Como São as Manifestações do Espírito Santo na Bíblia?
As manifestações do Espírito Santo podem ser vistas nas Escrituras do começo ao fim. Ele atuou na criação, atua na obra da redenção e também atua na capacitação do povo de Deus para o ministério do Evangelho.
Então a Bíblia mostra claramente a atuação e as manifestações do Espírito Santo de Deus do Antigo ao Novo Testamento. Mas é comum que as pessoas tenham dúvidas acerca de como realmente são as manifestações do Espírito Santo de acordo com a Palavra de Deus. Vejamos neste estudo bíblico o que a Bíblia diz sobre as manifestações do Espírito Santo.
As manifestações do Espírito Santo no Antigo Testamento
Algumas pessoas equivocadamente pensam que o Espírito Santo não atuava no Antigo Testamento. Mas esse tipo de pensamento não se sustenta à luz das Escrituras.
Primeiramente podemos destacar a atuação do Espírito Santo como parte da Santíssima Trindade na obra da criação. Ele pairava sobre a face das águas levando ordem ao caos. Já com relação à economia da salvação, o Espírito Santo regenerava as pessoas no Antigo Testamento da mesma forma como regenera a partir do Novo Testamento.
Também é inegável a atuação e manifestação do Espírito Santo de forma soberana no sentido de capacitar alguém de maneira especial para um determinado ministério. Sim, o Espírito Santo já atuava no Antigo Testamento no aspecto carismático, concedendo dons a determinadas pessoas.
Pessoas foram capacitadas pelo Espírito no Antigo Testamento
Um dos primeiros exemplos da manifestação do Espírito Santo capacitando pessoas de forma especial pode ser visto no caso dos artífices Bezalel e Aoliabe. Esses dois homens foram capacitados pelo Espírito Santo a fazerem incríveis obras de arte. Além disso, eles ainda tinham o dom de ensinar outras pessoas sobre esse ofício (Êxodo 35:30-34).
Foi o Espírito Santo quem capacitou os juízes de Israel, como o forte Sansão, o canhoto Eúde, Gideão e outros. Esses homens foram habilitados pelo Espírito Santo para que pudessem libertar o povo de Israel de seus opressores.
Mais tarde, vemos também que alguns reis foram capacitados com o Espírito Santo. O exemplo mais claro foi o próprio rei Davi (Salmo 51:11). Na verdade os reis de Israel eram ungidos com óleo que naquele contexto simbolizava a unção do Espírito Santo.
Talvez o exemplo mais direto sobre a capacitação e distribuição de dons do Espírito Santo no Antigo Testamento esteja no ministério dos profetas. Homens como o profeta Elias e o profeta Eliseu, foram grandiosamente dotados do Espírito Santo. Outros, como o profeta Isaías, o profeta Jeremias, o profeta Ezequiel, além de terem sido separados para servirem como mensageiros de Deus, ainda foram escolhidos e capacitados para registrarem as Escrituras, assim como os apóstolos também foram no Novo Testamento.
Tudo isso significa que a manifestação do Espírito Santo no Antigo Testamento era essencialmente a mesma que no Novo Testamento. Ele regenerava, santificava, guardava e capacitava o povo de Deus.
As manifestações do Espírito Santo no Novo Testamento
Na obra da salvação, o Espírito Santo continuou regenerando e santificando o homem. É ele quem aplica a obra da redenção executada por Cristo na vida do pecador. Porém, no que diz respeito à capacitação, no Novo Testamento podemos perceber que o Espírito Santo passou a atuar e se manifestar de forma mais intensa no povo do Senhor.
Enquanto apenas algumas pessoas específicas eram capacitadas por Ele para o ministério no Antigo Testamento, no Novo Testamento o Espírito Santo foi derramado sobre todos os redimidos. Isso ocorreu como cumprimento das promessas proclamadas desde o Antigo Testamento.
É fácil entender isso quando olhamos para um episódio que ocorreu com Moisés. Quando ele este estava sentindo o peso de liderar o povo de Israel, ele pediu que Deus alivia-se aquela carga sobre seus ombros. Então o Senhor ordenou que fossem separados setenta anciãos que receberiam do mesmo Espírito que estava sobre Moisés. Esses anciãos serviriam como seus auxiliares.
Também não é difícil entender que essa manifestação do Espírito Santo não se tratava da regeneração daquelas setenta indivíduos. Na verdade essa manifestação foi uma capacitação especial para que eles pudessem exercer o ministério.
Em certo momento Josué questionou aquela distribuição do dom Espírito Santo sobre outras pessoas além de Moisés. Porém, a resposta do próprio Moisés em forma de oração é bastante esclarecedora. Ele fala da atuação e manifestação do Espírito Santo de uma forma que apontava para o derramamento do Espírito no Novo Testamento. Ele diz: “Tomara todo o povo do Senhor fosse profeta, que o Senhor lhes desse o seu Espírito” (Número 11:29).
O derramamento do Espírito
A oração de Moisés, desejando que o Espírito Santo fosse derramado sobre todo o povo do Senhor, tornou-se realidade no dia do Pentecostes. Isso aconteceu poucos dias depois da ascensão de Cristo ao céu.
Alguns anos antes desse acontecimento, o profeta João Batista também anunciou que o Messias seria aquele capaz de batizar com o Espírito Santo (João 1:33). Durante seu ministério terreno, o próprio Jesus falou sobre a manifestação do Espírito Santo. Ele garantiu que o Auxiliador, isto é, a pessoa do Espírito Santo, seria enviado ao seu povo (João 14). Além disso, Ele deu ordens específicas para que seus discípulos ficassem em Jerusalém aguardando o derramamento do Espírito.
Quando finalmente o momento do derramamento do Espírito chegou, o apóstolo Pedro entendeu o tamanho do significado daquele evento que representava a transição da Antiga Aliança para Nova Aliança. Aquele momento histórico apontava para o cumprimento do que havia sido profetizado pelo profeta Joel: “E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, Que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; E os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos; e também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e as minhas servas naqueles dias, e profetizarão” (Atos 2:17,18). Saiba mais sobre o significado do Pentecostes.
Os sinais da manifestação do Espírito Santo no Pentecostes
O derramamento do Espírito Santo do dia de Pentecostes foi acompanhado de sinais que apontavam para a legitimidade daquele evento. Foram eles: (1) o som de um vento impetuoso; (2) línguas como de fogo; (3) os crentes falaram em outras línguas conforme o Espírito Santo lhes concedia.
Há pouca discussão sobre os dois primeiros sinais. Todos concordam que aqueles acontecimentos foram absolutamente distintivos e jamais se repetiram na história da Igreja. Já com relação ao terceiro sinal da manifestação do Espírito Santo no Pentecostes, muito se tem debatido. É praticamente unanimidade entre os estudiosos que naquele contexto de Atos 2 as línguas faladas pelos crentes eram idiomas.
Assim, de forma extraordinária, o Evangelho foi anunciado em diversos idiomas diferentes. Esse sinal da manifestação do Espírito Santo se repete em outras duas ocasiões no livro de Atos: na casa do Centurião Cornélio e em Éfeso (Atos 10:46; 19:6).
Porém os intérpretes discutem se as línguas faladas na igreja de Corinto era esse mesmo sinal, ou se era um dom diferente (1 Coríntios 12-14). Há ainda mais discussão na questão da contemporaneidade desse sinal. Alguns acreditam que esse sinal cumpriu seu propósito nos primeiros anos do Cristianismo. Já outros acreditam que ele continua ainda hoje.
As manifestações do Espírito Santo e os dons espirituais
O Novo Testamento revela em várias passagens que o Espírito Santo capacita o povo de Deus com dons especiais para o exercício do ministério cristão. Um dos textos mais conhecidos a esse respeito encontra-se no capítulo 12 de 1 Coríntios.
Algo que é fundamental nesse texto, pois revela o próprio objetivo do apóstolo Paulo ao escrevê-lo, é entender que a distribuição dos dons é feita pelo próprio Espírito Santo e de forma soberana; de modo que expressa a própria diversidade dos membros do Corpo de Cristo.
Em outras palavras, os dons não servem para determinar quem é o mais espiritual na comunidade cristã, mas servem para a edificação da Igreja. Por isso o Espírito Santo os concede a quem Ele quer. Mas todo cristão verdadeiro deve ter o desejo de ter uma vida plena do Espírito Santo, buscando com diligência a capacitação concedida por Ele, a fim de poder ter uma vida santa diante de Deus.