Os essênios eram uma comunidade religiosa judaica que existia no tempo de Jesus. Acredita-se que os essênios foram muito ativos entre os séculos 2 a.C. e 1 d.C., mas eles não são mencionados na Bíblia.
A palavra “essênios” vem do grego essenoi, que por sua vez traduz um termo aramaico que significa “curador”. Por isto, geralmente entende-se que o significado de essênios seja “aquele que cura”.
Como os essênios viviam e o que eles ensinavam?
Os essênios viviam em comunidades espalhadas em cidades da Judéia e no deserto. O historiador e escritor judeu Flávio Josefo, escreve que membros associados aos essênios podiam ser encontrados em várias cidades, incluindo Jerusalém.
No entanto, acredita-se que quando um individuo fosse plenamente iniciado entre os essênios, ele passava a viver com colônias separadas, buscando maior isolamento. Tais colônias provavelmente ficavam em regiões desertas, especialmente no lado ocidental do Mar Morto no deserto de Engedi.
Os essênios eram compromissados com a lei cerimonial e interpretavam com rigidez a Torá. Cada colônia de essênios possuía sua própria sinagoga. Essa sinagoga também servia como espaço para refeições e reuniões, além de ser o local onde eram guardados os objetos indispensáveis para suas cerimônias ritos religiosos.
Escritos da época informam que a pessoa que pretendesse entrar para o grupo dos essênios deveria abdicar de tudo o que possuía em favor do grupo. Eles estudavam a Lei de Moisés incansavelmente, e adotavam hábitos de vida muito simples, tanto no vestiário quanto na alimentação. Entende-se que eles sempre se vestiam de branco e seus hábitos alimentares seguiam regras rígidas.
Como eles próprios produziam as coisas que lhes eram essenciais para manter seu estilo de vida, os essênios não precisavam de muito dinheiro. Quando um essênio viaja a lugares distantes, ele era acolhido com muita hospitalidade por outro essênio que o considerava irmão.
Acredita-se que existiam certos rituais de purificação que serviam de iniciação aos novos membros (como o batismo nas águas), incluindo uma série de juramentos. Os essênios começavam o dia antes do nascer do sol, e oravam desde a alvorada.
Os essênios eram terminantemente contra o regime de escravidão, e apenas distinguiam os homens em dois grupos: puros e impuros. No geral, eles abstinham-se do casamento, mas acredita-se que em algumas colônias essa regra não foi seguida.
Os essênios defendiam alguns princípios morais bem definidos os quais eles se comprometiam a observar. Dentre esses princípios estavam: honrar a Deus acima de tudo, não praticar o mal e promover o bem; ser justo com todos os homens; demonstrar fidelidade uns aos outros, obedecer às autoridades constituídas; nunca praticar negócios ilícitos; defender a verdade e denunciar a mentira etc.
Estima-se que em seu auge o grupo dos essênios manteve um número regular de quatro mil homens. Às vezes é difícil estimar o número exato e mesmo definir as práticas dos essênios. Isso porque muitas vezes o termo “essênios” é aplicado para se referir a diversas seitas judaicas daquela época.
Após a descoberta dos Rolos do Mar Morto em 1947, é amplamente aceito entre os estudiosos que a comunidade de Qumran era uma colônia de essênios. Se isto for verdade, então a literatura de Qumran é o registro mais fiel dos hábitos dos essênios já encontrado. Os essênios desapareceram no período da queda de Jerusalém em 70 d.C.
Jesus, João Batista ou apóstolos eram essênios?
Não há nada na Bíblia que sugira essa hipótese, de modo que ela nem mesmo menciona os essênios. No Novo Testamento são citados diversos grupos políticos, religiosos e profissionais, como os fariseus, saduceus, escribas, zelotes e publicanos. Saiba também quem eram os Zelotes na Bíblia.
Se um dos personagens importantes da narrativa bíblica tivesse pertencido aos essênios, certamente haveria referência sobre isto. Dentre todos, João Batista é o que costuma ser mais relacionado aos essênios. Isso se dá especialmente por seu estilo de vida em que ele vivia andando pelo deserto, preocupado com a pureza diante de Deus e praticando hábitos alimentares peculiares. Conheça a história de João Batista.
No entanto, vários grupos e até pessoas individuais sem qualquer ligação com os essênios adotavam tais práticas. Quando os escritos da comunidade de Qumran foram encontrados, pensava-se que poderia conter neles alguma evidência que relacionava os essênios a João Batista, a Jesus ou mesmo aos primeiros cristãos. No entanto, nada nesse sentido foi encontrado.