O Que é Bênção e Qual o Seu Significado na Bíblia?
Bênção é basicamente o próprio ato de abençoar ou uma concessão de bem. Como a palavra “bênção” possui uma ampla aplicação, seu significado correto deve ser determinado de acordo com o contexto em que ela aparece.
A palavra bênção pode ser empregada no sentido de “aprovação” ou “consentimento”, como também para se referir a um “presente recebido”, um “favor”, uma “dádiva” etc. Nesse texto entenderemos melhor o que é bênção, e qual o seu significado na Bíblia.
Significado de bênção na Bíblia
No Antigo Testamento a palavra bênção geralmente traduz o hebraico berakhak, que pode significar algo como “bênção”, “fonte de bem/bênção”, “prosperidade”, “louvor de Deus”, “presente” e “acordo de paz”.
Essa palavra aparece em muitas passagens bíblicas se referindo à concessão de bem (Dt 11:26; Pv 10:22; Is 19:24) e muitas vezes contrastando com a maldição (Gn 27:12; Dt 11:26-28; 23:5; 28:2; 33:23). Esse termo também é utilizado para se referir a uma fórmula de palavras que invoca coisas boas, e que constitui propriamente uma “bênção” (Gn 27:36; 38:41; Dt 33:1).
No Novo Testamento a palavra bênção é usada para traduzir o grego eulogia, que pode significar “louvor”, “gratidão”, “invocação de bênção”, “consagração”, “benefício”, “discurso elegante” e outros.
Esse termo é utilizado no Novo Testamento tanto para se referir à invocação de bênçãos (Tg 3:10), como ao bem material no sentido de generosidade (2 Co 9:5) e o bem espiritual transmitido pelo Evangelho (Ef 1:3).
O ato de abençoar na Bíblia
Na Bíblia encontramos o ato de abençoar presente em diferentes aspectos. O principal deles é o de Deus abençoando o homem, de modo que essa bênção sempre é eficiente (Gn 1:28; 12:2; 22:17; Êx 20:24; Dt 1:11; Sm 6:11; Ef 1:3; etc).
O ato de o homem louvar a Deus, expressando sua gratidão em relação a Ele e reconhecendo seus atributos divinos glorificando-o pela sua grandeza, também pode ser entendido como algo equivalente a uma bênção (Sl 63:4; 103:1,2; etc).
Também é notória a bênção do alimento, isto é, o ato de dar graças a Deus pelo alimento. Esse era um costume típico na cultura judaica. O próprio Senhor Jesus quando alimentou as multidões tomou o pão e deu graças a Deus o Pai (Lc 11:24), bem como quando Ele institui a Ceia do Senhor enquanto celebrava a Páscoa e deu graças ao partir o pão (Lc 22:19), ou ainda quando abençoou o pão no momento em que os olhos dos dois discípulos que iam pelo caminho de Emaús foram abertos (Lc 24:30).
Em 1 Coríntios 10:16, o apóstolo Paulo escreveu: “Porventura o cálice de bênção que abençoamos não é a comunhão do sangue de Cristo?”. Essa frase não deve ser entendida como uma simples indicação de que a Igreja agradece pelo “cálice de bênção”, mas deve ser entendido com todo seu sentido teológico, isto é, o de agradecer a Deus o Pai pela obra redentora de Cristo a nosso favor.
Temos também o exemplo de alguns homens impetrando uma bênção, como quando o rei e sacerdote Melquisedeque abençoou o patriarca Abraão (Gn 14:19,20), Isaque quando abençoou Jacó (Gn 27:26-40), depois Jacó quando abençoou seus descendentes (Gn 49:1-7), e Moisés quando abençoou o povo de Israel (Dt 33:1-29).
Uma aplicação do ato de abençoar que certamente merece destaque é quando os sacerdotes abençoavam o povo no Antigo Testamento com a bênção sacerdotal (Nm 6:24-26), e da mesma forma os apóstolos também assim fizeram no Novo Testamento (2Co 13:13).
Aqui também devemos fazer uma consideração de que tanto na bênção sacerdotal como na bênção apostólica, é preciso entender que esse ato não é o mesmo que uma oração própria ou um simples desejo de alguém em relação as bênção de Deus. Antes, é o próprio ato de um ministro pronunciando a bênção sobre outras pessoas em nome de Deus (Nm 6:26).
Dessa forma, ao invés de um mero desejo sobre coisas boas, tais bênçãos significam promessas reais, eficazes e garantidas a todos aqueles que a recebem com fé genuína.