Qual o Sentido da Vida? Por Que Existimos?
Desde a antiguidade o homem tem questionado qual o sentido da vida humana. A filosofia, as religiões humanas e até a ciência médica tem se proposto a responder esta pergunta. Mas a Bíblia diz muito claramente que o verdadeiro sentido da vida é a glória de Deus.
As pessoas procuram olhar filosoficamente, religiosamente ou cientificamente para o propósito da existência humana e buscam explicar certos questionamentos que permeiam o relacionamento do homem consigo mesmo e com o mundo em que ele está inserido.
No geral, a filosofia aponta a felicidade como sendo o sentido da vida; embora o conceito de felicidade não seja o mesmo nas diferentes correntes filosóficas. Já as várias religiões humanas falam sobre o sentido da vida cada qual de acordo com suas crenças. Mas no final em quase todas elas persiste alguma ideia relacionada a fazer o bem e ao contentamento pessoal. Por fim, a ciência médica fala do sentido da vida considerando a complexidade das necessidades fisiológicas que devem ser satisfeitas para que o corpo humano possa ser preservado vivo.
Porém, à parte da Palavra de Deus, nenhuma religião, ciência ou sistema filosófico é capaz de apontar adequadamente o significado da vida. Mas por que somente a Bíblia pode nos dizer acertadamente qual o sentido da vida? Simples! Porque a Bíblia é a Palavra de Deus, e ninguém melhor do que o nosso Criador para responder qual é o propósito da nossa existência. A Palavra de Deus explica quem nós somos, porque estamos neste mundo e para onde estamos indo.
Então à luz das Escrituras, há alguns pontos fundamentais que precisamos considerar quando falamos sobre qual é o sentido da vida. Vejamos a seguir.
O sentido da vida e a soberania de Deus
Em primeiro lugar, precisamos ter consciência da soberania de Deus na criação. A existência do homem não é fruto do acaso; não é resultado de uma combinação aleatória de fatores que em algum momento forneceu as condições necessária para o surgimento e o desenvolvimento a vida. A existência humana não é um acidente, mas é um plano de Deus.
A Bíblia diz que no princípio criou Deus o céu e a terra, e no final de seus atos criativos ele criou o homem e a mulher (Gênesis 1). Mas por que Deus criou todas as coisas, inclusive o homem? Deus não precisava ter criado nada do que existe para ser mais ou menos divino. Isso significa que Deus criou o mundo e deu sentido à nossa vida porque assim Ele achou por bem fazer. Esse sentido, porém, não é outro se não aquele que objetiva a glória d’Ele.
Nossa identidade
Em segundo lugar, precisamos ter consciência de quem nós somos. A Bíblia diz que somos criados à imagem e semelhança de Deus (Gênesis 1:26). John Piper comenta esse versículo dizendo que o principal objetivo de uma imagem é sua exibição.
Então se fomos criados à imagem e semelhança de Deus, o sentido da vida não pode ser outro a não ser refletir Deus. Portanto, cada ser humano é uma imagem que testemunha a existência do Criador; ainda que essa imagem esteja desfigurada pelo pecado.
Nosso relacionamento com Deus
Em terceiro lugar, precisamos compreender qual deve ser o nosso relacionamento com o Criador. Deus não nos criou porque precisava da nossa companhia. Ele existe por toda eternidade completamente satisfeito em si mesmo. Mas também é verdade que Ele nos criou para que tivéssemos comunhão com ele.
Essa verdade sem dúvida é profundamente reveladora no que diz respeito ao sentido da vida do homem. Por causa do pecado, a humanidade foi separada de Deus; a comunhão foi perdida. Mas Deus enviou o Seu Filho para que através d’Ele o homem pudesse ser reconciliado com o Criador. A Bíblia diz que a obra redentora de Cristo é o ponto alto da manifestação da glória da graça de Deus (Efésios 1:1-6; 2:7). Então aquele que foi resgatado por Cristo entende que o sentido de sua vida não se esgota neste tempo presente, mas se estende por toda a eternidade vindoura.
O redimido sabe que vive para a glória de Deus e que através de Cristo pode desfrutar de comunhão com o Pai não somente aqui e agora, mas também por toda a eternidade. Essa verdade faz com que o sentido da vida seja inconfundível para ele.
Por isso o cristão ocupa sua vida amando a Deus, se deleitado n’Ele e proclamando Suas maravilhas (1 Pedro 2:9); ele ocupa sua vida santificando o nome do Senhor; clamando para que o Reino de Deus seja manifestado em toda sua plenitude e que a vontade de Deus seja cumprida “assim na terra como no céu” (Mateus 6).
Nossa vocação
Em quarto lugar, devemos usar nossa vocação como expressão da compreensão do verdadeiro sentido da vida. Sim, sabemos que o sentido das nossas vidas é glorificar a Deus e ter comunhão com Ele nesta vida e na eternidade mediante Jesus Cristo. Mas como esse entendimento molda a nossa vida prática e diária neste mundo?
De uma forma bem resumida, cada um de nós possui uma vocação que está em harmonia com nossos talentos, dons e habilidades naturais. Então devemos direcionar tudo isso de modo a expressar a compreensão que temos acerca do sentido da vida. Isso significa que em tudo o que fazemos devemos objetivar a glória de Deus.
O apóstolo Paulo nos fornece um exemplo bem prático disso. Ele diz: “E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens, conscientes de que recebereis do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor, que estais servindo” (Colossenses 3:23,24). Portanto, independentemente da vocação pessoal de cada um, seja um médico, um motorista, um advogado, um garçom, um professor, um pastor ou um ajudante geral, todos devem glorificar a Deus através de sua vocação.
O sentido da vida sempre será a glória de Deus
Em quinto lugar, devemos saber que a glória de Deus sempre será o sentido último da vida. Entretanto, vimos que são somente os crentes em Jesus Cristo que entendem que o sentido da vida é a glória de Deus, e procuram expressar esse sentido através de uma vida santa.
Mas e os incrédulos que não glorificam a Deus? Qual o sentido da vida daqueles que não andam segundo a vontade do Senhor e são inimigos dele? A Bíblia diz que nada escapa dos desígnios de Deus e que há um sentido para tudo o que Ele fez, e isso também inclui a vida dos ímpios (Provérbios 16:4).
É verdade que Deus não sente prazer na morte do ímpio (Ezequiel 3:11). Mas isso não significa que o pecador impenitente é capaz de frustrar a manifestação da glória do Senhor. Então até mesmo o sentido da vida do incrédulo é a glória de Deus. Se na vida do salvo essa glória se manifesta em graça, na vida do ímpio ela se manifesta em juízo (cf. Romanos 9:22,23).