Qual o Significado das Sete Igrejas do Apocalipse?

Nas últimas décadas, cresceu a discussão sobre qual seria o significado das sete igrejas do Apocalipse. Primeiramente é fundamental entender a literalidade de cada igreja descrita no Apocalipse, ou seja, o objetivo primário das sete cartas, bem como do livro do Apocalipse, foi abordar a situação real das igrejas dentro do contexto histórico em que foi escrito.

Apesar deste objetivo primário, as sete igrejas do Apocalipse também possuem um significado espiritual para a Igreja de Cristo como um todo.

Qual o significado das sete igrejas do Apocalipse?

Basicamente existem duas interpretações principais sobre este assunto. Uma das interpretações defende que as sete igrejas do Apocalipse representam sete períodos sucessivos da História da Igreja. Essa interpretação é conhecida como “As Sete Eras da Igreja”. Geralmente essa interpretação é adotada por quem defende a posição Dispensacionalista, mas isso não é regra. Nessa interpretação o significado das sete igrejas do Apocalipse é o seguinte:

  1. Éfeso representa a igreja apostólica (30 – 100 d.C.);
  2. Esmirna representa a igreja perseguida, a igreja dos mártires (100 – 312 d.C.);
  3. Pérgamo representa a igreja que se uniu ao estado (313 – 590 d.C.);
  4. Tiatira representa a igreja da Idade Média, corrupta e idólatra (590 – 1517 d.C.);
  5. Sardes representa a igreja da reforma (1517- 1730 d.C.);
  6. Filadélfia representa a igreja missionária (1730-1900 d.C., sendo que alguns estendem esse período até a volta de Cristo, ocorrendo paralelamente à Igreja de Laodicéia);
  7. Laodicéia representa a igreja apóstata (1900 d.C. até a volta de Cristo).

A outra interpretação defende que as igrejas do Apocalipse e, o conteúdo de suas cartas, representam condições que se repetem muitas vezes durante a História da Igreja, ou seja, não descrevem um período especifico da História, mas realidades que sempre estiveram presentes na Igreja.

Particularmente, creio que seja evidente que a última posição é a melhor a ser adotada. Para mim, em relação à primeira interpretação, considero que se trata de uma exegese lamentável, sem lógica alguma, e que implica em sérios problemas, como por exemplo, considerar a Igreja morta de Sardes uma referência à era da Reforma Protestante.

A Igreja da Reforma pode significar qualquer coisa, menos uma igreja morta. Outro problema grave é a questão da divisão dos períodos. Para podermos dividir a Igreja em períodos específicos, precisaríamos saber a data da segunda vinda de Cristo, e isto ninguém sabe.

Geralmente (mas não generalizando) quem prefere a interpretação em eras específicas, segue um sistema escatológico que já produziu uma série de estudiosos que marcaram erroneamente a data da volta de Cristo, isso com bases em mapas, fórmulas e códigos, que, segundo eles, foram tirados de dentro da própria Bíblia Sagrada.

Seguramente podemos dizer que as características encontradas nas sete igrejas do Apocalipse, representam uma realidade presente e repetida em todas as épocas dentro da História da Igreja, podendo ser percebida em cada congregação local, ou seja, existem congregações hoje que se aproximam mais das características de Éfeso, enquanto outras ficam mais próximas da conduta de Pérgamo, como também dentro das próprias congregações podemos perceber pessoas que possuem um comportamento similar ao da Igreja de Laodicéia, enquanto outras claramente se parecem mais com a Igreja de Filadélfia.

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