Estudo Sobre a Cidade de Ur dos Caldeus
Ur dos Caldeus era uma cidade próspera da época de Abraão localizada na Mesopotâmia. O estudo bíblico revela que a a família de Abraão deixou a cidade de Ur com a finalidade de viajar para a terra de Harã (Gênesis 11:28,31; 15:7).
Então a cidade de Ur dos Caldeus é mencionada na Bíblia no livro de Gênesis em conexão com a chamada de Abraão. O livro de Neemias diz: “Tu és o Senhor, o Deus que elegeste Abrão, e o tiraste de Ur dos Caldeus, e lhe puseste por nome Abraão” (Neemias 9:7).
Portanto, apesar de ser citada rapidamente no Antigo Testamento, a referência à cidade de Ur dos Caldeus é bastante significativa. No tempo de Abraão o nome da cidade era simplesmente Ur. Mas ela ficou conhecida na Bíblia como Ur dos Caldeus por causa do povo que a ocupou posteriormente. Isso significa que a designação “Ur dos Caldeus” no livro de Gênesis provavelmente é uma modernização do texto feita numa edição posterior ao tempo de Moisés.
A localização de Ur dos Caldeus
A localização de Ur dos Caldeus é um assunto realmente muito controverso. Estêvão, em seu sermão registrado no livro de Atos dos Apóstolos, localiza Ur dos Caldeus na Mesopotâmia (Atos 7:2). Mas a questão mesmo é saber em que ponto da Mesopotâmia a cidade de Ur estava localizada?
Alguns estudiosos já tentaram localizar Ur dos Caldeus no norte da Mesopotâmia, identificando-a com Urfa (chamada pelos gregos de Edessa). Esse lugar ficava a cerca de 30 quilômetros de Harã. Mas essa identificação é muito improvável quando considerada a rota da migração de Abraão.
Então a localização mais provável e amplamente aceita pelos estudiosos é aquela que diz que Ur dos Caldeus ficava localizada no sul da Mesopotâmia, às margens do rio Eufrates. Acredita-se que os caldeus só entraram no sul da Mesopotâmia quase um milênio depois de Abraão. Então como foi dito, a conexão entre Ur e os caldeus em Gênesis é uma atualização do texto.
Considerando que a localização provável de Ur dos Caldeus era o sul da Mesopotâmia, muitos eruditos a identificam com as ruínas encontradas na região da moderna Tell el-Miqayyar, que fica no sul do atual Iraque; aproximadamente 350 quilômetros de Bagdá.
Como era Ur dos Caldeus?
Ur dos Caldeus foi uma cidade que teve uma longa história. Então durante esse período que durou milênios, muita coisa aconteceu. Em seu tempo áureo tudo indica que Ur dos Caldeus foi uma importante cidade-estado. Ur representava um centro cultural e econômico significativo em sua região.
Alguns estudiosos dizem que quando Abraão passou por Ur dos Caldeus a cidade já estava enfrentando um declínio político e econômico. Outros, porém, dizem que Abraão conheceu Ur em seus melhores dias. As opiniões variam devido às dificuldades cronológicas desse período.
Mas é certo que Ur dos Caldeus teve importantes dinastias e teve forte influência militar e cultural na Mesopotâmia. Escavações arqueológicas revelaram ruínas de um palácio, de um templo, e do que havia sido um imponente zigurate. Inclusive, o zigurate de Ur chegou a ser reconstruído nos dias de Nabonido, após o reinado de Nabucodonosor.
Acredita-se que no segundo milênio antes de Cristo, Ur dos Caldeus possuía uma população de pelo menos trezentas mil pessoas. Tudo isso significa que Ur dos Caldeus em seu auge foi uma das cidades mais importantes do mundo antigo.
As ruínas de Ur é um dos sítios arqueológicos mais ricos já encontrados. Muito material literário, artefatos e tesouros foram recuperados. Uma das coisas que mais chamou a atenção nos empreendimentos arqueológicos nas ruínas de Ur dos Caldeus foi uma série de sepulturas da nobreza e da corte da cidade.
A religião de Ur dos Caldeus era caracterizada pelo culto a Nannar, o deus sumério da lua. Nannar era a principal divindade em Ur e também era cultuado em outras cidades, inclusive em Harã, para onde Abraão foi após sair de Ur. Muito tempo depois do patriarca Abraão, Ur foi governada pelos reis neo-babilônicos. Daí provavelmente vem sua designação como Ur dos Caldeus. Parece que a região da cidade de Ur dos Caldeus acabou sendo abandonada em aproximadamente 300 a.C.