Algumas pessoas se perguntam o que a Bíblia diz sobre sexualidade. Por causa da má compreensão sobre este assunto, muitos posicionamentos contrários a Palavra de Deus têm ganhado força entre algumas comunidades cristãs. Além disso, muitos cristãos ainda enxergam a questão da sexualidade como um tabu. Mas obviamente com base nas Escrituras, é possível entender corretamente este tema segundo os preceitos bíblicos.
O que a Bíblia diz sobre a sexualidade?
A sexualidade é tratada na Bíblia de uma forma muito clara e natural. A primeira referência ao sexo na Bíblia acontece na ocasião em que Deus criou o homem e a mulher. Ao abençoar o primeiro casal, Deus disse: “Sejam férteis e multipliquem-se!” (Gênesis 1:28).
Isto significa que o originalmente o sexo não é pecado. Algumas pessoas possuem uma visão distorcida sobre este ponto. O sexo é anterior à origem do pecado entre a humanidade. Antes da Queda do homem, o sexo já era algo permitido e abençoado por Deus. Ao criar homem e mulher compatíveis à procriação e dotados de intelecto, sentimentos e responsabilidade moral, Deus também criou a sexualidade.
O texto de Gênesis também deixa claro que há uma necessidade natural entre homem e mulher. Nesse sentido, o marido necessita da esposa e a esposa necessita do marido. Portanto, o sexo não possui apenas como finalidade a procriação, mas também a satisfação mutua dos conjugues.
Este princípio é aprofundado de forma clara conforme a narrativa bíblica avança no Antigo e no Novo Testamento. O livro de Cantares de Salomão é um dos exemplos mais diretos nesse sentido. Nesse livro, sob inspiração do Espírito Santo, o rei Salomão indica de forma poética o modo com que Deus fez o homem e a mulher para desfrutar de um prazer genuíno e um mútuo companheirismo. Então o escritor bíblico descreve as intimidades do amor conjugal e do prazer dentro do matrimônio de uma forma apropriada.
No Novo Testamento o apóstolo Paulo tratou da questão da sexualidade de um modo muito direto. Ao escrever sobre o assunto, o apóstolo não deixa dúvida quanto ao caráter legitimo e santo do sexo dentro do contexto matrimonial (1 Coríntios 7:1-5).
Quando o sexo é pecado?
Vimos que originalmente o sexo é uma benção. Mas uma das características do pecado é pegar algo bom e legitimo e transformá-lo em algo ruim, prejudicial, proibido e merecedor do juízo de Deus. É exatamente isto o que ocorre em alguns casos com a sexualidade. Em algumas situações, o sexo deixa de ser símbolo de bênção, e passa a ser uma maldição.
Em primeiro lugar, segundo a Bíblia Sagrada, o sexo fora do contexto matrimonial é pecado. Em todas as passagens bíblicas onde a sexualidade é tratada, sempre a legitimidade das relações sexuais é colocada dentro da união conjugal monogâmica e heterossexual. Portanto, o sexo antes do casamento, fora do casamento ou diferente do padrão estabelecido pela Palavra de Deus, é considerado uma prática pecaminosa. A Bíblica enxerga tais situações como uma terrível imoralidade.
Em segundo lugar, há casos em que o sexo mesmo dentro do casamento pode se tornar pecado. Qualquer prática sexual que fira a dignidade humana e desonre homem e mulher, certamente será contrário ao padrão bíblico estabelecido para a sexualidade.
Em terceiro lugar, se o sexo fora do contexto matrimonial é pecado, a ausência dele dentro do casamento também o é. Isto significa que em uma relação entre marido e mulher, o sexo não é apenas legitimo e abençoado, mas também um mandamento. O apóstolo Paulo abordou esse tema de forma detalhada.
Paulo escreve que marido e mulher devem pagar um ao outro a devida benevolência. Isto porque “a mulher não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim o marido. Da mesma forma, o marido não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim a mulher”. Então o apóstolo completa: “Não se recusem um ao outro, exceto por mútuo consentimento e durante certo tempo, para se dedicarem à oração. Depois, unam-se de novo, para que Satanás não os tente por não terem domínio próprio” (1 Coríntios 7:3-5).
Como a ética cristã deve enxergar a sexualidade?
Sabemos que a ética cristã é fundamentada e pautada unicamente nas Escrituras. Logo, a ética cristã classifica a sexualidade como uma benção dentro da união matrimonial, e como uma prática pecaminosa fora dela.
Portanto, segundo os princípios bíblicos, a ética cristã reitera que a sexualidade deve ser entendida como uma expressão de amor entre marido e mulher. Sob esse aspecto, a ética cristã também enxerga que o sexo é fundamental para um casamento feliz e equilibrado. Isto porque dentro da ética cristã o sexo supera a ideia de uma mera satisfação de desejos carnais que, isoladamente e de forma desenfreada, não condiz com o comportamento cristão (1 Tessalonicenses 4:3-5).
Assim, a sexualidade deve ser vista como uma dádiva Divina que deve ser aproveitada de acordo com as diretrizes dadas por Deus. O escritor de Hebreus apresenta uma síntese perfeita do propósito de Deus para a sexualidade e o casamento. Ele escreve: “O casamento deve ser honrado por todos; o leito conjugal, conservado puro; pois Deus julgará os imorais e os adúlteros” (Hebreus 13:4).
No demais, seja no âmbito da sexualidade ou em qualquer outra área, os cristãos devem se lembrar de que são o templo do Espírito Santo; e que do começo ao fim a Bíblia os exorta quanto ao uso correto do corpo (1 Coríntios 6:19).