Por Que as Pessoas Viviam Muitos Anos no Antigo Testamento?
A Bíblia não explica por que as pessoas viviam muitos anos no Antigo Testamento. Na verdade, a Bíblia fala apenas de um período da história humana em que as pessoas tinham uma vida tão longa que podia passar dos novecentos anos. Esse período ocorreu antes do dilúvio que destruiu a humanidade (Gênesis 6—8).
De acordo com o texto bíblico, antes do dilúvio parecia normal que as pessoas vivessem centenas de anos (Gênesis 5). Mas apesar de a Bíblia não explicar por que as pessoas viviam muitos anos naquele tempo do Antigo Testamento, algumas hipóteses são levantadas pelos estudiosos.
Algumas pessoas sugerem que naquela época o tempo era contato de forma diferente. No entanto, desde que se têm notícias, o homem sempre calculou os anos em período de, pelo menos, 360 dias. Isso porque essa contagem tinha a ver com os ciclos lunares e as estações.
Par se ter uma ideia, por volta de 5.000 a.C. alguns povos já utilizavam calendários de 365 dias. Portanto, independentemente do tipo de calendário, os anos sempre foram anos. Então dizer que as pessoas viviam muitos anos no Antigo Testamento porque o tempo era contado de forma diferente, é algo muito improvável.
Outras pessoas defendem que não se tratava de um método diferente de contar o tempo, mas de uma forma simbólica ou figurada de descrever a vida das pessoas. Uma possibilidade apontada por quem defende essa teoria, é que talvez a idade elevada das pessoas do Antigo Testamento não representava a longevidade de um indivíduo, mas representava a longevidade de sua dinastia.
Mas é claro que considerar a idade das pessoas que viveram muitos anos no Antigo Testamento como simbólicas ao invés de literais, não é a única explicação para essa questão. Dentro da narrativa bíblica, faz sentido entender que no início da humanidade realmente as pessoas viviam muitos anos. Isso podia estar relacionado à condição natural da vida naquele tempo e, principalmente, a um propósito teológico.
As pessoas viviam muitos anos por causa das condições de vida?
Há uma hipótese que diz que as pessoas viviam muitos anos no Antigo Testamento porque as condições de vida antes do dilúvio eram muito diferentes. Nesse ponto, é sugerido que havia alguma diferença na atmosfera da terra que protegia muito mais a vida no planeta, possibilitando que as pessoas vivessem tantos anos.
Inclusive, o livro de Gênesis parece indicar que antes do dilúvio não chovia na terra, e o planeta era envolto por algum tipo de massa de água, proporcionando um clima específico naquele tempo (Gênesis 1:6-8).
Mas com o dilúvio, as condições de vida na terra foram profundamente alteradas e essas características antediluvianas desaparecerem (Gênesis 7:11,12). Quem defende essa hipótese, sugere que isso explicaria o motivo de após o dilúvio as pessoas terem deixado de viver tantos anos.
Seja como for, até mesmo dentro da comunidade científica existe a defesa de que em algum momento no passado houve uma mudança climática drástica que alterou em muito as condições de vida das pessoas na terra.
Ainda dentro dessa linha de raciocínio de que as pessoas viviam muitos anos naquele tempo por causa das condições de vida, alguns estudiosos argumentam que a longevidade das pessoas também estava relacionada a uma maior pureza no código genético do homem. Como aquelas eram as primeiras gerações da história humana, muitas doenças e debilidades ainda não tinham sido desenvolvidas entre as pessoas.
Curiosamente, documentos antigos descobertos pela arqueologia também fazem referência a pessoas que supostamente viveram muitos anos. Na lista dos reis da Suméria, por exemplo, há o registro de homens que tiveram uma longevidade enorme antes que ocorresse na terra um grande dilúvio.
Embora a idade dessas pessoas nos tabletes cuneiformes seja um tanto quanto fantasiosa, é evidente que diferentes povos estavam certos de que na antiguidade as pessoas viviam muito tempo.
As pessoas viviam muitos anos no Antigo Testamento para cumprir o propósito de Deus
Apesar das prováveis diferenças nas condições de vida naquele tempo, sem dúvida a idade avançada de alguns personagens bíblicos do Antigo Testamento também pode ser explicada à luz do propósito teológico para que eles vivessem tanto.
Isso quer dizer que embora pudesse haver causas naturais ou até sobrenaturais para que as pessoas vivessem centenas de anos antes do dilúvio, tudo isso ocorreu de acordo com o propósito de Deus.
Ao fazer com que as pessoas vivessem muitos anos durante esse período do Antigo Testamento, Deus permitiu que a humanidade se desenvolvesse em seu período inicial. Mas Além disso, com as pessoas vivendo muitos anos, o conhecimento de Deus foi preservado e transmitido às gerações posteriores.
Naquele tempo a escrita ainda não existia, e o conhecimento era comunicado através da tradição oral. Dessa forma, as testemunhas originais tinham um papel fundamental na conservação e integridade da informação.
Então por exemplo: com Adão, seus filhos e seus netos, vivendo centenas de anos, o conhecimento de Deus foi perpetuado de forma consistente na linhagem humana. Em outras palavras, uma pessoa nascida depois de oitocentos anos da Queda do Homem no Éden, ainda podia conhecer o primeiro homem criado por Deus e obter dele todos os detalhes sobre a revelação divina.
Depois, quando o propósito de Deus foi cumprido nesse sentido, naturalmente a expectativa de vida do homem foi reduzida até chegar aos padrões normais da atualidade. Até Abraão, por exemplo, parece que a idade das pessoas ainda superava os cento e cinquenta anos, mas já na época de Moisés a média dos anos de vida de uma pessoa ficava entre setenta e oitenta anos (Salmo 90:10).