Cidades de Refúgio na Bíblia

As cidades de refúgio aparecem na narrativa bíblica do Antigo Testamento e despertam a curiosidade e algumas pessoas. As principais referência acerca das cidades de refúgio são encontrada nos livros de Números (35:9-34) e Josué (20:1-9). Neste texto, conheceremos um pouco mais sobre o quem eram, e quais eram as cidades de refúgio mencionadas na Bíblia.

O que eram as cidades de refúgio?

A tribo de Levi não recebeu terras como as demais tribos, ao invés disso, a tribo de Levi foi escolhida para viver em 48 cidades espalhadas pela Palestina. Dessas 48 cidades, seis delas, por ordem de Deus, foram designadas como “cidades de refúgio“, sendo três de cada lado do rio Jordão (Números 35:13,14).

As cidades de refúgio serviam como um tipo de asilo para os homicidas. Entretanto, havia uma restrição clara em relação ao tipo de homicídio. Só podia recorrer ao recurso das cidades de refúgio, a pessoa que, sem intenção (crime culposo), tirasse a vida de alguém (Números 35:15).

Em caso de assassinato intencional (crime doloso), o assassino não tinha qualquer direito de partir para as cidades de refúgio, devendo então ser morto por conta do crime cometido. Em Números 35:16-23, encontramos os critérios que ajudavam a determinar quando um crime era intencional e quando era involuntário.

A necessidade de se recorrer ao privilégio das cidades de refúgio ficava por conta de que, quando alguém era morto, o parente masculino mais próximo da pessoa assassinada deveria agir como “vingador de sangue” (Números 35:12,19; Deuteronômio 19:12).

Logo, na vida pública do povo de Israel devia ser aplicada a lei da retribuição (Êxodo 21:23-25; Levítico 24:10-23; Deuteronômio 19:21), um princípio também expresso na conhecida e antiguíssima Lei de Talião. Porém, o vingador de sangue não poderia causar dano ao homicida que matou involuntariamente, enquanto ele estivesse acolhido em uma das cidades de refúgio.

O assassino poderia deixar a cidade de refúgio quando o sumo sacerdote morresse, ficando livre para habitar em outra cidade em completa segurança, sem que o vingador tivesse qualquer direito sobre ele (Nm 35:25-28).

O principal objetivo das cidades de refúgio era fazer com que a terra onde o povo de Israel habitava, ficasse livre de toda impureza, pois a presença do Senhor era presente entre os israelitas (Números 35:33,34).

Quando o assassino desintencional chegasse à cidade de refúgio, ele deveria expor o seu caso aos anciãos, se ser recebido na cidade adequadamente. Também é importante ressaltar que sempre os crimes eram julgados, para que ninguém se aproveitasse desse benefício indevidamente, ficando a cargo dos anciãos da localidade onde o homicida morasse, estabelecer o julgamento final sobre sua causa.

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Quais eram as cidades de refúgio?

Sabemos que eram seis as cidades de refúgio, situadas estrategicamente nas regiões norte, central e sul da terra em que habitavam os israelitas, com estradas que mantinham o acesso fácil e aberto a elas. Moisés escolheu três delas no lado leste do Jordão (Deuteronômio 4:41-43): Bezer, Ramote em Gileade e Golã em Basã.

Depois, já na época de Josué, outras três cidades foram indicadas, dessa vez do lado oeste do rio Jordão, sendo elas: Quedes, Siquém e Efraim (Josué 20:7).

No Novo Testamento, é possível que o escritor da Epístola aos Hebreus tenha usado uma referência às cidades de refúgio como um tipo de figura do refúgio que encontramos em Cristo (Hebreus 6:18).

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