Estudo Bíblico de Gênesis 45
Gênesis 45 é o capítulo da Bíblia que registra a revelação da identidade de José a seus irmãos. O estudo bíblico de Gênesis 45 ainda mostra como a família da aliança se reuniu em perdão e reconciliação. Além disso, esse capítulo é um testemunho claro acerca da providência de Deus no governo de todas as coisas.
O esboço de Gênesis 45 pode ser organizado assim:
- José do Egito revela sua identidade a seus irmãos (Gênesis 45:1-4).
- O testemunho de José acerca da providência de Deus (Gênesis 45:5-15).
- Faraó ouve falar dos irmãos de José (Gênesis 45:16-28).
José revela sua identidade a seus irmãos (Gênesis 45:1-4)
Gênesis 45 continua a narrativa de Gênesis 44, o capítulo que registra o plano de José para deter seus irmãos no Egito e submetê-los a um teste de lealdade. Os irmãos de José passaram no teste e se mostraram muito diferentes de quando venderam o próprio José como escravo aos comerciantes ismaelitas. Inclusive, Judá – ironicamente o mesmo que propôs a venda de José – se ofereceu para ficar no lugar de Benjamim como escravo de José no Egito.
É nesse ponto que Gênesis 45 inicia sua narrativa mostrando a comoção de José. Quando ele não conseguiu mais se conter, ele ordenou que todos os seus servos saíssem de sua presença. Então José se emocionou profundamente e revelou sua verdadeira identidade a seus irmãos. Ele ainda perguntou se Jacó, seu pai, ainda estava vivo. Os irmãos de José ficaram perplexos e não responderam nada, pois estavam atemorizados (Gênesis 45:3).
Mas José pediu que seus irmãos se achegassem a ele e explicou-lhes que não havia o que temer. José era o irmão que eles tinham vendido para o Egito (Gênesis 45:4).
O testemunho de José acerca da providência de Deus (Gênesis 45:5-15)
A porção principal de Gênesis 45 sem dúvida é o testemunho de José apontando para a providência de Deus no governo de tudo o que lhe havia acometido. Por isso José disse a seus irmãos que eles não precisavam ficar irritados contra eles mesmos pelo que tinham feito anteriormente. Isso porque tudo fazia parte do propósito eterno e soberano de Deus.
O contexto mostra que os irmãos de José estavam arrependidos de seus pecados, e estavam com seus corações contritos. Então em vez de olharem para seus próprios pecados, agora havia chegado o momento de eles contemplarem a graça de Deus.
Em sua providência, para a conservação da vida, Deus enviou José ao Egito por meio da ação de seus irmãos (Gênesis 45:5). Nesse tempo José tinha cerca de 39 anos de idade. A terra já estava em crise há dois anos, e ainda restavam mais cinco anos de fome pela falta de lavoura e colheita (Gênesis 45:6). Por isso José falou claramente que para conservar a sucessão da família da aliança na terra através de um grande livramento, foi o próprio Deus quem havia lhe enviado ao Egito (Gênesis 45:7).
A parte central da teologia da narrativa de José fica muito clara na seguinte declaração: “Assim, não fostes vós que me enviastes para cá, e sim Deus, que me pôs por ai de Faraó, e senhor de toda a sua casa, e como governador em toda a terra do Egito” (Gênesis 45:8).
Depois disso, José deu ordens para que seus irmãos fossem à casa de seu pai e o trouxessem ao Egito. Os irmãos de José deveriam explicar a Jacó que seu filho estava vivo e tinha sido exaltado por Deus na terra do Egito. Agora todos deveriam descer ao Egito e habitar ali, na terra de Gósen – uma região fértil no nordeste do Egito (Gênesis 45:9-15).
Faraó ouve falar dos irmãos de José (Gênesis 45:16-28)
O texto bíblico de Gênesis 45 ainda registra que Faraó ficou sabendo da notícia de que a família de José estava se mudando para o Egito, e ele se agradou disso. Inclusive, Faraó falou para José dizer a seus irmãos que ele lhes daria o melhor da terra do Egito (Gênesis 45:16-20).
José providenciou a seus irmãos carros e provisões para o caminho até Canaã conforme o mandato de Faraó. Os irmãos de José também receberam vestes festivas e foram à terra de Canaã buscar seu pai. Chegando a Canaã, os irmãos de José contaram a Jacó tudo o que havia ocorrido no Egito. A princípio Jacó não deu crédito à notícia de que José estava vivo, mas diante das evidências e dos carros que José tinha enviado para buscá-lo, Jacó acabou acreditando e ficou muito animado para finalmente reencontrar seu filho perdido (Gênesis 45:21-28).
A principal mensagem de Gênesis 45
Gênesis 45 traz um exemplo prático do significado do ensino bíblico que diz: “Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus; daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Romanos 8:28). Gênesis 45 nos ensina que todas as coisas – até mesmo aquelas que aos nossos olhos pareçam ruins – estão debaixo do governo de Deus; de modo que nada escapa de contribuir com a realização do bom propósito do Senhor.
Os irmãos de José tinham praticado o mal contra ele. Mas Deus tornou o mal em bem, ou seja, em sua providência Deus governa até mesmo as ações humanas para alcançar seus bons propósitos de acordo com o seu plano secreto (Gênesis 50:20). Os irmãos de José arquitetaram o mal contra ele, mas tudo isso era apenas parte do decreto infinitamente bom e sábio do Senhor para preservar a família da aliança.
Além disso, é muito significativa a declaração de José: “Deus me enviou adiante de vós, para conservar a vossa sucessão na terra” (Gênesis 45:7). A expressão “vossa sucessão” significa literalmente “vosso remanescente”. Isso indica que José compreendia a fidelidade de Deus às promessas de Sua aliança com Abraão (Gênesis 12).
Em outras palavras, em Gênesis 45 José declara que através daquela pequena família Deus haveria de formar uma grande nação. Posteriormente, a literatura profética do Antigo Testamento aplica esse mesmo termo – “remanescente” – para falar do cuidado de Deus ao preservar o seu povo fiel mesmo em tempos de provação.