Por Que a Fé é o Firme Fundamento Das Coisas Que se Esperam?
A declaração de que “a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem” é a descrição do escritor de Hebreus sobre a fé verdadeira (Hebreus 11:1). Ele apresenta essa descrição usando um estilo poético a fim de enfatizar o significado inabalável da genuína fé.
O autor bíblico fala que “a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam” num capítulo onde ele constrói um registro maravilhoso e comovente sobre o testemunho de fé dos santos do Antigo Testamento. Esse capítulo geralmente é chamado de “a galeria dos heróis da fé”. Em cada exemplo empregado, ele fornece provas práticas e reais de como a fé, como firme fundamento das coisas que se esperam, e prova das coisas que se não vêem, se manifestou e orientou a vida daqueles crentes fieis.
A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam
A palavra “fé” na Bíblia possui uma aplicação bastante ampla e se apresenta em muitos aspectos. Quando o autor bíblico escreve que “a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam”, ele tem em mente a verdadeira fé em seu aspecto que enfatiza a confiança inabalável na Palavra de Deus. Aquele que possui essa fé verdadeira vive em total comprometimento com as promessas divinas.
John MacArthur diz que a fé descrita pelo escritor de Hebreus inclui a convicção mais sólida possível; a segurança dada por Deus acerca de uma realidade futura. W. Wiersbe diz que a verdadeira fé bíblica é uma obediência confiante à Palavra de Deus, apesar das circunstâncias e consequências. Saiba mais sobre o significado de fé na Bíblia.
Na frase: “a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam”, a expressão “firme fundamento” traduz um termo grego que significa literalmente “servir de escora” ou “sustentar”. Esse termo também pode ser traduzido como “certeza” ou “confiança”. Por isso algumas versões bíblicas trazem a tradução: “a fé é a certeza de coisas que se esperam”.
De outro modo, podemos dizer que a fé é o alicerce, o sustento, a segurança das coisas que se esperam à luz das promessas de Deus reveladas em sua Palavra. Uma das mais belas reflexões sobre o que é a genuína fé, é aquela registrada no Catecismo de Heidelberg por Zacharias Ursinus:
A verdadeira fé é o conhecimento e a convicção de que tudo o que Deus revela em sua Palavra é verdade. É também uma certeza profunda de que não somente outros, mas eu também, tive meus pecados perdoados, estou em paz com Deus e recebi a salvação. Estes são dons da graça absoluta, obtidos para nós por Cristo. Essa fé verdadeira é criada em mim pelo Espírito Santo por meio do Evangelho.
A fé é a prova das coisas que não se vêem
Imediatamente após dizer que “a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam”, o escritor bíblico completa dizendo que a fé é “a prova das coisas que não se vêem”. São duas expressões de uma mesma declaração de fé; são duas sentenças paralelas que dizem a mesma coisa.
A palavra “prova” traduz uma palavra grega que transmite o sentido de “persuasão íntima”, ou melhor, “convicção interior”. Então a frase: “a prova das coisas que não se vêem”, quer dizer que a fé é “a convicção de fatos que se não vêem”. W. Wiersbe diz que essa é aquela convicção íntima dada por Deus de que Ele cumprirá o que prometeu. A fé permite compreender o que Deus faz e ver o que os outros não são capazes de enxergar.
Uma excelente explicação do significado da declaração de que “a fé é o firme fundamento das coisas se esperam; e a prova das coisas que se na vêem”, pode ser entendida numa interessante frase de John O. Sanders. Ele diz que a fé permite àquele que crê tratar o futuro como o presente e o invisível como visível. S. Kistemaker observa que a fé é estar certo do que esperamos pela certeza do que não vemos. John MacArthur conclui que a verdadeira fé não está baseada em evidências empíricas; mas na segurança divina, e é uma dádiva de Deus.
Somente a verdadeira fé é capaz de enxergar no futuro as coisas que no presente não se vêem. A fé genuína é a prova das coisas que não se vêem porque ela está fundamentada nas promessas do Senhor. W. Wiersbe exemplifica essa questão lembrando que pela fé, Noé viu o julgamento vindouro; Abraão viu a cidade futura; José viu o êxodo do Egito; e Moisés viu a Deus.
O que são as coisas que se esperam e as coisas que não se vêem?
A fé é o firme fundamento ou a certeza das coisas que se esperam. A fé é a prova ou convicção das coisas que não se vêem. Mas o que são essas coisas?
Essas coisas são todas aquelas que estão fora dos nossos limites. S. Kistemaker diz que as coisas que se esperam e as coisas que não se vêem, são aquelas que pertencem ao futuro, e que com o tempo se tornarão presentes. Mas não somente estas. As coisas do presente, e certamente aquelas do passado, que estão além de nosso alcance, pertencem também às coisas que se esperam e as coisas que não se vêem.
Pela fé os crentes do Antigo Testamento receberam a promessa da chegada gloriosa do Reino de Deus através da pessoa do Messias prometido. Mas eles não viveram para ver a concretização da promessa. Para eles, essas eram coisas futuras.
Porém, é igualmente pela fé que hoje os crentes reconhecem que o Cristo que veio ao mundo é o Filho de Deus; e o recebem como seu Senhor e Salvador. Então no atual estágio da história da redenção, essas são coisas que pertencem ao passado e ao presente. Cristo já veio ao mundo, e agora os crentes desfrutam das bênçãos presentes decorrentes de sua obra redentora. Os redimidos se apropriam dessas coisas pela fé.
Contudo, também é pela fé que olhamos para o futuro com a inviolável segurança de que em breve o Reino de Deus se manifestará em toda sua plenitude e viveremos para todo sempre com nosso Senhor na cidade celestial. Cristo virá mais uma vez, e é pela fé que podemos vislumbrar esse dia que ainda não chegou; e ter a certeza de que tudo isso se realizará. Sim, “a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam; e a prova das coisas que não se vêem”.