Labão foi o pai de Lia e Raquel e sogro de Jacó. Ele era filho de Betuel, o arameu, e irmão de Rebeca, esposa de Isaque (Gênesis 24:29; 25:20). Portanto, além de sogro, Labão também era tio de Jacó. O nome Labão provavelmente significa “branco”, do hebraico lavan.
Labão vivia em Harã de Padã-Arã na Mesopotâmia (Gênesis 24:15; 28:2; 29:4,5). Vale lembrar que o pai de Labão, Betuel, era filho de Naor, o irmão de Abraão. Essa parte da família permaneceu em Harã após a imigração de Abraão e Ló. Foi nas terras de Labão que Isaque e Jacó encontram suas respectivas esposas. Como foi dito, o primeiro casou-se com a irmã de Labão, Rebeca, enquanto o segundo casou com as duas filhas de Labão, Lia e Raquel.
Labão aparece pela primeira vez na Bíblia no episódio em que Abraão enviou seu servo a Harã para encontrar uma esposa para seu filho Isaque. Labão se impressionou e se interessou pelos presentes valiosos que o servo do patriarca carregava. Rapidamente Labão concordou e encorajou a realização do casamento (Gênesis 24:22-53).
Labão engana Jacó
Muito tempo depois Jacó partiu para a casa de Labão fugindo da ira de seu irmão Esaú. Ali ele conheceu Raquel, por quem logo se apaixonou. Desejando se casar com a moça, Jacó firmou um acordo com Labão no qual ele seria empregado por sete anos no cuidado de seus rebanhos. Em troca, ele receberia o direito de casar-se com Raquel (Gênesis 29:18).
Mas Labão tratou de enganar Jacó, dando-lhe como esposa sua filha mais velha, Lia, em lugar de Raquel. Quando Jacó percebeu que havia sido enganado por Labão, pediu-lhe explicações. Labão então alegou que a filha mais nova não deveria se casar antes da filha mais velha. Então um novo acordo de trabalho foi feito. Jacó concordou em trabalhar mais sete anos para que pudesse se casar com Raquel. Esse novo casamento ocorreu depois de uma semana (Gênesis 29:21-30).
Tempos depois Jacó desejou sair da casa de Labão e retornar para sua terra, mas Labão não queria que ele fosse embora. Ele acreditava que havia prosperado por causa da presença de Jacó em suas terras (Gênesis 30:25-27). Então Labão propôs acertar um salário com Jacó de entre o seu rebanho.
Labão procurou um acordo que pensou ser lucrativo para si, no qual ficou acertado que certos animais pertenceriam a Jacó. Porém, Jacó prosperou muito e seu rebanho cresceu além do rebanho de seu sogro, mesmo com Labão alterando diversas vezes algumas condições do acordo.
Labão e Jacó se separam
Por fim, ao perceber que Labão se sentia prejudicado, Jacó reuniu sua família, seus servos e seus rebanhos e voltou para sua terra depois de vinte anos de serviço em Harã (Gênesis 31:41). Até mesmo as filhas de Labão acreditaram ter sido usadas injustamente pelo pai como moedas de troca para conseguir mais bens (Gênesis 31:15).
Quando Labão soube que Jacó havia partido, prontamente se empenhou em persegui-lo pelo caminho. Mas durante sua empreitada Deus o advertiu que não fizesse nenhum mal a Jacó (Gênesis 31:22-24).
Quando Labão alcançou Jacó, ele o acusou de ter forçado suas filhas a acompanhá-lo, além de ter furtado seus ídolos. Mas nada disso era verdade. Lia e Raquel não partiram com Jacó de forma forçada. Além disso, Jacó não havia furtado os ídolos da casa de seu sogro. A responsável por isto foi Raquel, e seu marido nem mesmo sabia o que ela havia feito. Mas finalmente Labão e Jacó fizeram uma aliança. Eles concordaram em prezar pelo respeito mútuo, e Labão consentiu na partida definitiva de Jacó de forma pacífica.
A história de Labão revela que ele era um homem de duplicidade. Ele era astuto e tendencioso à cobiça. Ele também reconheceu o poder do Deus de Abraão, Isaque e Jacó, mas parece que jamais abandonou sua idolatria e deixou de ser politeísta.