O Que Significa Shofar? Qual Era o Uso do Shofar na Bíblia?

Shofar significa algo como “chifre curvado de um carneiro”, e na Bíblia sempre se refere a um instrumento musical feito com um chifre longo de carneiro, com uma das extremidades virada para cima.

A palavra hebraica shophar é usualmente traduzida como “trombeta” ou “corneta” na Bíblia, assim como também é o hebraico hatsotsrah, que era uma trombeta feita de prata batida.

O shofar na Bíblia

O shofar é um dos instrumentos de sopro mencionados na Bíblia. Tais instrumentos eram divididos em duas categorias: as flautas e as trombetas. As flautas eram geralmente feitas de madeira, marfim, cana e ossos, e eram extremamente populares.

O shofar era a trombeta nacional do povo de Israel, e aparece na Bíblia sendo utilizado nas convocações do povo em ocasiões militares e religiosas. O toque do shofar tinha um significado importante nas festividades judaicas, especialmente na celebração do início do ano novo civil, na Festa das Trombetas.

Todavia, de fato seu principal uso era com fins militares, especialmente durante uma guerra para soar um alarme ou sinal (Jz 7:8,16; Jó 39:24,25). Com o tempo, começou-se a fabricar o shofar com ligas de metais, como o bronze e o latão.

Enquanto o shofar era basicamente um chifre de carneiro, a hatsotsrah era feita de forma elaborada com prata, e tinha um formato reto e longo, com a boca larga. Em Números 10:1-10 lemos sobre como Deus deu instruções específicas a Moisés a respeito das ocasiões em que essa trombeta deveria ser tocada pelos sacerdotes, ou seja, ela era considerada um instrumento sagrado.

Algumas vezes o shofar e a hatsotsrah são mencionados no mesmo texto bíblico (1Cr 15:28; 2Cr 15:14; Sl 98:6). Quando isso acontece, o shofar é traduzido como “buzina” ou “corneta” para distingui-los.

No começo as trombetas em geral eram usadas apenas em ocasiões de solenidade religiosa, mas especialmente na época do rei Davi seu uso foi expandido. Mais tarde, durante o reinado do rei Salomão, lemos que durante a dedicação do Templo ao menos 120 sacerdotes tocaram suas trombetas (2Cr 5:12; 7:6).

No Novo Testamento encontramos a menção do termo grego salpigx, que significa “trombeta”, e provavelmente se refere ao próprio shofar, visto que sempre aparece no sentido militar ou em ocasiões apocalípticas. Esse é o termo, por exemplo, que o apóstolo João emprega no livro do Apocalipse para se referir as sete trombetas que foram dadas a sete anjos (Ap 8).

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Devemos tocar shofar em nossos cultos?

Devido a sua ampla utilização nos cerimoniais judaicos, o shofar fazia parte do culto do Antigo Testamento que era marcado por uma série de rituais simbólicos que apontavam a vinda do Senhor Jesus como o Messias prometido e sua obra redentora no Calvário.

Apesar disso, na atualidade há muitas pessoas que procuram adotar práticas e elementos do culto levítico na adoração cristã, como o uso do shofar, candelabros, réplicas da Arca da Aliança, vestiduras sacerdotais e outras coisas mais.

O problema é que o Novo Testamento, especialmente o apóstolo Paulo e o escritor do livro de Hebreus, enfatizam de forma clara que todas essas coisas tipificavam Cristo e se cumpriram nele (cf. Rm 10; Cl 1:15; Gl 3:23-27; e toda a Epístola aos Hebreus).

Portanto, no culto do Novo Testamento não se justifica o uso do shofar ou qualquer outro símbolo do culto do Antigo Testamento, visto que o culto cristão é centrado na pessoa de Cristo e fundamentado na Palavra de Deus, onde as únicas representações ordenadas e autorizadas por Cristo são o Batismo e a Ceia do Senhor.

A questão é que se o shofar fosse utilizado simplesmente como um instrumento qualquer, assim como um órgão, um instrumento de cordas ou percussão, apenas para auxiliar nos cânticos durante o culto cristão, não haveria qualquer problema, embora dificilmente se consiga encaixar satisfatoriamente um shofar como acompanhamento musical.

Entretanto, porém, infelizmente as pessoas depositam no shofar um tipo de significado místico, e nesse sentido seu uso atual deve ser completamente reprovado, visto que se apega à sombra quando se tem a realidade, ao temporário quando se tem o definitivo, ao imperfeito quando se tem o que é perfeito: Cristo Jesus, o verdadeiro foco do nosso culto.

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