O Que Significavam as Cortinas do Tabernáculo?

Falar das cortinas do Tabernáculo é falar do próprio Tabernáculo em si. Isso porque o Tabernáculo basicamente era uma estrutura física feita por um conjunto de cortinas. Então nesse sentido as cortinas do Tabernáculo eram sinônimo do próprio Tabernáculo.

A Bíblia diz que dez cortinas de linho fino cobriam o Tabernáculo; e que por sua eram cobertas por onze cortinas de pelos de cabra. Depois havia duas cobertas adicionais que cobriam os dois conjuntos de cortinas. Uma coberta era feita de peles de carneiro e a outra de peles finas (Êxodo 26:1-14).

As cortinas do Tabernáculo eram postas sobre uma estrutura feita de tábuas de madeira de acácia. Provavelmente essas tábuas eram pranchas posicionadas verticalmente a fim de formarem os lados e as costas da estrutura. Um jogo de travessas de madeira de acácia cobertas de ouro servia para estabilizar a estrutura. As travessas eram colocadas horizontalmente como vigas e presas por argolas de ouro (Êxodo 26:15-30).

Além disso, havia também outra cortina chamada de “véu do reposteiro” que ficava no interior do Tabernáculo e servia para separar o Santo Lugar do Santo dos Santos. Esse véu era feito do mesmo material das cortinas interiores e possuía querubins estampados nele.

A porta da tenda também era feita de cortinas de estofo azul, púrpura e carmesim, e linho fino retorcido, apoiada em colunas de madeira de acácia cobertas de ouro, com colchetes também de ouro e bases de bronze. Como fica claro, a cortina da porta era feita do mesmo material das cortinas do Tabernáculo e do véu interior, mas a diferença era que essa cortina era bordada (Êxodo 26:37).

Como eram as cortinas do Tabernáculo?

As dez cortinas que constituíam o próprio Tabernáculo eram feitas de tecidos caros, isto é, linho retorcido, estofo azul, púrpura e carmesim; com figuras de querubins na tapeçaria. Cada cortina media 28 côvados de comprimento por 4 côvados de largura; o que equivale a aproximadamente 12,80 metros de comprimento por 1,83 de largura.

As dez cortinas eram organizadas em dois conjuntos de cinco cortinas que eram ligadas entre si formando uma peça contínua de cortina que media aproximadamente 18,30 metros de comprimento por 12,80 metros de largura. Ao longo da orla de cada conjunto de cortinas havia cinqüenta laçadas de estofo azul e cinqüenta colchetes de ouro que prendiam uma cortina à outra, tornando o Tabernáculo um todo (Êxodo 26:1-6).

A forma como essas cortinas cobriam a estrutura de madeira não é muito clara. A maioria dos estudiosos entende que as cortinas eram espalhadas sobre a armação de madeira. De acordo com as medidas das cortinas de linho fino, parece que essa cobertura interior terminava a um côvado acima do chão, de cada lado do Tabernáculo.

Por cima dessa cortina interior que formava o próprio Tabernáculo, dois jogos de cortinas de pelos de cabras eram estendidos. Um jogo era formado por cinco cortinas e o outro de por seis cortinas, totalizando onze cortinas. O conjunto de cortinas de pelos de cabra tinha a função de proteger a cortina interior. Inclusive, esse conjunto de cortinas unidas por meio de laçadas e colchetes, formava uma grande cortina de aproximadamente 13,75 metros de largura por 20,10 metros de comprimento. Então essas cortinas externas eram mais longas que as cortinas interiores.

Por cima das cortinas, dois jogos de cobertas de peles eram colocados. Uma coberta era feita de peles de carneiro tingidas de vermelho. A outra coberta era feita de pele de um animal marinho. A finalidade dessas cobertas era fornecer uma proteção à prova d’água (Êxodo 26:14-30).

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O significado das cortinas do Tabernáculo

As cortinas do Tabernáculo, e até aquelas que cercavam o átrio, serviam de proteção no sentido de separar os pecadores da consumidora presença de Deus. Mais precisamente a cortina interior, que era o Tabernáculo propriamente dito, enfatizava esse conceito. Na cortina feita de linho fino havia também figuras de querubins.

O linho era o tecido usado na confecção das vestes sacerdotais, e em várias passagens bíblicas claramente é tomado como um símbolo de pureza, santidade e justiça (cf. Apocalipse 15:6; 19:8; etc.). Já os querubins aparecem na Bíblia como os guardiões da presença santa de Deus. Quando houve a Queda do Homem, Adão e Eva foram expulsos do Jardim do Éden e querubins com uma espada flamejante foram posicionados de modo a impedir o retorno dos pecadores e o acesso à árvore da vida (Gênesis 3).

Então é realmente muito significativa a forma com que a figura desses seres celestiais é aplicada no Tabernáculo. Os querubins não estavam representados apenas nas cortinas, mas na Arca da Aliança. Dois querubins feitos de ouro puro com as asas estendidas foram colocados sobre o propiciatório que cobria a Arca. A aqui vale lembrar que no Antigo Testamento a Arca da Aliança era o símbolo máximo da presença de Deus no meio de Seu povo.

Então os querubins estavam nas cortinas do Tabernáculo, no véu que fechava o Santo dos Santos e na cobertura da Arca da Aliança. Obviamente a mensagem era muito clara: ninguém podia se aproximar livremente da presença santa de Deus.

Mas por outro lado, essa realidade também representava uma possibilidade de aproximação. Os adoradores podiam entrar pelas cortinas que separavam o acampamento de Israel e o átrio. Os sacerdotes podiam entrar pelas cortinas do Tabernáculo até o Santo Lugar. E uma vez por ano, no Dia da Expiação, o sumo sacerdote podia passar pelo véu que selava o Santo dos Santos e apresentar ao Senhor uma expiação de sangue pelo pecado do povo diante do propiciatório.

Porém, tudo isso era transitório e não podia fornecer uma solução definitiva para o problema do pecado. Havia a possibilidade de passagem temporária pela cortina da separação, mas a cortina continuava lá; os querubins continuavam postados; e o caminho que dava livre acesso à presença de Deus continuava fechado.

Mais tarde a estrutura móvel do Tabernáculo deu lugar ao Templo fixo em Jerusalém. Mas ali também havia o véu estampado com querubins que separava o Santo dos Santos. Além disso, as paredes daquela grandiosa construção eram adornadas com querubins. O Templo era novo e imponente, mas a separação continuava a mesma.

Cristo e as cortinas do Tabernáculo

É justamente nesse ponto que entra a obra de Cristo. Em sua morte, a cortina da separação foi rasgada de alto a baixo. Esse fato registrado historicamente nos Evangelhos Sinóticos é explicado na Carta aos Hebreus.

Aquela cortina não se rasgou porque estava velha, ou por causa do terremoto que abalou Jerusalém naquele dia. Na verdade o véu foi rasgado porque Cristo penetrou além dele de uma vez por todas; não no Santuário terreno, mas no Santuário celestial (Hebreus 6:19; 9:11,12). Dessa forma, Ele restabeleceu o acesso direto a Deus e agora os redimidos por Ele têm o privilégio de entrar no Santuário “pelo novo e vivo caminho que Ele consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne” (Hebreus 10:19,20).

Por tudo isso as cortinas do Tabernáculo apontavam para a grandiosidade da obra de Cristo. A fenda que se abria apenas uma vez por ano para o sumo sacerdote entrar no lugar mais reservado do Santuário era apenas a sombra do rasgo que haveria de partir o véu ao meio e permitir que os filhos de Deus, adotados em Cristo, pudessem ter acesso à sala do trono (Hebreus 4:16).

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