Os ninivitas eram os habitantes da cidade de Nínive, uma cidade assíria que ficava nas proximidades do rio Tigre. Os ninivitas ficaram conhecidos na Bíblia principalmente em conexão com o ministério do profeta Jonas, que foi enviado por Deus àquela cidade para anunciar o juízo divino que haveria de cair sobre os ninivitas impenitentes.
Como a cidade de Nínive teve uma história antiga muito longa, seus habitantes experimentaram diferentes condições de vida. Mas em seu auge, é certo que os ninivitas moravam numa cidade grande e importante da antiguidade. Inclusive, com o reinado do rei Senaqueribe, Nínive foi feita capital da Assíria.
Além disso, o livro do profeta Jonas também destaca a grandeza daquele lugar, e registra o quão numerosos eram os ninivitas (Jonas 1:2). Portanto, principalmente a partir do século 8 a.C., os ninivitas foram cidadãos de uma verdadeira metrópole de sua época. Eles viviam num centro religioso e administrativo que contava com um forte comércio. Por causa dos lendários governantes que passaram por ali, os ninivitas estavam habituados a ver grandes palácios e construções em sua cidade.
A vida dos ninivitas
Nos livros de Jonas, Naum e Sofonias, a Bíblia traz algumas informações interessantes sobre como era a vida dos ninivitas. O sítio arqueológico na região da antiga Nínive e escritos antigos, também fornecem detalhes importantes sobre como viveu o povo que habitou aquela terra.
Primeiro, os ninivitas eram muito idólatras. Parece que a vida na cidade de Nínive estava intimamente ligada ao culto a Ishtar, a deusa da fertilidade e da guerra. Mas além dessa divindade, os ninivitas também adoravam a outros deuses como Nabu e Nisroque.
Segundo, os ninivitas, como parte do Império Assírio, ficaram muito conhecidos na história por sua crueldade. Inclusive, no livro do profeta Naum esse povo e sua cidade são apresentados como a personificação da crueldade, da brutalidade e do mal (Naum 3:1-7).
As atrocidades cometidas pelos assírios em suas ofensivas mostram que eles estavam entre os povos mais sanguinários da antiguidade. De acordo com registros históricos, os ninivitas se orgulhavam de executar suas vítimas para depois expor seus corpos destroçados publicamente.
Em certos períodos da história dos ninivitas, parece ter sido comum entre eles algumas práticas de tortura como: furar os olhos, esfolar vivos e arrancar partes dos corpos de seus prisioneiros (principalmente orelhas e narizes). Além da violência física, a injustiça social também era outra marca dos ninivitas.
Portanto, o povo ninivita ficou conhecido por sua desonestidade, arrogância, impiedade e falta de escrúpulos. Os ninivitas eram muito materialistas e tinham um desejo insaciável por poder e domínio. E para satisfazer esse estilo de vida impiedoso, eles recorriam às guerras.
A destruição dos ninivitas
O profeta Jonas viveu numa época em que Nínive estava em seus dias de glória e contava com a temida máquina de guerra assíria. Mas conforme nós lemos no texto bíblico, Deus enviou o seu profeta àquela cidade para pregar aos ninivitas, pois a malícia daquele povo era muito grande (Jonas 1:2).
O profeta Jonas, como sabemos, foi relutante em cumprir sua missão. A verdade é que ele sabia que a mensagem de juízo divino sobre os ninivitas também dava a oportunidade para aquele povo iníquo se arrepender.
Quando finalmente Jonas chegou à cidade de Nínive, ele proclamou a mensagem que Deus lhe ordenou. Então a Bíblia diz que os ninivitas creram em Deus e responderam com arrependimento, se convertendo do seu mau caminho e da violência de suas mãos, e o Senhor não destruiu aquele povo (Jonas 3:5-10).
Nesse ponto, a experiência dos ninivitas foi uma prova de que a graça de Deus pode alcançar a pior das pessoas. Algumas pessoas questionam a historicidade desse registro bíblico. Contudo, o próprio Senhor Jesus testificou sobre o arrependimento dos ninivitas contemporâneos de Jonas (Mateus 12:41; Lucas 11:30).
Por fim, a geração que se arrependeu de sua maldade nos dias de Jonas passou, e tão logo os ninivitas estavam novamente no caminho do erro e da impiedade. Então pouco depois, os profetas Naum e Sofonias proclamaram a vingança irreversível do Senhor contra os ninivitas.
Assim, a majestosa e grande cidade de Nínive caiu em 612 a.C. Com o tempo, as ruínas da cidade foram abandonadas, de modo que em menos de dois séculos de sua destruição, o local onde viviam os ninivitas estava tão desolado que era difícil reconhecer que ali havia existido uma grande cidade um dia.