O Que Significa “Deus Escolheu as Coisas Loucas Deste Mundo”?

A declaração “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para envergonhar os sábios” fala sobre a soberania de Deus. O Deus que governa todas as coisas agiu conforme sua livre e soberana vontade na execução de seu plano de salvação. A obra da redenção não ocorre de acordo com a agenda humana, e nem se fundamenta nos conceitos da sabedoria do mundo.

Por esse motivo a Bíblia diz: “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes. E Deus escolheu as coisas insignificantes do mundo; e as desprezadas, e aqueles que não são, para reduzir a nada as que são” (1 Coríntios 1:27,28).

O apóstolo Paulo escreve essas palavras num contexto em que Ele fala sobre a soberania de Deus na salvação através da loucura da mensagem da cruz que não se fundamenta na sabedoria humana. Paulo ensina que a sabedoria humana falha em fazer o homem conhecer verdadeiramente a Deus.

Deus escolheu as coisas loucas deste mundo

A declaração “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo” significa que Deus revelou sua sabedoria da forma mais improvável às pessoas mais improváveis. Deus usa as coisas que o mundo enxerga como loucas a fim de envergonhar os homens considerados sábios aos olhos do mundo.

Deus determinou que a fé salvadora viria pela pregação da mensagem de Cristo. Por isso lemos que a fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Cristo (Romano 10:17). Mas essa pregação é loucura para a mente humana, pois seu conteúdo é o Cristo crucificado.

Deus não escolheu um elaborado e complexo sistema filosófico humanista para comunicar a salvação. Pelo contrário! Ele escolheu a simplicidade do Evangelho que revela o Inocente que se fez culpado e que foi morto como um criminoso maldito numa cruz em lugar dos verdadeiros culpados. Então a ideia de que a salvação é pela graça mediante a fé nesse Cristo que foi crucificado, parece loucura.

Além disso, para os sábios desse mundo, qualquer um que aceita essa mensagem como verdadeira, não passa de um louco. Esse tipo de entendimento é verdadeiro em qualquer época. A fé em Cristo sempre foi vista pelos sábios do mundo como um delírio. Mas a rejeição à “loucura de Deus” resulta numa vergonha de implicações eternas.

Deus escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes

Após dizer que “Deus escolhe as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios”, Paulo também diz que Deus “escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes”. Essa é mais uma verdade amplamente ensinada nas Escrituras.

Na Parábola das Bodas do Filho do Rei, por exemplo, Jesus fala de uma festa real que ocorreu num certo reino. Essa festa não foi frequentada pelos nobres e as pessoas importantes do reino; mas por pessoas não mais do que comuns retiradas das ruas da cidade (Mateus 22:1-14). O próprio Jesus também diz que os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos (Mateus 20:16).

Fazendo um paralelo com as palavras do apóstolo Paulo, podemos dizer que no plano de Deus as coisas fracas prevalecem sobre as fortes. Se isso não faz sentido para a sabedoria humana, faz todo sentido para a “loucura” de Deus. Isso “porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens” (1 Coríntios 1:24).

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Deus escolheu as coisas desprezadas e insignificantes do mundo

Paulo também escreve que “Deus escolheu as coisas insignificantes do mundo; e as desprezadas, e aquelas que não são, para anular as que são” (1 Coríntios 1:28). S. Kistemaker comenta esse versículo dizendo que para Paulo as coisas insignificantes, desprezadas e que não são, consistem numa massa em que os indivíduos têm tão pouco valor que nem mesmo são considerados como personalidades distintas.

Contudo, são essas pessoas insignificantes, desprezadas e classificadas como “nada” perante o mundo, que Deus escolhe para si. Então não é por ser sábio, forte, nobre ou poderoso segundo os padrões deste mundo, que alguém pode ser salvo.

Na verdade Deus escolheu salvar os humildades. O apóstolo diz que Deus, em sua soberania, não chamou para a salvação muitas pessoas consideradas indispensáveis aos olhos humanos (1 Coríntios 1:26). É verdade que as palavras de Paulo tiveram uma aplicação prática dentro da comunidade cristã de Corinto. Mas também é verdade que seu princípio igualmente se aplica de forma geral a todos os crentes em diferentes realidades.

Deus não é como o mundo que valoriza quem é importante. Na verdade Deus anula os conceitos e padrões do mundo, e revela sua sabedoria aos loucos, humildes, fracos e desprezados. Em certa ocasião Jesus agradeceu ao Pai por ter ocultado a sua verdade aos sábios e entendidos e tê-las revelado aos pequeninos (Mateus 11:25).

Alguém pode perguntar: Por que Deus escolheu as coisas loucas, fracas, insignificantes e desprezadas para envergonhar os sábios e os fortes do mundo? O próprio apóstolo Paulo responde dizendo que é para que ninguém se vanglorie na presença de Deus. O crente jamais deve se esquecer de sua completa dependência e necessidade da graça de Deus. O redimido não foi escolhido por seus próprios méritos pessoais; ele foi escolhido pela soberana vontade de Deus sob os méritos de Cristo (1 Coríntios 1:29-31).

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