Amando e Resgatando a Pessoa Desgarrada

O Novo Testamento mostra claramente Jesus buscando, amando e resgatando a pessoa desgarrada durante seu ministério terreno. Ele buscou as pessoas mais desprezadas daquele tempo na sociedade judaica. Ele estendeu sua mensagem de salvação a publicanos, pecadores, meretrizes etc.

Essa busca e esse amor foram revelados em sua forma mais intensa na cruz. Inclusive, o próprio Jesus resumiu o objetivo de seu ministério da seguinte forma: “Porquanto o Filho do Homem veio buscar e salvar o que estava perdido” (Lucas 19:10). Ele disse essas palavras enquanto estava na casa de Zaqueu, o publicano.

O Senhor Jesus ainda falou em seus ensinos sobre a importância de buscar, amar e resgatar a pessoa desgarrada e perdida. O Evangelho de Lucas registra uma sequência de três parábolas que tratam exatamente dessa questão. São elas: A Parábola da Ovelha Perdida (Lucas 15:3-7); A Parábola da Dracma Perdida (Lucas 15:8-10); A Parábola do Filho Pródigo (Lucas 15:11-32).

As três parábolas de Jesus mostram o extraordinário amor de Deus pelos pecadores. Elas revelam a forma ativa como Deus busca, encontra e traz de volta os perdidos. As três parábolas terminam com a cena de uma grande comemoração, indicando que Deus não apenas busca o que se perdeu, mas se alegra grandemente quando a pessoa desgarrada e perdida é encontrada.

Buscando e resgatando a pessoa desgarrada

Jesus contou a Parábola da Ovelha Perdida em duas ocasiões diferentes de seu ministério (Mateus 18:12-14; Lucas 15:4-7). No Evangelho de Mateus Jesus pronunciou essa parábola num contexto em que Ele estava explicando aos seus discípulos quem é o maior no reino dos céus.

Já no Evangelho de Lucas Jesus contou essa parábola enquanto repreendia os fariseus e os escribas que desprezavam as pessoas que eles julgavam indignas da salvação. Os lideres religiosos dos judeus criticavam Jesus por manter contato com aquelas pessoas. Eles achavam que aquelas pessoas eram tão reprováveis que nem mesmo podiam manter contato com elas. Diante desse contexto é possível facilmente perceber a importância do significado dessa parábola.

Seu significado principal expressa a verdade de que se um simples pastor se compadece de uma ovelha que se perde, que dirá o Bom Pastor que dá a vida por suas ovelhas? O Bom Pastor busca, ama e resgata a pessoa desgarrada.

O mesmo pode ser dito do significado da Parábola da Dracma Perdida. A parábola fala da forma com que Deus busca o pecador perdido, e se alegra quando esse pecador se arrepende.

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Amando a pessoa desgarrada e perdida

A Parábola do Filho Pródigo fecha essa sequência de ensino do Senhor Jesus. Para um correto entendimento da mensagem ensinada por Cristo, as três parábolas devem ser vistas como parte de um todo. A Parábola do Filho Pródigo expressa a mesma verdade das outras duas parábolas, ainda que por um ângulo um pouco diferente.

Seu significado mostra a misericórdia e o amor perdoador de Deus para com os desgarrados e perdidos. O filho pródigo é uma figura do pecador sinceramente arrependido. O pai representa Deus que espera para perdoar aquele que genuinamente se arrepende.

O filho mais velho é uma figura daqueles que agem com preconceito, desprezo e hipocrisia para com as pessoas perdidas. No contexto em que Jesus contou a parábola esse filho representava os fariseus e escribas.

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A soberania de Deus no resgate da pessoa desgarrada

As três parábolas formam um conjunto que mostra tanto a soberania de Deus quanto a responsabilidade humana. As duas primeiras parábolas enfocam especialmente a soberania divina no processo de buscar, amar e resgatar a pessoa desgarrada e perdida. Assim como sozinha a ovelha perdida não consegue encontrar novamente o aprisco, ou mesmo uma dracma não pode fazer-se encontrar a si mesma, nenhum pecador pode, por sua própria vontade e capacidade, obter a salvação de sua alma.

Já a última parábola mostra também a responsabilidade humana nesse processo, ainda que ela não deixa de igualmente mostrar a soberania de Deus. A parábola mostra o filho rebelde que depois se arrependeu sinceramente. Então ele resolveu voltar à casa do pai. Mas de forma maravilhosa a parábola mostra que o pai já aguardava o retorno desse filho. Ele tinha inclusive um novilho cevado para a grande comemoração do reencontro.

O arrependimento é parte fundamental no processo de salvação, e de fato é o homem quem se arrepende, e não Deus que se arrepende no lugar do homem. Mas esse arrependimento só pode surgir como fruto de um coração regenerado pela obra do Espírito Santo que ressuscita o pecador e o convence de seu pecado (cf. João 3:1-21; 6:7-11). Só pode se arrepender aquele que está convencido de seu erro.

É por isso que apesar de a parábola mostrar a responsabilidade humana, tanto na rebeldia quanto na atitude de arrependimento do filho perdido, ela não deixa dúvida acerca da condição do homem distante de Deus. O filho “estava morto e reviveu”; ninguém é capaz de ressuscitar-se a si mesmo. O filho também “estava perdido e foi achado”. Perceba que ele não se achou sozinho, mas ele foi achado (Lucas 15:24).

O perdão dos pecados não se baseia em nossos méritos, mas inteiramente no dom da graça de Deus. A salvação definitivamente não é pelas obras, e nem reside no merecimento da pessoa perdida. Mas ela se ergue esplendorosa fundamentada no maravilhoso amor do Pai. Por esse motivo o apóstolo Paulo declara explicitamente que a salvação é pela graça mediante a fé, sem mérito algum para o homem (Efésios 2:1-8).

Estamos buscando e amando a pessoa desgarrada?

Jesus nos chamou para sermos seus representantes neste mundo. Ele nos deu a missão de continuar sua obra. Ele nos incumbiu de anunciar as maravilhas de Deus através da proclamação da mensagem do Evangelho de salvação a todos os povos, nações, tribos e línguas. O apóstolo Pedro diz que essa é a nossa principal missão nesta terra (1 Pedro 2:9). Jesus Cristo realmente nos chamou para sermos cada vez mais imitadores dele; cada vez mais parecidos com Ele.

Jamais devemos desprezar ou rejeitar aqueles a quem o próprio Deus busca ativamente. Tal como a ovelha perdida, a dracma encontrada, e o filho pródigo, todos nós fomos buscados, achados, resgatados e perdoados pelo Bom Pastor. Então a atitude que é esperada do cristão não deve ser outra a não ser buscar e amar os perdidos através da mensagem de Cristo.

Será que estamos cumprindo isto? Deus continua buscando, amando e resgatando a pessoa desgarrada, e o que estamos fazendo diante disso? Será que temos servido a esse propósito? Será que temos sido instrumentos pelos quais Deus tem resgatado os pecadores desgarrados e perdidos?

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