Grupos Religiosos, Políticos e Profissionais no Novo Testamento
O Novo Testamento faz várias menções a grupos religiosos, políticos e profissionais que existiam naquela época. Neste texto, conheceremos um pouco mais sobre esses grupos e partidos que eram comuns nos dias de Jesus e dos Apóstolos.
- Fariseus: certamente este é o grupo mais conhecido de todos. Os Fariseus formavam um dos principais grupos religiosos entre os judeus. Eles eram os mais rigorosos quanto aos costumes e religiosidade judaica. Também exerciam forte influência sobre o povo, devida à insistência na observância da Lei Mosaica e no respeito às tradições dos antepassados (Mt 9:11-14; 12:1-2; 15:1-2; 19:3; Lc 18:11-12; At 15:5). Na maioria das vezes eles se mostravam contra Jesus (Mt 9:34; 12:14; 16:1-2; Jo 9:17; 11:47-57), mas alguns deles trataram Jesus com respeito (Lc 7:36-50; 11:37; Jo 3:1; 7:50-51; 19:39-40). Jesus reprovava a exagerada religiosidade que eles demonstravam que fazia refletir uma espiritualidade hipócrita (Mc 7:3-13). O apóstolo Paulo foi criado como Fariseu e aluno do respeitado mestre Fariseu Gamaliel (At 22:3; 23:6; 26:5; Fp 3:5-6).
- Saduceus: esse era um grupo pequeno comparado aos Fariseus, porém muito poderoso devido aos integrantes que constituíam esse grupo religioso, formado por Sacerdotes e as pessoas influentes e ricas de Jerusalém (At 5:17). Os Saduceus não se davam bem com os Fariseus (Mt 22:23-32; At 23:6-9), porém algumas vezes se uniram com eles para fazerem oposição à Jesus (Mt 16:1-4). Eles prezavam muito pelo Pentateuco (os cinco primeiros livros do Antigo Testamento) e não acreditavam na ressurreição, no Juízo Final ou na existência de anjos (Mt 22:23-33).
- Essênios: era um grupo separatista formado na época helenística e provavelmente originado entre os Fariseus. Eles observavam a Lei com rigor, mas consideravam que o Sacerdócio era corrupto, além serem contra muitas práticas religiosas e o sistema sacrifical judaico. A maioria deles moravam em comunidades, no deserto de En-Gedi, embora alguns viviam em cidades. Esse grupo não é citado na Bíblia.
- Zelotes: tradicionalmente, considera-se que os Zelotes eram um partido judaico nacionalista que se rebelou contra Roma. O nome Zelote significa “zeloso”, “fanático”. Em algumas ocasiões também eram chamados de “cananeus” ou “nacionalistas”. Os Zelotes tiveram um papel muito ativo na rebelião dos anos 66 a 70 d.C, que resultou na destruição de Jerusalém. Simão, um dos doze discípulos de Jesus, era chamado de “Zelote” (Lc 6:15).
- Herodianos: era um grupo de judeus que preferiam ser governados por um descendente do rei Herodes o Grande, ao invés de um governante romano, como Pôncio Pilatos (Mt 22:16; Mc 3:6; 12:13). O nome “Herodianos” também podia se referir a pessoas que estavam a serviço de Herodes.
- Nicolaítas: eram seguidores de uma seita herética que, além de outras coisas, comiam alimentados sacrificados a ídolos e se entregavam aos prazeres carnais (Ap 2:6-15). Essa seita foi combatida pelos Apóstolos, e pôde ser vista perturbando as igrejas de Éfeso e de Pérgamo.
- Samaritanos: eram as pessoas nascidas em Samaria, região que ficava entre a Judeia e a Galileia. Os Samaritanos reconheciam apenas os livros da Lei (o Pentateuco) como autoridade doutrinal. Os judeus não aceitavam como legítimo o culto dos Samaritanos, considerando, segundo eles, como praticamente pagão. Os judeus não aceitavam ter qualquer tipo de relacionamento com os Samaritanos (Mt 10:5; Lc 9:52-53; 17:15-18; Jo 4:7-20; 8:48).
- Escribas, Rabinos ou Mestres da Lei: formavam um grupo profissional. Não pertenciam, em geral, à classe sacerdotal, mas eram influentes e tiveram uma elevada consideração como intérpretes das Escrituras e dirigentes do povo. Eles esclareciam dúvidas sobre as Escrituras, e frequentemente citavam opiniões dos famosos mestres judeus do passado (Mt 2:14; 5:20; 7:29; 15:1-2; 22:25; Mc 1:22; Lc 7:30; 10:25; 11:45-52; At 5:34).
- Publicanos: grupo profissional que aparece nos Evangelhos sinóticos. Eram os coletores de impostos ou de alfândega em favor dos romanos, empregados por um contratador de cobrança de impostos. Eles eram uma classe desprezada e odiada, por conta do oficio que exerciam.