Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens.
(Mateus 5:13)
Sabemos que o sal possui muitas características, porém as duas mais importantes certamente são as exploradas por Jesus no ensinamento deste versículo: sabor e antisséptico. Uma das funções mais importantes do sal nos dias de Jesus era justamente o poder de preservar os alimentos, impedindo a deterioração, além de ser um tempero.
Mas o que isso tem a ver com nós cristãos? Qual o objetivo deste ensino de Jesus?
De forma semelhante ao sal que possui a função de preservação, os cristãos verdadeiros devem estar constantemente combatendo a corrupção moral e espiritual na sociedade. Da mesma forma com que o sal age secretamente, no sentido que não podemos ver sua ação preservativa ou como tempero, mas facilmente podemos senti-lo, assim também acontece com a presença da Igreja neste mundo. Muitas vezes parece que a ação dos cidadãos do Reino no mundo é nula ou quase invisível. Porém, somente Deus é quem sabe o quão mais perverso e depravado seria esse mundo ímpio sem a presença, o exemplo e as orações dos santos.
Todavia se o sal se tornar insípido, ou seja, sem sabor, para nada servirá. Não temos muita familiaridade com esta observação, pois estamos acostumados a comprar o sal já selecionado nas prateleiras do supermercado. Porém, nos dias de Jesus, o sal era retirado principalmente da região do Mar Morto, mas havia alguns pântanos e lagoas naquela região que, pelo contato com o cálcio e outras substâncias, o sal retirado destes locais adquiria um sabor alcalino, tornando-o inútil.
Naquela época havia muitos fariseus que se orgulhavam de sua religiosidade e legalismo, porém isso nada tinha a ver com a verdadeira essência das Escrituras anunciadas pelos antigos profetas. Eles haviam se misturado, haviam perdido o sabor e não serviam para mais nada, a não ser para serem lançados fora (Mt 8:12).
Que alerta importante e, ao mesmo tempo, aterrorizante para todos nós. Que Deus possa nos guardar do farisaísmo e da religiosidade adultera que têm tomado conta de muitos intitulados cristãos, que pensam ser, eles mesmos, sal da terra, mas não passam de uma mistura monótona e sem sabor.
Devemos ser o sal do mundo, ou seja, ter sal em nós mesmos (Mc 9:50), para que possamos promover a verdade, bondade e a paz. Certamente isso só é possível pela graça, quando a Palavra de Deus, aplicada pelo Espírito Santo tenha nos transformado em novas criaturas, a ponto de não nos conformarmos mais com o padrão deste mundo.
Se nossos exemplos não refletir um ser regenerado, então para nada servirá a nossa pregação. Sempre devemos nos lembrar de que muitas pessoas nunca abriram a Bíblia para ler, mas estão, constantemente, lendo as nossas vidas.