A História de Ester na Bíblia
A história de Ester é uma das mais conhecidas da Bíblia e está registrada no livro do Antigo Testamento que traz seu nome. Ester foi uma judia exilada na Pérsia e viveu durante o período de reinado de Assuero (Xerxes) entre 486 e 465 a.C. Neste estudo bíblico, conheceremos mais sobre quem foi Ester na Bíblia.
Quem foi Ester na Bíblia?
Ester era uma jovem órfã, filha de Abiail, e, como já dissemos, uma judia exilada na Pérsia. Ester foi criada por seu primo Mardoqueu. O nome Ester muito provavelmente vem do persa stara e significa “estrela”, mas alguns intérpretes sugerem que talvez seu nome tenha ligação com o nome de uma deusa babilônica, a Ishtar. Já seu nome hebraico era Hadassa, que significa “murta”, um tipo de arbusto.
No texto bíblico, Ester é descrita como uma mulher que possuía notável beleza, tanto que foi contada entre as mais formosas do reino. O texto bíblico também enfatiza a bravura e a lealdade de Ester para com o povo judeu.
A história de Ester: Ester se torna rainha
Certo dia, o rei da Pérsia realizou uma festividade para o povo na fortaleza de Susã. Enquanto ele dava um banquete para homens, sua esposa, a rainha Vasti, oferecia um banquete às mulheres na casa real.
Em um determinado momento, o rei Assuero mandou chamar Vasti, ordenando que ela entrasse em sua presença usando a coroa real. A rainha se recusou a cumprir tal ordem, porque, muito provavelmente, implicava em alguma situação desonrosa à ela.
Com a recusa da rainha, Assuero a destitui do posto. Mais tarde, ele foi aconselhado a convocar as moças virgens e de boa aparência que havia em seu reino, e Ester estava entre essas jovens. Ester então alcançou favor na corte de Assuero, isto é, ela conseguiu o agrado necessário para poder sobreviver na corte. Obviamente isso foi resultado da providência divina (cf. Et 2:17; 5:2).
Ester foi submetida a um tipo de tratamento de beleza durante doze meses. Passado esse período, Ester foi conduzida por um dos eunucos a presença do rei. As jovens eram levadas ao rei e depois não retornavam mais a ele, exceto se o rei gostasse de alguma e a chamasse pelo nome.
Isto foi o que aconteceu com Ester. “O rei amou a Ester mais do que todas as mulheres, e ela alcançou perante ele favor e benevolência mais do que todas as virgens” (Et 2:17). Assim, Ester foi coroada rainha no lugar de Vasti. Foi feito um banquete pela coroação de Ester. Após se tornar rainha, Ester passou a viver no palácio em Susã.
A rainha Ester é informada sobre o plano de Hamã
Hamã, um importante príncipe do império da pérsia, resolveu destruir todos os judeus que havia no reino de Assuero, por conta de que Mardoqueu não se inclinava perante ele. A descrição de Hamã como “o agatita” sugere uma possível origem amalequita, povo que era inimigo mortal de Israel.
Mardoqueu contou a Ester o terrível plano de genocídio que Hamã iria executar, e lhe pediu para interceder perante o rei. A rainha Ester não podia entrar na presença do rei sem que fosse chamada, pois isso significaria colocar sua própria vida em risco.
Então Mardoqueu fez com que ela se atentasse ao fato de que Deus, providencialmente, poderia ter determinado os acontecimentos em sua vida para que ela pudesse estar exatamente em uma posição em que pudesse agir em favor dos judeus (Et 4:14).
Vale dizer que até aquele momento o rei não sabia que Ester era de origem judaica, assim, ele não sabia que havia permitido o extermínio do povo de sua rainha. Diante da situação delicada, a rainha Ester conclamou todos os judeus a jejuarem durante três dias, pois ela agiria contra a lei e entraria na presença do rei.
A rainha Ester usa de sabedoria e intercede pelos judeus
Após os três dias, Ester se aprontou com seus trajes reais e entrou no pátio interior da casa do rei. Assuero, assentado em seu trono, viu Ester parada no pátio e estendeu o cetro de ouro que tinha na mão em favor de Ester, permitindo que ela se aproximasse.
O rei perguntou o que ela queria, e disse-lhe que daria a ela até mesmo metade de seu reino. Ester, agindo com muita sabedoria, apenas o convidou juntamente com Hamã para participar de um banquete que ela havia preparado. Na ocasião do banquete, Ester solicitou permissão para preparar um segundo banquete no dia seguinte.
No segundo banquete, Ester revelou para o rei que ela era uma judia, e que todo o seu povo estava sentenciado à morte. Ester também contou que Hamã era quem tinha tramado todo aquela maldade.
O rei ficou muito furioso e deixou o banquete indo para o jardim do palácio. Hamã, sabendo que a situação havia ficado extremamente complicada para ele, resolveu permanecer ali para suplicar pela própria vida à Ester.
Quando o rei retornou à casa do banquete, encontrou Hamã caído sobre o divã de Ester. Aquela foi uma violação de protocolo irreversível, pois o rei entendeu que Hamã havia tentado violentar a rainha: “Porventura quereria ele também forçar a rainha perante mim nesta casa?” (Et 7:8).
Quando o rei exclamou essas palavras, logo os servos da corte entenderam que aquele era o fim da linha para Hamã, e cobriram o seu rosto. Às vezes era costume entre os gregos e romanos cobrir o rosto de um sentenciado à morte, porém entre os persas essa é a única referência desse costume.
Hamã foi então enforcado na própria forca que ele havia preparado para Mardoqueu. Como o rei não podia revogar o decreto anterior, a rainha Ester conseguiu fazer com que um novo decreto autorizando os judeus a se defenderem fosse publicado. Assim, os judeus passaram a ter o direito a legitima defesa.
Como resultado disso, os judeus mataram seus inimigos e exterminaram a casa de Hamã. Talvez o pedido de Ester para que um segundo dia de matança ocorresse, demonstre que havia ali em Susã grande ódio contra os judeus (Et 9:13,14).
Ao todo foram mortos mais de 75 mil inimigos que odiavam o povo judeu, porém eles não tocaram nos despojos de seus inimigos. Talvez aqui possa ser visto um contraste com o episódio em que os despojos dos amalequitas foram tomados, fato que levou ao fim de Saul (1Sm 15:17-19).
Devido a todo aquele acontecimento, foi estabelecida a Festa de Purim como uma celebração permanente em Israel. Saiba mais sobre as festas judaicas.
A história de Ester certamente nos leva a refletir sobre a soberania de Deus em cumprir os seus propósitos, bem como a importância de confiarmos em Deus, ainda que isto coloque em risco a nossa própria vida. Também devemos nos atentar para o fato de que devemos agir com sabedoria, sempre intercedendo a Deus para que Ele direcione as nossas ações. Saiba mais sobre o livro de Ester.