A pecaminosidade humana e a sua restauração a Deus é o tema que permeia toda a Escritura. A Bíblia claramente mostra a realidade do pecado e a impossibilidade do homem salvar-se a si mesmo. Todos os problemas que a humanidade enfrenta ao logo se toda sua História tem suas raízes no pecado.
Então é fundamental que todos os cristãos verdadeiros, comprometidos com a Palavra de Deus, conheçam o que a Bíblia diz sobre o pecado. Como encontramos informações sobre o estado de pecaminosidade humana por toda a Bíblia, o estudo teológico sistematizou a doutrina acerca do pecado numa matéria normalmente denominada como hamartiologia. Essa designação vem do grego hamartia, que é um dos termos utilizados para se referir ao pecado no Novo Testamento.
A definição da pecaminosidade humana
Podemos dizer que basicamente o pecado é a transgressão da Lei de Deus. Nesse sentido, enquadra-se como pecado tanto aquilo que fazemos em desacordo com a vontade do Senhor, como também aquilo que não fazemos quando é de sua vontade que façamos. Assim, o homem peca de todas as maneiras possíveis contra Deus, seja por pensamentos, ações ou omissões.
Vários termos são utilizados na Bíblia para se referir a pecaminosidade humana. Tais termos originais são encontrados tanto em hebraico, idioma padrão de escrita do Antigo Testamento, como em grego, que é o idioma em que o Novo Testamento foi escrito.
Com relação aos termos hebraicos, os mais comuns são: chattah, “errar ou alvo”; avel e avon, transmite a ideia de “desonestidade”, “iniquidade” e “falta de justiça”; e pesha, “delito”, “transgressão contra uma autoridade”. Já com relação aos termos gregos, o mais usual é o termo hamartia, que implica na ideia de um erro grave contra a justiça e a integridade. Além desse termo, no Novo Testamento também encontramos pelo menos outros doze termos básicos para designar a pecaminosidade humana em diferentes aspectos.
Qual é a origem da pecaminosidade humana?
Apesar de não sabermos muito sobre a origem do pecado mo mundo, sabemos que ele já existia no universo quando o casal Adão e Eva foi tentado. Portanto, isso aponta para o fato de que o pecado se originou entre alguns seres espirituais. Esses seres de ordem angélica livremente resolveram se rebelar contra Deus.
Antes antes do homem pecar, alguns anjos já tinham se tornado pecadores. Alguns estudiosos sugerem que uma profecia do profeta Isaías e outra profecia do profeta Ezequiel se referem à esta questão, apontando para o pecado de Satanás (Isaías 14:12-14; Ezequiel 28:12-15). Mas não há consenso sobre isto; visto que primariamente tais profecias são direcionadas respectivamente a governantes humanos e seus reinos.
De qualquer forma, o Novo Testamento aponta claramente para a pecaminosidade entre os anjos; mesmo não fornecendo detalhes sobre como isso se deu (2 Pedro 2:4; Judas 6). Já com relação à origem da pecaminosidade humana, a Bíblia a descreve de forma bastante detalhada, demonstrando como ocorreu a Queda do homem no Éden, quando Adão e Eva desobedeceram à ordem de Deus e comeram do fruto da árvore do conhecimento (Gênesis 3). A Bíblia ainda enfatiza que em Adão todos pecaram. Isso indica que todos os seus descendentes nasceram debaixo do pecado (Romanos 3-5; cf. Salmos 51:5).
A solução para a pecaminosidade humana
Ao mesmo tempo em que a Bíblia afirma que todos pecaram, ela também afirma que Jesus Cristo veio salvar o homem do pecado (João 3:16). A verdade sobre pecaminosidade humana e a sua restauração a Deus mediante os méritos de Cristo é uma verdade exposta nas Escrituras do começo ao fim.
O apóstolo Paulo escreve dizendo que por um homem entrou o pecado no mundo e trouxe a morte a todos (Romanos 5:12), mas também por um homem, Jesus Cristo, o Verbo encarnado, que é o segundo Adão o qual fez com perfeição tudo o que o primeiro Adão fez de errado, Deus providenciou a solução para o pecado (Romanos 5:15).
A restauração do homem a Deus
A obra redentora de Cristo proveu a propiciação de nossos pecados. Isso significa que em Cristo Jesus somos redimidos, perdoados e salvos. Os redimidos são reconciliados e desfrutam da paz com Deus.
Em Adão somos merecedores do salário do pecado que é a morte, pois o próprio pecado é o senhor da raça caída. Mas em Cristo temos acesso àquilo que não merecemos: a vida eterna. A vida eterna é o dom gratuito de Deus, o Senhor da nova raça redimida (Romanos 6).