Quem Foi o Rei Nabucodonosor?

O rei Nabucodonosor foi o imperador mais conhecido e poderoso do Império Babilônico. Ele reinou por aproximadamente 43 anos. Nabucodonosor era filho de Nabopolassar, que também havia sido rei da Babilônia antes dele. Sua esposa foi Amitis da Média.

Antes de falarmos sobre quem foi Nabucodonosor, precisamos saber que esse mesmo nome foi utilizado por quatro reis babilônicos diferentes. Dentre esses monarcas, o rei Nabucodonosor da Bíblia é conhecido na história como Nabucodonosor II. Inclusive, ele é o único dos quatro reis que é citado nos textos bíblicos.

Apesar de ser chamado na história de Nabucodonosor II, ele nada tem a ver com o Nabucodonosor I. Na verdade o Nabucodonosor I reinou entre 1127 e 1105 a.C., mais de 500 anos antes do Nabucodonosor da Bíblia.

Significado de Nabucodonosor

O significado do nome Nabucodonosor gera algumas dúvidas entre os estudiosos. As melhores sugestões dizem que Nabucodonosor significa “Nebo, proteja as fronteiras” ou “Nebo, proteja a minha coroa”.

O nome original é o babilônico Nabukudurri-usur. Esse nome foi transliterado no texto bíblico para o hebraico, aramaico e, por último, para o grego, na Septuaginta (versão grega do Antigo Testamento).

A coroação de Nabucodonosor como rei da Babilônia

Nabucodonosor sucedeu seu pai, Nabopolassar, no trono da Babilônia. Ele governou o Império Babilônico entre 604 a.C. e 562 a.C. Antes de assumir o trono, ainda como príncipe herdeiro, Nabucodonosor serviu como comandante do exército babilônico em algumas ofensivas militares.

Seu pai foi o fundador da dinastia caldaica. Ele se aproveitou do enfraquecimento da Assíria e conseguiu se tornar rei da Babilônia em 626 a.C. Devido a uma aliança medo-babilônica, ele também destruiu a cidade de Nínive, e em seguida avançou contra Harã.

Depois que a Assíria caiu, o Egito do Faraó Neco II passou a dominar Judá completamente. Nesse tempo, governantes judeus foram nomeados e destituídos conforme fosse vantajoso ao Egito. Mas finalmente em junho de 605 a.C., as forças egípcias foram derrotadas em Carquemis pelo até então príncipe Nabucodonosor.

Em agosto de 605 a.C. Nabopolassar morreu. Então Nabucodonosor paralisou a campanha que estava liderando e atravessou o deserto para voltar e assumir o trono da Babilônia em 6 de setembro de 605 a.C.

O reinado do rei Nabucodonosor

Aqui vale dizer que a cidade da Babilônia alcançou grande prestígio e poder em aproximadamente 1850 a.C., e depois entrou em declínio. Foi só então com Nabucodonosor, mais de mil anos depois, que a cidade recuperou toda sua glória. Por esse motivo o império liderado por Nabucodonosor é conhecido como Império Neobabilônico.

Ainda em 605 a.C., após derrotar os egípcios em Carquemis, o rei Nabucodonosor avançou contra Jeoaquim, rei de Judá (2 Reis 24:1,2; 2 Crônicas 36:5-7). Essa foi a primeira de três invasões babilônicas contra Judá. Também foi nessa ocasião que Daniel, Hananias, Mizael e Azarias foram levados cativos por Nabucodonosor.

Jeoaquim se submeteu ao rei Nabucodonosor e foi temporariamente leal a ele. No entanto, depois de três anos o rei Jeoaquim se rebelou contra Nabucodonosor e transferiu sua lealdade aos egípcios; apesar das constantes advertências do profeta Jeremias (Jeremias 27:9-11).

Foi então que em 597 a.C. Nabucodonosor marchou contra a Palestina e cercou a cidade de Jerusalém, na segunda invasão babilônica contra Judá. Na ocasião, Nabucodonosor capturou o rei Joaquim, o qual estava no poder havia apenas três meses após a morte de seu pai, o rebelde Jeoaquim.

Para o lugar de Joaquim, o rei Nabucodonosor nomeou Matanias, que passou a ser chamado de Zedequias (2 Reis 24:17; 2 Crônicas 36:10). Nabucodonosor também deportou para a Babilônia o rei deposto Joaquim, juntamente com todos os judeus que poderiam tentar promover uma rebelião (2 Reis 24:12-16; 2 Crônicas 36:10; Jeremias 22:24-30; 52:28).

O rei Nabucodonosor saqueou o Templo de Salomão e capturou um enorme despojo de guerra. Zedequias permaneceu leal a Nabucodonosor durante um tempo, mas depois também se rebelou ao ceder às pressões do povo.

Vale dizer que por muitas vezes Jeremias aconselhou o povo a se manter longe da rebelião. Curiosamente nesse período um falso profeta chamado Ananias profetizou que dentro de dois anos todos os cativos voltariam do cativeiro babilônico.

Jeremias denunciou essa falsa profecia e advertiu o povo que o Senhor lhe havia revelado que o exílio na Babilônia seria bastante prolongado (Jeremias 29:1-23). Mesmo depois de muitos conselhos do profeta do Senhor, finalmente Zedequias se rebelou contra o rei Nabucodonosor (2 Reis 24:20; 2 Crônicas 36:13-16; Jeremias 52:3).

Então, em aproximadamente 587 a.C., o rei Nabucodonosor começou sitiar Jerusalém (2 Reis 25:1; Jeremias 39:1; 52:4; Ezequiel 24:1,2). A cidade de Judá suportou o cerco babilônico durante um tempo, até que caiu completamente sob o domínio do rei Nabucodonosor.

Naquela ocasião houve mais uma grande deportação de cativos para a Babilônia. Ficaram para trás somente os judeus mais pobres (2 Reis 25:8-17; 2 Crônicas 36:17-20; Jeremias 39:9,10; 52:12-23).

Jerusalém foi arrasada e o Templo destruído. O rebelde rei Zedequias foi capturado por Nabucodonosor e forçado a assistir a execução de seus próprios filhos. Depois disso, ele teve os olhos cegados e foi levado acorrentado para a Babilônia onde acabou morrendo (2 Reis 25:5-7; Jeremias 39:4-8; 52:8-11).

Após ter destruído Jerusalém, Nabucodonosor nomeou outro governador judeu, Gedalias. Porém, mais tarde Gedalias acabou assassinado devido a mais uma conspiração contra o domínio babilônico sobre Judá.

O rei Nabucodonosor também liderou várias ofensivas contra outras nações, como por exemplo, contra Tiro entre 585 e 572 a.C., e contra o Egito em aproximadamente 568 a.C. (Ezequiel 26-28; 29:18).

As construções do rei Nabucodonosor

O rei Nabucodonosor não foi apenas um grande estrategista militar, mas foi também um importante construtor enquanto esteve governando o Império Babilônico. Expedições arqueológicas já provaram que o rei Nabucodonosor transformou Babilônia em uma cidade muito imponente.

Ao mesmo tempo em que fortificava as defesas militares da cidade, Nabucodonosor também embelezou Babilônia. Ele restaurou muitos templos nas cidades que estavam sob seu governo, e construiu uma avenida que cortava a Babilônia para a procissão de Marduque, um deus pagão babilônico.

Nabucodonosor também construiu novos canais para irrigar a cidade, e seu palácio era esplendoroso (cf. Daniel 1-4). Sem dúvida sua construção mais famosa e polêmica são os Jardins Suspensos da Babilônia, uma das sete maravilhas do mundo antigo.

Esses jardins consistiam em um conjunto de árvores plantadas em calçadas elevadas que eram sustentadas por grandes pilares que simulavam uma região montanhosa. Acredita-se que Nabucodonosor tenha feito os jardins como presente para sua esposa Amitis da Média. Ela era natural de uma terra cercada por montanhas. Todavia, existe muita discussão sobre a real existência desse jardim.

Nabucodonosor na Bíblia

O reinado de Nabucodonosor compõe o contexto histórico de grande parte dos livros dos profetas Jeremias, Ezequiel e Daniel. Inclusive, é o livro de Daniel que fornece as melhores informações bíblicas sobre quem foi Nabucodonosor.

O próprio profeta Daniel desempenhou um importante papel durante o tempo de reinado de Nabucodonosor. Ele foi uma das pessoas de destaque na Babilônia, assim como seus amigos Hananias, Mizael e Azarias (Daniel 1-3).

Na narrativa bíblica, percebemos que o rei Nabucodonosor foi um instrumento nas mãos de Deus, o qual Ele usou para castigar nações, incluindo o povo de Judá. No livro de Jeremias, por exemplo, lemos por mais de uma vez a expressão “Nabucodonosor, rei da Babilônia, meu servo” (cf. Jeremias 25:9; 27:6).

Isso não significa que Nabucodonosor era um servo devoto do Senhor; ao contrário, ele era um rei pagão, mas que havia sido designado por Deus para cumprir um papel de agente do seu julgamento contra as nações incrédulas.

A religiosidade pagã do rei Nabucodonosor pode ser claramente percebida no episódio em que ele condenou Sadraque, Mesaque e Abede-Nego à fornalha de fogo ardente. Isso aconteceu após os três jovens hebreus terem negado adoração à estátua que o rei da Babilônia havia construído (Daniel 3).

Após o livramento sobrenatural dado por Deus aos três jovens, o rei Nabucodonosor aparece no texto bíblico reconhecendo que aqueles homens eram “servos do Deus Altíssimo” (Daniel 3:27).

No entanto, essa declaração não significava que o monarca babilônio havia sido convertido ao Senhor; mas apenas que ele tinha reconhecido que o Deus daqueles homens era superior a outras divindades. Em outras palavras, isso significa que o texto bíblico não mostra um conceito monoteísta por parte de Nabucodonosor.

Os sonhos de Nabucodonosor

O livro de Daniel também descreve os sonhos que o rei Nabucodonosor teve. O primeiro sonho está registrado em Daniel 2. O rei da Babilônia sonhou com uma grande estátua feita de vários materiais: ouro, prata, bronze, ferro e argila. Esse sonho falava sobre a ascensão e a queda de certas potências mundiais. Contudo, sua mensagem principal se referia ao modo como Deus estava conduzindo a história soberanamente de acordo com seus propósitos.

O sonho perturbou o rei, e ele convocou os magos e encantadores para que eles pudessem revelar e interpretar o sonho; já que ele não havia contato a ninguém o conteúdo do próprio sonho, muito provavelmente por não se lembrar dele. Daniel, demonstrando que era grandemente abençoado por Deus, foi o único capaz de revelar e interpretar o sonho do rei. Esse sonho ocorreu no segundo ano do reinado de Nabucodonosor.

O segundo sonho está registrado em Daniel 4. Esse sonho ocorreu num tempo em que Nabucodonosor estava no auge do seu poder, no quadragésimo terceiro ano de seu reinado.

Ele sonhou com uma grande árvore sendo cortada, mas não soube interpretar o sonho. Então mais uma vez coube a Daniel, usado por Deus, interpretar o sonho do rei. Esse sonho significava que o imperador da Babilônia seria castigado por Deus com um tempo de loucura devido ao seu orgulho.

A loucura de Nabucodonosor

O capítulo quatro do livro do profeta Daniel registra o episódio em que o rei Nabucodonosor passou por um período de loucura como consequência de sua soberba. Antes, ele havia sido avisado pelo profeta Daniel sobre os erros que estava cometendo, mas o aviso não surtiu efeito.

Deus castigou o rei Nabucodonosor a um período de sete tempos de loucura. Durante esse período ele se comportou como um animal, ou seja, ele acreditava ser um animal. Os estudiosos classificam essa doença como um possível caso severo de licantropia clínica. Terminado o tempo determinado por Deus, o rei Nabucodonosor recobrou o entendimento, e deu glória ao Senhor.

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Nabucodonosor foi convertido?

Não há como dizer se o rei Nabucodonosor foi convertido ou não. Isso porque, na verdade, a Bíblia não fala nada sobre isto. O fato de o rei Nabucodonosor ser chamado por Deus de “meu servo” apenas significa que ele fez parte do plano soberano do Senhor. Isso quer dizer que nosso Deus é Senhor sobre tudo e todos, e utiliza até mesmo um rei megalomaníaco, como Nabucodonosor, para cumprir os seus propósitos eternos.

Para defender uma possível conversão de Nabucodonosor, muitas pessoas se apoiam na declaração do rei após ter sido curado da doença que lhe acometeu como resultado do castigo divino. Naquela ocasião ele confessou eloquentemente a soberania e a majestade de Deus (Daniel 4:34-37).

No entanto, em nenhum texto da Bíblia é possível encontrar o rei Nabucodonosor confessando que o Deus de Israel é o único Deus e Criador supremo de todo o universo.

É verdade que Nabucodonosor presenciou varias vezes o poder sobrenatural do Senho; Ele também conviveu durante muito tempo com o profeta Daniel. Mas isso não implica necessariamente em uma conversão genuína.

O melhor é reconhecer que em nenhuma parte da Bíblia há um registro claro sobre uma possível conversão do rei Nabucodonosor, e defendê-la seria pura especulação e alegoria. Pode ser que ele tenha sido convertido, como também pode ser que não; então é melhor nos calarmos sobre isto.

Os registros babilônicos também não falam nada a respeito de uma conversão do rei Nabucodonosor, e mesmo que ele tenha sido convertido, obviamente tais registros nunca testemunhariam esse acontecimento.

Na verdade, os registros do rei Nabucodonosor nas crônicas da Babilônia sempre o descrevem como um homem muito religioso que guardava todos os preceitos do paganismo babilônico. As crônicas babilônicas simplesmente dizem que ele era um grande devoto de Marduque.

A morte do rei Nabucodonosor

Apesar de existir muito material arqueológico e literatura babilônica relacionados ao rei Nabucodonosor, faltam registros sobre a última parte de seu reinado. O que se sabe é que o rei Nabucodonosor morreu entre agosto e setembro de 562 a.C., com aproximadamente 70 anos de idade.

O rei Nabucodonosor foi sucedido por seu filho, Evil-Merodaque, o qual reinou por apenas dois anos. Pouco tempo depois, o Império Babilônico entrou em declínio e finalmente acabou caindo diante dos persas.

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5 Comentários

  1. Sem dúvidas um monarca louco e um dos grandes carrascos de Israel, assisti a novela o rico e Lázaro e por isso fui procurar saber mais sobre esse Rei. Parabéns um dos melhores sites que visitei.

  2. Estou assistindo a versão da novela O Rico e Lazaro exibida na record, procurei me informar mais sobre o rei Nabucodonosor, para tentar entender um pouco mais, me foi muito esclarecedor esse texto ,parabéns .

  3. Parabens gostei muito da parte que Rei Babilônia Nabucodonosor!o rei Nabucodonosor foi um instrumento nas mãos de Deus…Jeremias, por exemplo, lemos a expressão “Nabucodonosor, rei da Babilônia, meu servo” por mais de uma vez (cf. Jr 25:9; 27:6).

  4. Adorei o estudo dessa que não deixa de ser uma linda passagem Bíblica. Tive a oportunidade de conhecer mais a história da Babilónia e Nabucodonosor, não sabia até então que existiram uma hierarquia da família Nabucodonosor… Muito bom mesmo! .. ???