A Condição dos Gentios Sem Deus
A condição dos gentios sem Deus era a pior possível. Não participantes do povo da aliança, os gentios andavam alienados e distantes da revelação especial de Deus. Não havia esperança para eles, e o que lhes restava era se aprofundar mais e mais na miséria de seu pecado.
Na Carta aos Efésios, o apóstolo Paulo destaca qual era a condição dos gentios sem Deus. Mais especificamente no capítulo 2 de sua epístola, Paulo pontua as características da condição dos gentios longe do Senhor.
O apóstolo diz que os gentios estavam mortos em ofensas e pecados, andavam segundo o curso deste mundo e faziam a vontade do príncipe das potestades do ar, o mesmo que agora atua nos que vivem na desobediência. Eles eram “gentios por nascimento e chamados incircuncisão pelos que se chamam circuncisão, feita no corpo por mãos humanas” (Efésios 2:11). Paulo ainda completa dizendo que os gentios “estavam sem Cristo, separados da comunidade de Israel, sendo estrangeiros quanto às alianças da promessa, sem esperança e sem Deus no mundo” (Efésios 2:12).
- Veja também: Quer melhorar o aproveitamento de suas aulas da EBD? Conheça um curso completo de formação para professores e líderes da Escola Bíblica Dominical.Conheça aqui! (Vagas Limitadas)
A condição dos gentios sem Deus em relação a Israel
O apóstolo Paulo diz que os gentios eram chamados “incircuncisão pelos que, na carne, se chamam circuncisão feita por mãos humanas” (Efésios 2:11). A circuncisão era o sinal da aliança de Deus com Abraão. Então a circuncisão era o símbolo distintivo que separava os descendentes de Abrão, isto é, o povo herdeiro da promessa, dos demais povos da terra. Então apesar de ser um procedimento físico, a circuncisão tinha um significado religioso que apontava para a consagração daquele povo ao Senhor. Os filhos do povo de Israel eram circuncidados com oito dias de nascido (Gênesis 17:12).
Na sequência da história bíblica, percebemos como os gentios eram desprezados pelos israelitas que os identificavam como incircuncisos. Esse desprezo de dava pelo fato de que os israelitas, como povo da aliança, não deviam se contaminar com as práticas dos povos gentios.
Esse desprezo dos judeus pelos gentios pôde ser visto, inclusive, entre os primeiros cristãos. Crentes judeus começaram a desprezar crentes gentios que não eram circuncidados. Essa indisposição acabou resultando na primeira grande discussão teológica da Igreja Cristã que culminou na convocação do Primeiro Concílio da Igreja em Jerusalém (Atos 15:28,29).
A questão é que com o tempo os judeus passaram a interpretar o sinal da circuncisão de forma equivocada. Eles começaram a supervalorizar sua linhagem e seus cerimoniais como se a redenção e o favor divino estivessem condicionados a meros aspectos físicos. O próprio Senhor Jesus repreendeu os judeus por pensarem que Deus estava interessado mesmo era na linhagem física que os ligava a Abraão (João 8:37-47).
Por isso a Bíblia coloca de forma clara que a circuncisão não tinha qualquer valor se a pessoa, com todo seu ser, não estivesse consagrada ao Senhor. A condição dos judeus devia ser diferente da condição dos gentios sem Deus não meramente pelo sinal da circuncisão física, mas pelo sinal da circuncisão do coração que indicava que aquele era um povo consagrado ao Senhor e que desfrutava de um relacionamento especial com Ele.
A condição dos gentios sem Deus foi mudada em Cristo
Depois de falar da condição dos gentios sem Deus, o apóstolo Paulo também coloca os judeus na mesma situação. Judeus e gentios, alienados pelo pecado, são merecedores da ira divina (Efésios 2:3).
Pela vontade soberana do Senhor, o povo de Israel recebeu a bênção de ser a nação portadora da revelação especial de Deus nos tempos antigos. Os israelitas podiam se relacionar com Deus de forma salvífica, enquanto que os gentios andavam perdidos na escuridão de seus pecados – e sentiam prazer nisso. Eles suprimiram a verdade de Deus e elegeram para si falsos deuses (Romanos 1:18-25).
Mas a boa notícia é que a obra redentora de Cristo mudou completamente a condição dos gentios sem Deus. A promessa divina sempre foi a de reunir, em um só povo, redimidos de todas as partes do mundo – judeus e gentios (cf. Isaías 42:6; 49:6). Em Cristo, o verdadeiro povo de Deus não é aquele que compartilha do mesmo sangue de Abraão, mas aquele que compartilha da mesma fé de Abraão; não é aquele povo que possui o sinal da circuncisão externa na carne, mas aquele povo que possui a circuncisão interior que é do coração (Romanos 2:29).
Jesus Cristo é a Luz do mundo que ilumina as nações (Lucas 2:32). Em Cristo a barreira que separava judeus e gentios foi removida (Mateus 12:18,21; Efésios 2:14). Os gentios sem Deus que estavam longe foram aproximados mediante o sangue de Cristo. A cruz de Cristo reconciliou com Deus judeus e gentios, e de ambos os povos fez um só povo (Efésios 2:15,16).
Cristo trouxe a paz aos que estavam perto – judeus – e aos que estavam longe – gentios (Efésios 2:17); e através dele judeus e gentios têm acesso ao Pai, por um só Espírito. Como resultado, a condição dos gentios mudou de estrangeiros e forasteiros, para cidadãos dos santos e membros da família de Deus (Efésios 2:18,19).