A Bíblia diz que assim como foi nos dias de Noé, será também a vinda do Filho do homem (Mateus 24:37). Isso significa que o tempo do retorno do Senhor Jesus Cristo terá algumas semelhanças com o tempo de Noé, quando Deus enviou o dilúvio sobre a terra.
Inclusive, foi o próprio Senhor Jesus quem falou que o dia de sua vinda haverá de ser assim como foi nos dias de Noé. Já na semana da crucificação, Jesus falou aos seus discípulos a respeito dos eventos que haveriam de acontecer no mundo até o fim dos tempos (Mateus 24; cf. Marcos 13; Lucas 21).
Portanto, nesse sermão escatológico, o Senhor Jesus deu informações valiosíssimas sobre a sua segunda vinda e a consumação da presente Era. Nesse sentido, depois de falar justamente sobre os sinais que precederiam o fim, Jesus então falou diretamente sobre o dia do seu retorno.
Primeiro, Jesus explicou que ninguém sabe o dia e nem a hora da sua vinda, apenas o Pai. Nem mesmo Ele, pelo prisma de sua natureza humana em seu estado de humilhação durante o seu ministério terreno, tinha esse conhecimento (Mateus 24:36). Então, em seguida, Jesus alertou que quando esse momento chegasse, ele haveria de ser assim como foi nos dias de Noé (Mateus 24:37).
Assim como foi nos dias de Noé
Diante desse ensino de Jesus, alguém pode pergunta: Em que sentido a geração do fim será parecida com a geração do dilúvio? Em que sentido o momento final da presente Era, com o retorno de Cristo, será semelhante ao momento da destruição da terra pelas águas do dilúvio?
Bem, o próprio texto bíblico responde isso de forma clara. Nele, o Senhor Jesus diz que nos dias que antecederam o dilúvio, as pessoas comiam, bebiam e se casavam; e foi assim até o dia em que Noé entrou na arca (Mateus 24:38).
A ideia é que as pessoas que viveram no período pré-diluviano, seguiram o curso de suas vidas normalmente; viveram como se jamais tivessem de prestar contas a alguém. Aquelas pessoas se empenharam nos negócios da vida e ignoraram a conclamação para o arrependimento. Nesse sentido, o apóstolo Pedro escreveu sobre Noé como um pregoeiro da justiça em sua geração; um profeta através de quem o Espírito de Cristo falava aos homens (2 Pedro 2:5; cf. 1 Pedro 1:11; 3:19,20).
O resultado de tudo isso, conforme o texto bíblico, foi que aquele povo não percebeu nada, até que veio o dilúvio e os levou a todos. E da mesma forma será também a vinda do Filho do homem (Mateus 24:39).
Quando o Senhor Jesus Cristo voltar, as pessoas estarão vivendo suas vidas normalmente, sem se atentarem para o fato de que a qualquer momento o juízo divino haverá de cair sobre elas. Elas estarão comendo, bebendo, se confraternizando, se casando, trabalhando, estudando, viajando, comprando, vendendo, emprestando, fazendo negócios, mas não estarão preocupadas com o juízo do Senhor.
Longe de Deus, o homem caído é tão louco a ponto de acreditar estar seguro em sua fortaleza de pecado. Não raramente os ímpios olham para suas vidas, para suas realizações, e pensam que jamais haverá algo que poderá ameaçar a sua estabilidade (cf. 1 Tessalonicenses 1:3). Os homens do tempo de Noé pensavam exatamente assim, até que veio o dilúvio e os levou à perdição.
Assim será também a vinda do Filho do homem
As pessoas queiram aceitar ou não, a verdade é que a presente Era chegará ao fim. E nesse momento não haverá rico ou pobre, forte ou fraco, grande ou pequeno, servo ou senhor, pois a destruição será inevitável a todos. A justiça de Deus se manifestará, e o mundo será pequeno demais para esconder os ímpios da face do Deus irado (Apocalipse 6:15-17).
Portanto, quando Jesus diz que o dia da sua vinda será assim como foi nos dias de Noé, isso também nos ensina que o juízo de Deus será inescapável. Sobre isso, na sequência do seu sermão Jesus explica que estarão dois trabalhando, um será levado e outro será deixado; dois estarão dormindo numa mesma cama, e será tomado um e deixado outro (Mateus 24:40,41; Lucas 17:34-37).
Isso quer dizer que o juízo divino encontrará cada pessoa em seu devido lugar, e ninguém será confundido ou pego por engano. O juízo de Deus será tão preciso e meticuloso que colocará fim aos relacionamentos terrenos mais íntimos.
Mas a boa notícia é que os salvos não estão em trevas e, portanto, não serão surpreendidos com o dia do Senhor (1 Tessalonicenses 5:4). Eles também estarão envolvidos em seus afazeres diários, mas os seus corações estarão ansiosos pela chegada do seu Rei. E quando esse dia chegar, Cristo encontrará a cada um deles aonde quer que estiverem, e os preservará enquanto os ímpios serão levados ao seu lugar de ruína.
No início dos tempos, os ímpios foram levados pelas águas do dilúvio, enquanto Noé foi preservado com sua família na arca do Senhor. No fim dos tempos, os inimigos de Deus serão levados à condenação eterna, enquanto os redimidos serão preservados em Cristo na família de Deus. Assim como foi nos dias de Noé, será também o dia do retorno da vinda do nosso Senhor Jesus!