Como Era a Cidade de Pérgamo nos Tempos Bíblicos?
A cidade de Pérgamo era a capital da Ásia nos tempos bíblicos do Novo Testamento sob o domínio do Império Romano. Então como capital da província romana da Ásia, Pérgamo era, sem dúvida, uma cidade importante.
A cidade de Pérgamo ficava localizada sobre uma montanha de rocha com cerca de 300 metros de altitude. Aos pés da cidade ficava o grande vale fértil do rio Caico. Pérgamo estava ao norte de Éfeso, e ficava a cerca de 30 quilômetros do mar Egeu, e pouco mais de 100 quilômetros da cidade de Esmirna. Embora não tivesse um grande porto marítimo, embarcações pequenas alcançavam a cidade através da navegação pelo rio Caico.
Por via terrestre, a cidade de Pérgamo era de fácil acesso. A cidade ficava sobre a grande estrada que ia da cidade de Éfeso até Cízico, uma cidade da Mísia. Atualmente, na região da antiga Pérgamo está a moderna cidade de Bergama, na Turquia, que recebe muitos visitantes interessados nas ruínas da antiga cidade.
A história da cidade de Pérgamo
No século 1 d.C. Pérgamo já era uma cidade antiga. Inclusive, antes de ser dominada pelos romanos, Pérgamo foi durante séculos uma cidade helenística proeminente. O professor de arqueologia bíblica Howard F. Vos explica que a proeminência da cidade de Pérgamo começou por volta do século 3 a.C., ainda na dinastia dos Átalos. Foi nesse tempo que a cidade veio a se tornar a capital de um reino helenístico de importância considerável. Em 133 a.C., por ocasião da morte de Átalo III, Pérgamo se tornou província da Ásia.
Vos ainda observa que antes dos tempos romanos, os governantes de Pérgamo detinham o poder necessário para expandir seu controle da riqueza natural da cidade-estado, que lhes fora concedido livremente como patronos das artes, fazendo da cidade de Pérgamo uma das melhores e mais bonitas cidades gregas (Wycliffe Bible Dictionary).
A infraestrutura, a economia e a religião da cidade de Pérgamo
Pérgamo era uma cidade que contava com construções importantes em seu tempo, reunindo edifícios públicos imponentes. Na economia, sua posição privilegiada sobre o vale do rio Caico conferia à cidade de Pérgamo uma posição de fortaleza que dominava sob a zona rural daquela região.
A cidade foi um centro cultural greco-romano de referência. O nome “Pérgamo” faz referência à indústria de um pergaminho antigo que era preparado de peles de animais na cidade. Além de esse tipo de pergaminho ser utilizado pelo povo da cidade para escrever, ele também era negociado. Inclusive, na cidade havia uma biblioteca que chegou a acumular aproximadamente duzentos mil rolos.
Nos tempos bíblicos do Novo Testamento, Pérgamo era cidade grande, com aproximadamente cento e cinqüenta mil habitantes. A cidade também era famosa por sua escola de escultura e por ser um centro religioso importante. Na cidade havia muitos templos e altares pagãos. Em Pérgamo havia templos para Zeus, Atena Nicéfora, Dionísio Catégemo e Asclépio.
O grande altar de Zeus era o monumento religioso mais imponente da cidade, com mais de doze metros de altura. Esse altar ficou conhecido como o “Altar de Pérgamo”, e atualmente pode ser visto reconstruído no Museu de Pérgamo em Berlim. O altar de Asclépio também atraía muita gente, pois ele era cultuado como o deus da cura. Inclusive, seu símbolo era a serpente, que até hoje estampa os emblemas da medicina.
Quando os romanos passaram a controlar Pérgamo, também foram construídos altares dedicados aos imperadores romanos. Por isso Pérgamo era um centro da religião de Roma onde o culto ao imperador era praticado com freqüentes ofertas sendo trazidas à imagem de César. O procônsul romano da cidade também tinha total autoridade para aplicar a pena capital entre os cidadãos.
Pérgamo na Bíblia
A cidade de Pérgamo é citada na Bíblia no livro do Apocalipse – que traz uma carta endereçada à comunidade cristã daquela cidade. De fato os crentes de Pérgamo não tinham vida fácil. Eles tinham de enfrentar todo o paganismo da religião greco-romana, e por isso constantemente eram alvos de perseguições violentas.
O fato de o Senhor Jesus Cristo dizer que em Pérgamo estava “o trono de Satanás” deixa muito claro que a situação dos crentes naquela cidade era realmente complicada. Inclusive, o próprio texto do Apocalipse menciona o nome de um mártir cristão – Antipas – que acabou sendo morto em Pérgamo (Apocalipse 2:13).