Sunamita significa uma mulher nativa de Suném. Algumas mulheres provenientes dessa cidade são mencionadas na Bíblia, o que acaba fazendo com que muita tenha curiosidade sobre o que significa “sunamita”.
Antes de falarmos sobre as mulheres sunamitas que aparecem na Bíblia, vale entender melhor um pouco mais sobre a cidade de Suném.
A cidade de Suném
A cidade de Suném ficava localizada no território da tribo de Issacar, perto de Jezreel (Js 19:18). Suném, no original Shunem, foi o local onde os filisteus acamparam antes da batalha contra o rei Saul em Gilboa.
Alguns materiais históricos mencionam uma cidade cananéia provavelmente com esse mesmo nome, como é o caso dos registros egípcios de Tutmés III. Muitos estudiosos acreditam que Suném seja a moderna cidade de Solem, próxima de Megido.
Sunamita ou sulamita?
Sulamita é o título utilizado para designar a mulher que aparece de forma destacada nos textos poéticos de Cantares de Salomão (Ct 6:3). Grande parte dos estudiosos considera que os termos “sunamita” e “sulamita” se equivalem, ou seja, ambos se referem a uma mulher de Suném.
No entanto, essa posição está longe de ser unanimidade. Alguns consideram que sulamita pode ser a designação de uma mulher vinda de uma suposta cidade desconhecida, nesse caso Sulam. Há ainda quem defenda que o sunamita seja um paralelo feminino do nome Salomão.
As mulheres sunamitas na Bíblia
Se considerarmos aqui que a posição mais aceita a qual defende que sunamita e sulamita são termos correspondentes, então a Bíblia menciona explicitamente três mulheres sunamitas. São elas:
1) A mais conhecidas certamente é a mulher que hospedava o profeta Eliseu, a qual teve um filho nascido segundo sua profecia, e que, mais tarde, quando o menino faleceu talvez devido a uma insolação, teve seu filho ressuscitado dos mortos miraculosamente através do ministério do mesmo profeta (2Rs 4:8ss).
Foi essa mesma mulher que mais tarde foi avisada pelo profeta de que Deus enviaria uma seca de sete anos sobre a terra, e que, portanto, seria mais prudente que ela procurasse outro lugar para habitar com sua família durante o período de escassez.
Ela obedeceu ao conselho de Eliseu e partiu para a Filístia, permanecendo por lá durante os sete anos. Passado esse tempo, quando retornou para sua terra, essa mulher encontrou dificuldade para retomar seu direito à propriedade da terra que lhe pertencia.
Então a mulher sunamita clamou ao rei pela sua casa e pelas suas terras, e o servo de Eliseu, Geazi, solicitou ao rei que concedesse àquela mulher a reintegração de sua propriedade, e assim foi feito (2Rs 8:1-6).
2) A outra mulher sunamita mencionada na Bíblia foi Abisague, uma bela jovem trazida de Suném que serviu de ama para o rei Davi em sua velhice (1Rs 1:3,15). Adonias pediu para tê-la como esposa após a morte de Davi, e por conta desse amor ele foi levado à destruição (1Rs 2:17-22).
3) Por último, temos a mulher mencionada pelo rei Salomão no livro de Cantares. Um fato que parece contribuir com a possibilidade dessa jovem realmente ser uma sunamita, é que a troca da letra “L” por “N” na Antiguidade parecia ser comum.
Alguns poucos estudiosos até sugerem que talvez a mulher mencionada na poesia de Salomão, nesse caso sendo uma sunamita, poderia ter sido a própria Abisague que confortou seu velho pai, porém essa interpretação é muito improvável, principalmente considerando o episódio que envolveu Adonias. Logo, a sulamita ou sunamita mencionada por Salomão provavelmente era outra bela jovem dessa mesma região.