O Que Era a Festa dos Pães Asmos?
A Festa dos Pães Asmos era uma festa judaica diretamente ligada à Páscoa que comemorava a saída apressada dos israelitas do Egito e as dificuldades associadas ao êxodo. Na verdade a celebração da Festa dos Pães Asmos seguia imediatamente à Páscoa e era indissociável a ela.
A Festa dos Pães Asmos tinha a duração de sete dias. Durante esse período nenhum fermento deveria ser encontrado nas casas israelitas. Quem desobedecesse a esse mandamento deveria ser tirado da congregação de Israel. Aqui vale lembrar que o pão asmo é um pão feito com uma massa sem levedura.
A instituição da Festa dos Pães Asmos
O Antigo Testamento registra claramente a instituição da Festa dos Pães Asmos em Israel. O texto bíblico diz: “Sete dias comereis pães asmos; ao primeiro dia, tirareis o fermento das vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado, desde o primeiro até ao sétimo dia, aquela alma será cortada de Israel. E, ao primeiro dia, haverá santa convocação; também, ao sétimo dia, tereis santa convocação; nenhuma obra se fará neles, senão o que cada alma houver de comer; isso somente aprontareis para vós” (Êxodo 12:15,16).
O mesmo capítulo bíblico informa o propósito e o significado dessa festa, bem como regulamenta sua duração: “Guardai, pois, a Festa dos Pães Asmos, porque naquele mesmo dia tirei vossos exércitos da terra do Egito; pelo que guardareis este dia nas vossas gerações por estatuto perpétuo. No primeiro mês, aos catorze dias do mês, à tarde, comereis pães asmos até vinte e um do mês à tarde” (Êxodo 12:17,18; cf. 13:3-10; Números 28:17-25; Deuteronômio 16:1-8).
A festa começava e terminava num dia de santa convocação. Nesse dia nenhum trabalho poderia ser feito (Levítico 23:7). A única exceção era a preparação da comida. O livro de Levítico também informa que no segundo dia dessa festa os israelitas tinham de trazer ao Senhor como oferta movida um molho das primícias da colheita a ser entregue ao sacerdote (Levítico 23:10,11).
Portanto, se a celebração da Páscoa era um memorial de como Deus passou sobre os israelitas quando todos os primogênitos do Egito foram mortos na décima praga, a Festa dos Pães Asmos tinha o propósito de manter viva na memória israelita a aflição que eles sofreram no Egito e o modo como Deus os tirou apressadamente dali. Por esse motivo o pão asmo também é chamado na Bíblia de “pão de aflição” (Deuteronômio 16:3).
A Festa dos Pães Asmos no Novo Testamento
A Festa dos Pães Asmos continuou a ser celebrada na comunidade judaica no tempo do Novo Testamento, que fala da Páscoa e do período de celebração subseqüente a ela como “os dias dos pães asmos”. Os Evangelhos mencionam que faltando dois dias para a Páscoa e para a Festa dos Pães Asmos, os principais dos sacerdotes e os mestres da Lei estavam empenhados em flagrar Jesus em algum erro para matá-lo (Marcos 14:1; Lucas 22:1).
Os evangelistas ainda registram que foi no primeiro dia da Festa dos Pães Asmos que os discípulos perguntaram a Jesus sobre como eles se ocupariam dos preparativos da refeição da Páscoa (Mateus 26:17; Marcos 14:12). O livro de Atos também informa que o apóstolo Pedro acabou sendo preso durante uma Festa dos Pães Asmos (Atos 12:3).