tempo durou a era pré-diluviana, certamente o tempo decorrido entre Adão e o dilúvio foi muito maior do que do dilúvio até os dias atuais.
Isso quer dizer que o período histórico narrado nos primeiros capítulos do livro de Gênesis antes do dilúvio, é muito maior do que o período do restante da história bíblica. Já foram feitas muitas tentativas de datar esse período, mas todas sem sucesso.
Na verdade, o único registro que fornece algum dado cronológico, é aquele presente na lista genealógica de Gênesis 5. No entanto, é impossível estabelecer datas a partir desse registro, simplesmente porque esse não é o seu propósito — e nem o propósito de qualquer genealogia bíblica.
Mas com base na lista genealógica de Gênesis 5, pelo menos os estudiosos conseguem observar que o grande desenvolvimento experimentado pelo mundo antediluviano provavelmente tinha a ver com a longevidade das pessoas. Naquele tempo havia apenas um idioma, e Deus permitiu que os homens vivessem centenas de anos. Isso certamente teve um papel fundamental para o crescimento tecnológico daquele período e para a transmissão da informação.
O pecado no período antediluviano
A Bíblia diz que o estilo de vida pecaminoso adotado por Caim, rapidamente se propagou pelo mundo antediluviano. Por exemplo: Lameque, um descendente de Caim, foi o primeiro a adotar a poligamia nas páginas bíblicas, e foi também um duplo homicida que se orgulhava de sua crueldade (Gênesis 4:18-24). O próprio Caim, após ter matado Abel, não apenas não se arrependeu, mas também achou que o castigo divino sobre ele foi injusto.
A Bíblia também diz que no período antediluviano os filhos de Deus se misturaram com as filhas dos homens (Gênesis 6). É verdade que alguns intérpretes defendem que isso significou uma mistura entre seres espirituais e humanos. Em outras palavras, supostamente anjos caídos tiveram relações com mulheres na terra.
Mas a maioria dos estudiosos concorda que a interpretação que mais se adequa ao texto bíblico é a de que essa mistura se tratou da degeneração humana promovida pelo relacionamento de pessoas piedosas com pessoas ímpias, de modo que rapidamente a impiedade prevaleceu e caracterizou toda aquela civilização.
Isso quer dizer que naquele tempo, a linhagem piedosa de Sete foi o ramo da humanidade que preservou o conhecimento de Deus. Mas com o tempo essa linhagem se misturou com a linhagem ímpia de Caim, e a depravação espiritual alcançou um limite intolerável. Dessa mistura, inclusive, surgiram os nefilins, que eram os homens valentes e de fama na antiguidade.
A destruição do mundo antediluviano
Mas no período antediluviano também viveram pessoas que realmente eram comprometidas com o Senhor. Abel, por exemplo, foi o primeiro mártir que continuou sendo lembrado como um exemplo de fé até nos tempos do Novo Testamento (cf. Hebreus 11). Enoque foi outro que teve um relacionamento tão próximo com Deus, que acabou sendo transladado para não ver a morte.
Por último, foi naquele período que Noé também nasceu, cresceu e se desenvolveu como homem. Mas nos anos finais do período antediluviano, Noé foi a rara exceção de uma pessoa que continuou temente ao Senhor. A Bíblia diz que sua família foi a única a ser poupada quando paciência de Deus considerou intolerável a situação de depravação generalizada daquela civilização.
E foi assim que o período antediluviano chegou ao fim, com o derramamento da ira de Deus e a destruição da terra. No Novo Testamento, o apóstolo Pedro registra o fim da história antediluviana de forma bem clara: “Pelas quais coisas pereceu o mundo de então, coberto com as águas do dilúvio” (2 Pedro 3:20).