Quem Foi Jeroboão? O Rei Jeroboão I e o Rei Jeroboão II na Bíblia
Jeroboão foi o nome de dois reis de Israel. Jeroboão I foi o primeiro rei do Reino do Norte na era do reino dividido. Já Jeroboão II reinou em Israel após suceder seu pai, o rei Jeoás. Além de terem sido reis em Israel, ambos tiveram em comum reinados longos e prósperos, mas moral e espiritualmente decadentes.
O significado do nome “Jeroboão” é incerto. Mas muitos intérpretes sugerem que provavelmente esse nome significa “o povo aumenta”. Também é importante entender que como Jeroboão I e Jeroboão II reinaram no Reino do Norte, eles não eram descendentes da dinastia de Davi.
A história de Jeroboão I
Jeroboão I foi o fundador do reino dividido do norte. Ele era um efraimita de origem humilde, filho de Nebate e Zerua. Sua mãe era viúva (1 Reis 11:26). Durante o reinado do rei Salomão, Jeroboão foi encarregado de comandar os trabalhos dos efraimitas enquanto ocorria a edificação da torre de Milo (1 Reis 11:28).
Mas já no período de governo de Salomão, Jeroboão mostrou-se insatisfeito com a política opressiva praticada em Israel. Então após cogitar uma revolta, Jeroboão acabou sendo exilado no Egito até a morte de Salomão. Inclusive, já nesse tempo a profecia de Aías dizia que Jeroboão se tornaria rei das tribos do norte, ao invés de Roboão, o filho de Salomão (1 Reis 11:26-40).
Mais tarde, quando Roboão já reinava em Jerusalém no lugar de seu pai, Jeroboão voltou a Israel e apoiou as reivindicações das tribos do Norte. Roboão se negou a praticar uma política interna mais favorável ao povo. Ele se recusou a ouvir as justas reclamações dos cidadãos que estavam sobrecarregados com altas cargas de impostos. O povo queria que Roboão aliviasse as opressões praticadas por Salomão, mas ele não quis saber de nada disso.
Então nesse contexto o reino de Israel foi dividido. Apenas uma tribo, a tribo de Benjamim, permaneceu leal ao governo de Judá em Jerusalém. As outras tribos se revoltaram, e sobre a liderança de Jeroboão se uniram para formar o Reino do Norte. Jeroboão foi colocado no trono do reino recém-formado por aclamação popular.
O reinado e o pecado de Jeroboão I
O reinado de Jeroboão I foi próspero e caracterizado por intensas atividades de construção. Duas de suas obras notáveis foram a reconstrução de Siquém de Efraim e a construção de Penuel (1 Reis 12:25).
Mas o que realmente marcou o reinado de Jeroboão I foi a forma como ele fomentou a idolatria em Israel numa divisão religiosa ilícita. Provavelmente com o propósito político de afastar os israelitas do norte da adoração em Jerusalém, Jeroboão construiu santuários em Dã e Betel e estabeleceu ali imagens de bezerros trazendo para dentro de Israel um sincretismo religioso que misturava a adoração a Javé com a idolatria.
Por tudo isso Jeroboão ficou conhecido como aquele que fez pecar a Israel. Sua casa foi alvo do juízo de Deus. Seu filho mais jovem morreu e sua dinastia chegou ao fim rapidamente (1 Reis 14:1-20). O rei Jeroboão I reinou por cerca de 22 anos, entre aproximadamente 931 e 909 a.C.
A história de Jeroboão II
Jeroboão II foi filho Jeoás e descendente de Jeú. O período total de seu reinado foi de cerca de 41 anos, entre 793 e 753 a.C. Mas esse tempo também inclui um período de quase 12 anos em que ele foi co-regente com seu pai.
O reinado do rei Jeroboão II foi de grande prosperidade em Israel. No campo militar, o rei Jeroboão II prosseguiu com as campanhas de Jeoás e conseguiu alcançar grandes conquistas. Ele subjugou Damasco e recuperou as fronteiras de Israel que tinham sido invadidas pelos sírios. Essas conquistas de Jeroboão foram profetizadas pelo profeta Jonas (2 Reis 14:25).
As conquistas militares contribuíram com um ambiente mais estável que trouxe grande prosperidade econômica. Do ponto de vista econômico, o rei Jeroboão II foi o mais ilustre de Israel, porque durante o período de seu reinado Israel experimentou um poder econômico sem paralelo deste a divisão do reino.
Mas parece que a riqueza não era comum a todos em Israel. Muito pelo contrário! Havia grande desigualdade em Israel. De um lado o luxo e a extravagância eram notórios; de outro a pobreza extrema também era inegável.
Com isso a corrupção foi ganhando força à medida que moralidade se degenerava. Tudo isso também era refletido uma religião superficial e numa falsa sensação de segurança. O profeta Amós viveu durante esse tempo e foi levantado por Deus para denunciar a situação lamentável que tomava Israel, mas que era maquiada pela grande riqueza que havia ali (Amós 2:6,7; 5:21-24; 6:1-8).
Inclusive, o profeta Amós profetizou sobre a morte de Jeroboão II e o iminente cativeiro do Reino do Norte (Amós 7:9-17). Assim, o longo reinado do rei Jeroboão II chegou ao fim, e três décadas depois os assírios invadiram Israel colocando um ponto final no Reino do Norte e exilando sua população.