Estudo Bíblico de Êxodo 9

Êxodo 9 fala sobre como o Egito foi castigado por Deus com o derramamento da quinta, sexta e sétima pragas. O estudo bíblico de Êxodo 9 mostra que mesmo diante dos sinais da ira divina, Faraó continuou com seu coração endurecido.

Quando as pragas registradas em Êxodo 9 caíram sobre o Egito, aquela terra já havia sido castigada pelas quatro primeiras pragas: as águas que se tornaram sangue, as rãs, os piolhos e as moscas (Êxodo 7-8). Então nas três pragas seguintes os egípcios foram castigados com pestes nos rebanhos, úlceras e chuva de pedras.

O esboço de Êxodo 9 pode ser dividido conforme o derramamento das três pragas:

  • Quinta praga: peste nos animais (Êxodo 9:1-7).
  • Sexta praga: úlceras (Êxodo 9:8-12).
  • Sétima praga: chuva de pedras (Êxodo 9:13-35).

Quinta praga: peste nos animais (Êxodo 9:1-7)

Depois de o coração de Faraó ter ficado ainda mais endurecido com as últimas pragas que tinham castigado o Egito, Deus ordenou que Moisés se apresentasse novamente ao rei do Egito e lhe dissesse que se caso ele não liberasse o povo de Israel para ir ao servir ao Senhor no deserto, a mão do Senhor se levantaria contra os rebanhos egípcios que estavam no campo (Êxodo 9:1-3). Então os cavalos, os jumentos, os camelos, as ovelhas e os demais gados, seriam acometidos com pestilência gravíssima

Os comentaristas fazem algumas observações cronológicas nesse ponto. Isso porque o uso de cavalos só foi adotado no Egito em cerca de 1700 a.C., e isso serve de base para estipular uma data aproximada para o Êxodo. Já quanto aos camelos, parece que eles começaram a ser amplamente utilizados no Egito somente num período muito posterior ao tempo do Êxodo. No tempo do Êxodo, o uso de camelos era bem esporádico.

Então a referência aos camelos em Êxodo 9 pode ter a ver com as poucas unidades que provavelmente eram criadas no Egito, ou talvez aos camelos utilizados pelos comerciantes árabes que passavam pelo Egito.

Seja como for, o que é certo é que os rebanhos egípcios foram atingidos por pestilência, enquanto que os rebanhos dos israelitas não foram atingidos. Deus fez a separação entre os animais dos egípcios e os animais dos filhos de Israel. Isso mostra muito claramente que a pestilência que atingiu os rebanhos no Egito não foi fruto do acaso; não foi algo aleatório. A pestilência foi bem específica e controlada minuciosamente pela mão de Deus.

Além disso, Deus ainda estipulou o tempo exato em que a peste castigaria os rebanhos egípcios: “Amanhã fará o Senhor isto na terra” (Êxodo 9:5). Então conforme havia falado o Senhor, no dia seguinte os rebanhos egípcios morreram, enquanto que dos rebanhos israelitas nenhum animal foi atingido (Êxodo 9:6). Inclusive, Faraó mandou investigar se nenhum animal dos israelitas tinha morrido. Mas mesmo diante daquela prova, a Bíblia diz que o coração de Faraó se endureceu (Êxodo 9:7).

Sexta praga: úlceras (Êxodo 9:8-12)

Depois da pestilência que atingiu os animais egípcios na quinta praga, na sexta praga a doença atingiu também os próprios egípcios. Deus ordenou que Moisés apanhasse com as mãos cinza de forno e atirasse para o céu diante de Faraó (Êxodo 9:8). Isso era uma prova clara de que o evento que se sucederia era, de fato, sobrenatural.

A cinza que Moisés atirou para o céu se tornou em um pó fino sobre toda a terra do Egito que resultou em úlceras nos homens e nos animais (Êxodo 9:9,10). O texto bíblico é bem específico ao dizer que até mesmo os magos de Faraó foram fortemente atingidos pela doença, de modo que tiveram que se retirar (Êxodo 9:11).

Aqui vale lembrar que esses mesmos magos, no começo do juízo de Deus sobre o Egito, tentaram imitar as primeiras pragas (Êxodo 7). Porém, tão logo tiveram de reconhecer que aquelas pragas não eram truques mágicos, mas julgamentos divinos que não podiam ser imitados (Êxodo 8). Então a sexta praga mostra esses magos completamente derrotados. Por fim, mesmo depois da sexta praga, Faraó não ouviu o pedido de liberação dos israelitas (Êxodo 9:12).

Algo que tem causado dúvida em alguns leitores de Êxodo 9 é o fato de os rebanhos dos egípcios também terem sido atingidos pela sexta praga. O problema é que, de acordo com o texto bíblico, a quinta praga causou a morte de “todo o rebanho dos egípcios” (Êxodo 9:6).

Obviamente não se trata de uma contradição. Possivelmente a quinta praga atingiu somente “todo o rebanho dos egípcios” que estava no campo (cf. Êxodo 9:3), ou seja, os animais que estavam guardados em estábulos provavelmente não foram atingidos; o que explica o fato de ainda terem restado animais que seriam atingidos pelas próximas pragas.

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Sétima praga: chuva de pedras (Êxodo 9:13-35)

Depois da sexta praga, Deus ordenou que Moisés fosse mais uma vez se apresentar diante de Faraó. A Faraó Moisés devia dizer que ou ele deixava o povo de Israel partir para o deserto para servir ao Senhor, ou Deus enviaria ao Egito pragas ainda mais severas que mostrariam a todos que não há ninguém semelhante a Ele (Êxodo 9:13,14).

Além do mais, Deus também explicou que seus juízos através das pragas tinham sido misturados com misericórdia. Deus poderia ter destruído do Egito completamente, mas em vez disso Ele derramou seu julgamento de forma progressiva para mostrar seu poder e para que seu nome fosse proclamado em toda terra. Ao mesmo tempo, na progressão dos julgamentos, os egípcios tiveram a oportunidade de aprenderem a temer o Senhor. Inclusive, de fato alguns egípcios aprenderam essa lição e deram ouvido ao que foi anunciado pelo Senhor através de Moisés (Êxodo 9:21,21).

Diante de Faraó, Moisés falou o que Deus havia ordenado. Conforme a palavra do Senhor, Moisés ainda avisou a Faraó que no dia seguinte Deus faria cair sobre o Egito uma grande chuva de pedras; algo nunca visto antes (Êxodo 9:18). Misericordioso, Deus avisou os egípcios para que eles recolhessem seus animais que estavam no campo, pois se não fossem guardados, eles seriam mortos pela chuva de pedras.

O texto bíblico diz que alguns dos oficiais de Faraó temeram a palavra do Senhor e recolheram seus animais; mas outros não se importaram com o aviso divino e deixaram seus animais no campo (Êxodo 9:20,21).

Depois, Deus ordenou que Moisés estendesse sua mão para o céu, e chuva de pedras haveria de cair sobre toda a terra do Egito (Êxodo 9:22). Moisés fez conforme a ordem do Senhor, e a Bíblia diz que Deus deu trovões e fez cair chuva de pedras, juntamente com fogo que também desceu do céu sobre a terra. A palavra “trovões” em Êxodo 9 traduz um termo hebraico que significa literalmente “vozes”. Aquele não era um fenômeno natural.

Então houve sobre a terra do Egito chuva de pedras misturada com fogo que feriu tudo quanto havia no campo, isto é, homens, animais e vegetação (Êxodo 9:25). Em todo o Egito, apenas a terra de Gósen não foi atingida pela chuva de pedras. A terra de Gósen era o local onde os israelitas habitavam.

Diante do julgamento da sétima praga, Faraó confessou que havia pecado. Ele admitiu que o Senhor era justo, enquanto ele e seu povo eram ímpios (Êxodo 9:27). Então Faraó pediu que Moisés orasse ao Senhor para que aquela praga chegasse ao fim. Faraó também disse que deixaria ir os israelitas (Êxodo 9:28).

Moisés falou a Faraó que assim que ele saísse da cidade, ele estenderia as mãos ao Senhor, e os trovões e a chuva de pedras haveria de cessar. Isso seria um sinal para que todos no Egito soubessem que a terra é do Senhor (Êxodo 9:29). Mas Moisés também deixou claro a Faraó que sabia que ele era hipócrita; que suas palavras eram vazias. Faraó não tinha se arrependido verdadeiramente, e sua confissão havia sido apenas superficial (Êxodo 9:30).

De fato, Faraó continuava impenitente e endurecido. Assim que a sétima praga cessou, o texto bíblico diz que ele tornou a pecar e endureceu o seu coração. Seus oficiais mais próximos também seguiram o seu exemplo. Então de coração endurecido, Faraó não deixou que os israelitas partissem. Tudo isso, no entanto, ocorreu conforme o Senhor havia falado a Moisés (Êxodo 9:35).

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