A tribo de Rúben foi a tribo formada pelos descendentes do primeiro filho de Jacó. Os integrantes da tribo de Rúben muitas vezes são mencionados na Bíblia como “rubenitas”.
A tribo de Rúben aparece na Bíblia de forma um tanto quanto discreta. Isso teve a ver com a história do próprio progenitor dessa tribo. Apesar de Rúben ter sido o filho primogênito de Jacó, ele foi privado da liderança conferida ao primogênito por conta de seu pecado. A Bíblia diz que Rúben contaminou o leito de seu pai ao dormir com Bila, concubina de Jacó.
Então na ocasião em que Jacó abençoou os seus filhos antes de morrer, Rúben teve conhecimento de que ele havia perdido sua excelência entre os filhos de Jacó (Gênesis 49:3,4). Isso refletiu na história posterior de seus descendentes.
A organização da tribo de Rúben
Incialmente a tribo de Rúben foi organizada em quatro clãs principais. Quando o povo de Israel saiu do Egito, a tribo foi liderada por Elizur (Números 1:5). Na ocasião da primeira contagem dos filhos de Israel durante a peregrinação, a tribo de Rúben contava com 46.500 guerreiros. Depois, quando foi feita a segunda contagem, o número dos homens rubenitas adultos foi reduzido para 43.730 (Números 1:20,21; 26:7).
Mas na organização dos israelitas para a batalha, a tribo de Rúben estava relacionada a duas outras tribos. Por isso as tribos de Rúben, Simeão e Gade eram representadas pelo mesmo estandarte.
No tempo de Moisés, três rubenitas fizeram parte da revolta de Corá contra as lideranças de Moisés e Arão (Números 16:1-50). Pelo menos dois destes, Datã e Abirão, acabaram morrendo juntamente com suas famílias quando a terra se abriu pelo juízo de Deus para engolir os rebeldes (Números 16:27-33).
Mais tarde, os rubenitas se estabeleceram a leste do Jordão na costa do mar Morto. A condição para que eles pudessem habitar naquele terreno foi estabelecida mediante o comprometimento dos rubenitas em ajudar as outras tribos de Israel na conquista do lado oeste do território de Canaã, do outro lado do Jordão (Números 32:1-42). Por isso eles participaram de forma ativa das campanhas militares de Josué (Josué 4:12).
Mas como aquela terra ficava no sul de Israel, o território da tribo de Rúben fazia fronteira com povos hostis, como por exemplo, os moabitas. Então frequentemente durante sua história os rubenitas viveram sob a tenção da ameaça de uma possível invasão.
A tribo de Rúben durante a história de Israel
Definitivamente a tribo de Rúben não desempenhou nenhum papel notável dentro da história bíblica de Israel. Ainda no tempo de Josué, os rubenitas acabaram se envolvendo numa situação que quase provocou uma guerra interna entre as tribos de Israel. A Bíblia diz que as tribos de Rúben, Gade e Manassés, edificaram um altar no lado oeste do Jordão. Então as outras tribos acharam que aquilo foi um sinal de apostasia, e se reuniram para batalhar contra eles.
No entanto, tudo não passou de um mal entendido, pois o altar erigido pelos rubenitas e os integrantes de Gade e Manassés, tinha o objetivo de servir como um local de testemunho, e não como um altar para holocaustos.
Depois de mais de um século, no tempo dos juízes de Israel, os rubenitas se omitiram na guerra contra os cananeus liberada por Baraque e Débora. Por esse motivo, a tribo de Rúben foi citada de forma negativa no Cântico de Débora, mostrando que naquele tempo já não havia mais união entre todas as tribos de Israel (Juízes 5:15,16).
Já no período da monarquia, os rubenitas lutaram contra os hagarenos nos dias do rei Saul. Mas parece que desde o século 9 a.C., a tribo de Rúben sofreu de forma mais intensa com o problema de ocupação de suas cidades pelos moabitas; até que os rubenitas também foram levados cativos pelos assírios na queda do Reino do Norte (1 Crônicas 5:6; 2 Reis 15:29).
Por fim, os rubenitas foram incluídos na profecia do profeta Ezequiel sobre a restauração de Israel; assim como a tribo de Rúben também foi citada de forma simbólica na lista dos 144 mil selados do Apocalipse (Ezequiel 48:6,31; Apocalipse 7:5).