Estudo Bíblico de Gênesis 17
Gênesis 17 fala sobre quando Deus mudou o nome de Abrão para Abraão. O estudo bíblico de Gênesis 17 ainda revela a reafirmação da aliança de Deus com Abraão. Nesse mesmo capítulo a circuncisão é estabelecida como sinal da aliança e o nome de Sarai também é mudado.
Um esboço de Gênesis 17 pode ser dividido da seguinte forma:
- Deus renova Sua aliança com Abrão (Gênesis 17:1-4).
- Deus muda o nome de Abrão (Gênesis 17:5-8).
- Deus institui a circuncisão como sinal de Sua aliança (Gênesis 17:9-14).
- Deus muda o nome de Sarai (Gênesis 17:15-22).
- Abraão obedece à ordem de Deus (Gênesis 17:23-27).
Deus renova Sua aliança com Abrão (Gênesis 17:1-4)
Gênesis 17 começa dizendo que Deus apareceu a Abrão quando ele tinha a idade de noventa e nove anos (Gênesis 17:1). Então entre a história registrada em Gênesis 16 e a narrativa presente em Gênesis 17 há um intervalo de treze anos (Gênesis 16:16).
Deus se apresentou a Abrão dizendo: “Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda na minha presença e sê perfeito” (Gênesis 17:1). Essa auto-designação de Deus como o Todo-Poderoso enfatiza o Seu domínio absoluto sobre todas as coisas. Na sequência Ele também indica que diante de Suas promessas Abrão deveria demonstrar uma resposta obediente.
Em Gênesis 17 mais uma vez a aliança de Deus com Abrão é reafirmada. Ele diz: “Farei uma aliança entre mim e ti e te multiplicarei extraordinariamente” (Gênesis 17:2). O texto hebraico enfatiza o conceito de “minha aliança”; ou seja, uma aliança unilateral de Deus com Abrão. Contudo, isso não significa que Abrão e sua descendência como beneficiários dessa aliança estivessem isentos de responsabilidades (Gênesis 17:7-9; cf. Gênesis 12:1-3; 15:18-21).
Então a aliança de Deus com Abrão inclui tanto as promessas invioláveis de Deus; bem como a responsabilidade de Abrão em agir com obediência dentro desse relacionamento pactual (Gênesis 17:4-15). Abrão se prostrou com rosto em terra e escutou de Deus a promessa de que ele seria o pai de numerosas nações.
Deus muda o nome de Abrão para Abraão (Gênesis 17:5-8)
Nesse contexto Deus mudou o nome de Abrão para Abraão. Abrão é um nome semita que significa “pai exaltado”. Já Abraão significa “pai de uma multidão de nações”, indicando sua grande descendência como resultante da promessa pactual de Deus.
No sentido físico, Abraão de fato foi o pai de muitas nações. Não somente dos israelitas através e Isaque e Jacó; mas também dos ismaelitas através de Ismael; dos edomitas através de Esaú; e de outros povos através de seus filhos com Quetura.
Mas essa promessa também encontra seu cumprimento pleno e final na Igreja que reúne os verdadeiros descentes espirituais de Abraão pela fé em Cristo, o único que satisfaz cada condição da aliança de Deus (Romanos 4:16,17; 15:8-12; Gálatas 3:29; Apocalipse 7:9; cf. 2 Coríntios 1:20; Efésios 2:12,13). Isso fica claro nos versículos seguintes que enfatizam o caráter eterno da aliança de Deus com a descendência eleita de Abraão (Gênesis 17:7,8).
Deus institui a circuncisão como sinal de Sua aliança (Gênesis 17:9-14)
Como sinal da aliança, Deus instituiu a circuncisão a Abraão (Gênesis 17:9,10). As alianças bíblicas geralmente são sinalizadas com algum símbolo (cf. Gênesis 9:12; Êxodo 31:13,17; Lucas 22:20).
Deus ordenou que todos os homens das gerações de Abraão fossem circuncidados com oito dias. Até mesmo os escravos comprados ou nascidos na casa de Abraão deveriam ser circuncidados (Gênesis 17:12).
A circuncisão não era um procedimento novo naquele tempo. Outros povos antigos já adotavam a circuncisão, mas geralmente na adolescência. Contudo, o significado religioso da circuncisão como símbolo da aliança de Deus com Abraão e sua descendência, era um conceito inédito. Também é muito significativa a ordem para que a circuncisão fosse praticada em recém-nascidos. Isso indicava que os filhos do povo eleito pertenciam à comunidade da aliança.
Nesse aspecto a circuncisão serviu como um sinal distintivo teocrático da descendência de Abraão. O restante da história bíblica revela que a simples circuncisão da carne era ineficaz como símbolo de consagração a Deus se o coração e os ouvidos do povo não estivessem consagrados a Ele (cf. Deuteronômio 10:16; 30:6; Jeremias 4:4; 6:10; 9:25,26; Ezequiel 44:7,9).
Deus muda o nome de Sarai (Gênesis 17:15-22)
Deus não apenas mudou o nome de Abrão, mas também de Sarai, sua esposa. Acredita-se que o nome Sarai significa “minha princesa”. Então o nome Sara parece ser uma variante de Sarai que elimina o pronominal possessivo “minha”, ficando somente “princesa”.
Deus prometeu que Sara conceberia de Abraão e lhe daria um filho. Abraão até demonstrou certo ceticismo diante dessa promessa, pois ele e sua esposa estéril tinham a idade muito avançada. Abraão disse: “A um homem de cem anos há de nascer um filho? Dará à luz Sara com seus noventa anos?” (Gênesis 17:17). Então Abraão apresentou Ismael a Deus como um possível herdeiro seu (Gênesis 17:18).
Mas Deus reafirmou a Abraão que Sara haveria de ser mãe, e seu filho seria chamado Isaque. Deus prometeu abençoar Ismael e fazer dele uma grande nação; mas em Sua soberania Deus elegeu Isaque como herdeiro da promessa e não Ismael (Gênesis 17:19-22).
Abraão obedece à ordem de Deus (Gênesis 17:23-27)
Gênesis 17 termina mostrando como Abraão obedeceu à ordem do Senhor quanto ao sinal da aliança. O escritor de Gênesis diz que naquele mesmo dia Abraão tomou a Ismael e todos os homens de sua casa e circuncidou a todos eles. Ismael e Abraão foram circuncidados no mesmo dia. Ismael tinha treze anos à época, e Abraão tinha noventa e nove anos.