Estudo Sobre a Cura do Cego de Betsaida

A cura do cego de Betsaida é um milagre de Jesus registrado no Evangelho de Marcos. O texto bíblico diz que o Senhor Jesus passou saliva nos olhos do cego e ele recobrou a visão (Marcos 8:22-26). Curiosamente antes de o cego voltar a enxergar perfeitamente, ele viu homens como árvores.

O evangelista Marcos nos informa que assim que Jesus chegou a Betsaida, algumas pessoas lhe trouxeram um homem cego (Marcos 8:22). Inclusive, essas pessoas que serviram de guia para o cego rogaram a Jesus para que Ele tocasse aquele homem. Obviamente isso significava um pedido para que Jesus curasse o cego (cf. Marcos 1:41).

A cidade de Betsaida ficava na margem nordeste do mar da Galileia. Foi ali também que ocorreu o milagre da multiplicação dos cinco pães e dois peixes para alimentar a multidão (Lucas 9:10-17).

Durante muito tempo Betsaida havia sido uma simples aldeia – isso explica por que Marcos a chama assim. Mas Filipe, o tetrarca – filho de Herodes, o grande – investiu na aldeia, aumentando-a e fazendo dela uma cidade. Seu nome era Betsaida Júlia, em homenagem a filha do imperador romano Augustus.

Jesus cura o cego de Betsaida

A Bíblia diz que Jesus recebeu o cego que as pessoas lhe trouxeram. Ele o tomou pela mão e o levou para fora de Betsaida. Não há unanimidade entre os comentaristas sobre por qual razão Jesus levou o cego para fora da cidade. As principais sugestões são:

  • Jesus queria evitar formar uma grande aglomeração naquele lugar.
  • Jesus queria simplesmente levar o cego para um local mais reservado para protegê-lo e dar a ele a tranqüilidade necessária para compreender verdadeiramente o que estava para acontecer.
  • Pode ser os discípulos também tenham acompanhado Jesus e o cego para fora de Betsaida. Nesse caso pode ter havido um propósito pedagógico para os discípulos.
  • Jesus não queria que a incrédula Betsaida tivesse outra demonstração do poder de Deus (cf. Mateus 11:21-24).

Seja como for, o que se sabe é que Jesus Cristo aplicou saliva nos olhos do cego, e impondo-lhe as mãos, perguntou ao homem se ele estava vendo alguma coisa (Marcos 8:23). O homem respondeu que estava vendo homens, mas como se fossem árvores andando.

Não há um significado especial no fato de ele ter visto as pessoas como se fossem árvores. Na verdade essa expressão indicava simplesmente que ele estava vendo alguma coisa, mas que sua visão ainda não estava nítida. Mas essa expressão também parece indicar que aquele homem não era cego de nascença, afinal ele sabia reconhecer árvores e pessoas.

A Bíblia Sagrada diz que novamente Jesus colocou as mãos nos olhos do cego de Betsaida e ele passou a enxergar com perfeição. Depois Jesus mandou que o cego fosse para sua casa e recomendou que ele não entrasse mais em Betsaida. Ele poderia ir logo se alegrar e glorificar a Deus com sua família.

Aqui há algo interessante. Apesar de popularmente falarmos do “cego de Betsaida”, aquele homem foi curado fora de Betsaida e muito provavelmente não era de Betsaida, pois Jesus recomendou que ele não entrasse mais na cidade.

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Lições que aprendemos com a cura do cego de Betsaida

Nos Evangelhos há muitos relatos de milagres realizados por Jesus. Há registros da cura de pelo menos sete homens cegos. Mas é interessante notar que cada situação foi única. Jesus usou várias abordagens diferentes que expressavam sua preocupação pessoal com aquelas pessoas.

Aqui na terra Jesus não era simplesmente um fazedor de milagres. Ele era alguém que se compadecia dos necessitados. Ele era alguém que estabelecia relacionamentos pessoais com aqueles que se aproximavam dele.

Perceba que nesse milagre Jesus tomou o cego de Betsaida pela mão – mesmo aquele homem tendo quem o guiasse. Ele conversou com o cego, aplicou saliva em seus olhos e impôs-lhe as mãos – antes Ele já havia colocado saliva na língua de um homem surdo e gago (Marcos 7:31-37). Essas atitudes físicas faziam parte da abordagem de Jesus, mas não eram a causa do milagre. A prova disso é que não há nenhum outro relato bíblico de alguém operando qualquer milagre dessa forma. O poder e a autoridade estavam em Cristo, o Filho do Deus vivo.

Com tudo isso, a cura do cego de Betsaida também nos ensina que o Senhor tem Suas maneiras misteriosas de trabalhar. Por algum motivo a visão daquele homem foi recuperada de forma gradual.

O texto bíblico não explica por que o homem não enxergou com clareza imediatamente. Mas obviamente não foi o caso de ter faltado poder em Jesus. Aquele que andou sobre as águas, que acalmou a tempestade e o mar, que curou toda sorte de doenças, que expulsou demônios, que ressuscitou os mortos e que venceu a morte, tinha poder suficiente para, se quisesse, curar de uma só vez a cegueira daquele homem.

Alguns estudiosos vêem nisso uma representação da condição espiritual dos discípulos naquele momento. Eles tinham olhos, mas não viam (Marcos 8:18). De qualquer forma, o melhor que temos a fazer é reconhecer que o Senhor trabalha como quer. Ele tem sua própria maneira de agir e opera de maneiras diferentes de acordo com o Seu bom propósito.

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