Rebeca é uma das mulheres mais conhecidas da Bíblia, sobretudo por seu casamento com Isaque. Veremos neste texto tudo o que a Bíblia fala sobre quem foi Rebeca.
Quem foi Rebeca?
Rebeca foi filha de Betuel, sobrinho de Abraão (Gn22:23), irmã de Labão, esposa de Isaque e mãe de Esaú e Jacó. O nome “Rebeca” vem do hebraico rivqah, e significa algo próximo de “corda com laçada para amarrar animais pequenos”, conforme a raiz árabe rabunga, que significa “amarrar firme”.
O casamento de Rebeca
Em Gênesis capítulo 24, encontramos o relato da escolha de Rebeca para ser esposa de Isaque, filho de Abraão. A Bíblia diz que Abraão enviou Eliezer, seu servo de confiança, à sua terra de origem, a fim de que buscasse uma esposa para seu filho Isaque.
Elieser orou a Deus, e, ao chegar ao poço fora da cidade, pediu um sinal para que pudesse fazer a escolha certa segundo a vontade de Deus. Rebeca, então, se aproximou, e se ofereceu para retirar água para seus camelos, e esse foi o sinal dado à Elieser.
Rebeca era muito formosa, generosa e hospitaleira. Elieser lhe deu caros presentes que havia levado consigo na viagem, e foi conduzido à casa de Betuel. Ao chegar à casa e explicar sua incumbência, os responsáveis por Rebeca concordaram com o casamento, mas deixaram que Rebeca desse a palavra final se aceitaria ou não. Caso aceitasse, Rebeca teria de sair de seu lar, partir para uma terra estranha e se casar com um homem que nunca havia conhecido. O fato de rebeca ter tido oportunidade de escolha era uma prática comum apenas nas famílias patriarcais de classe alta.
Por fim, Rebeca aceitou deixar seu lar e se tronou a esposa de Isaque (Gn 24:66,67). O casal teve uma vida próspera na região perto de Berseba.
Uma interpretação errada sobre o casamento de Isaque e Rebeca
Algumas pessoas procuram usar erroneamente o capítulo 24 de Gênesis, especialmente o versículo 67, para tentar defender a possibilidade de um casal morar juntos sem se casar. Uma exposição simples do capítulo 24 revelará que tal interpretação é totalmente equivocada. Basicamente, o servo que Abraão enviou era seu procurador na missão e, naquela época, eram comuns casamentos arranjados.
Na descrição do capítulo 24 o filho, Labão, é citado antes do pai, Betuel. Essa sequência irregular parece indicar que Betuel talvez estivesse incapacitado. Isso confirma o fato de que, no versículo 55 do mesmo capítulo, apenas Labão e a mãe de Rebeca são citados. Isso levanta a probabilidade de que seu irmão Labão respondia como o patriarca da família, o qual tinha autoridade religiosa e civil sobre sua casa.
Diante da família de Rebeca, o servo de Abraão formalizou a proposta de casamento, e entregou presentes valiosos à Rebeca, à sua mãe e ao seu irmão (Gn 24: 21:53). No versículo 58, vemos Rebeca aceitando a união e, por fim, no versículo 60 vemos Rebeca sendo abençoada por sua família (provavelmente por seu irmão), significando a oficialização legal do casamento dentro dos moldes da época. Portanto, quando Isaque levou Rebeca para a tenda, ela já era sua esposa oficialmente.
A vida de Rebeca
Após o casamento, Rebeca foi estéril por vinte anos e Isaque pediu muito a Deus para que essa condição fosse mudada (Gn 25:21,26). Deus ouviu o pedido de Isaque e Rebeca gerou dois filhos gêmeos, Esaú e Jacó, porém, antes mesmo do nascimento deles, Deus já havia falado sobre os destinos divergentes dos gêmeos (Gn 25:20-26).
A Bíblia deixa claro que Rebeca tinha uma preferência maior por Jacó, enquanto Isaque preferia o primogênito Esaú (Gn 25:28). Esse favoritismo demonstrado pelos pais resultou na fragmentação da unidade familiar.
Um fato curioso é que, semelhante à história de Abraão e Sara, Isaque também fez com que Rebeca se passasse por sua irmã na corte de Abimeleque (Gn 26:1-16). No episódio que Jacó suplantou Esaú, conseguindo a benção patriarcal, Rebeca foi quem planejou tal ação. Após esse ato, Jacó partiu para a casa de Labão, em Padã-Arã, a fim de fugir da ira de seu irmão Esaú. Muitos intérpretes acreditam que Rebeca tenha morrido antes do retorno de Jacó.
Após estes acontecimentos, as referências que temos sobre Rebeca são a morte de sua ama, Débora, e seu sepultamento no sepulcro da família em Macpela (Gn 49:31).
Rebeca no Novo Testamento
A única referência sobre Rebeca no Novo Testamento está em Romanos 9:10-12, onde o Apóstolo Paulo faz menção a profecias que Rebeca recebeu antes do nascimento de Esaú e Jacó, numa exposição sobre a eleição soberana de Deus.
E não somente esta, mas também Rebeca, quando concebeu de um, de Isaque, nosso pai;
Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama),
Foi-lhe dito a ela: O maior servirá ao menor.
(Romanos 9:10-12)
Na história de Rebeca podemos certamente perceber as ações controladoras de Deus, que Ele é soberano e seus propósitos não são frustrados jamais.